Falar sozinha pode ajudar a aliviar o estresse, organizar pensamentos e até melhorar a memória; entenda os benefícios e saiba quando se preocupar
Da Redação Publicado em 02/09/2024, às 20h00
Se você já se pegou falando sozinha, seja em casa, no transporte público, ou até andando na rua, não se preocupe. Falar sozinha é um hábito mais comum do que parece e, na verdade, pode trazer benefícios surpreendentes para a sua saúde mental.
Quase todo mundo fala sozinho em algum momento, mesmo que seja de forma silenciosa, apenas movendo os lábios. Isso acontece porque o pensamento humano é estruturado pela linguagem. Verbalizar o que está na mente é uma maneira natural de organizar seus pensamentos, aliviar a mente sobrecarregada e até mesmo desenvolver uma maior autoconsciência.
Durante a infância e a adolescência, falar sozinho é uma parte importante do desenvolvimento. Quando uma criança conversa com um brinquedo ou um amigo imaginário, ela está aprendendo a organizar o mundo à sua volta, estruturando pensamentos e criando suas próprias referências. Da mesma forma, adolescentes que se expressam em frente ao espelho estão se afirmando para si mesmos, o que é crucial para o amadurecimento psicológico.
Na vida adulta, falar sozinho pode ser uma ferramenta útil, especialmente em momentos de ansiedade ou quando você precisa tomar decisões importantes. Por isso, perguntar a si mesmo “por que estou tão irritado?” ou “o que é isso que estou sentindo?” em dias difíceis pode ser uma estratégia eficaz para entender melhor suas emoções e começar a se sentir melhor.
Além disso, ouvir os próprios pensamentos em voz alta é um recurso valioso para a memória. O som da sua própria voz ativa a atenção e facilita a retenção de informações no cérebro. É por isso que repetir em voz alta o conteúdo de uma prova, ou ensaiar uma fala importante antes de uma apresentação ou conversa difícil, pode aumentar sua confiança.
No entanto, é importante prestar atenção ao tipo de diálogo que você mantém consigo mesmo. A autocrítica excessiva e as falas negativas também podem se fixar na mente, prejudicando a autoestima.
No esporte, por exemplo, a repetição de palavras e frases motivacionais é usada para aumentar a concentração, a confiança e a motivação, ajudando a melhorar o desempenho. Se você observar bem, vai perceber que muitos atletas de elite conversam consigo mesmos antes de uma competição, preparando-se mentalmente para o desafio.
Apesar dos benefícios, falar sozinha também pode ser um sinal de alerta para questões de saúde mental, como esquizofrenia ou surtos psicóticos. O limite da normalidade está no autocontrole. Se a pessoa não consegue controlar esse hábito ou se isola em conversas consigo mesma como se estivesse interagindo com outra pessoa, pode ser necessário procurar ajuda profissional.
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