Em entrevista ao programa do GNT, Isis Valverde revelou que sentia dificuldade para se conectar com o filho - saiba mais sobre a depressão pós-parto
Publicado em 30/08/2024, às 14h00
Isis Valverde, de 37 anos, contou sobre sua luta contra a depressão pós-parto, vivenciada três meses após o nascimento de seu filho Rael, atualmente com 5 anos. Em entrevista ao programa do GNT, 'Sábia Ignorância', apresentado por Gabriela Prioli, Isis descreveu como o apoio médico foi fundamental para superar essa fase difícil.
"Eu chorava do nada, sentada à mesa. Foi quando percebi que algo estava muito errado. Descobri então que estava com depressão pós-parto. Foi um período muito delicado para mim, mas consegui sair bem graças ao suporte da minha médica e a um tratamento natural que ela recomendou", relatou a atriz.
Valverde também falou sobre as dificuldades em se conectar emocionalmente com o filho nos primeiros meses de vida: "Você olha para a criança e ela nem te olha de volta [...]. Essa criança nunca teve um diálogo comigo sobre o que sente."
A atriz revelou que a primeira sensação genuína de conexão com Rael ocorreu quando ele tinha oito meses. "Fui à academia cedo [...]. Quando voltei e subi as escadas, ele olhou para mim e sorriu. Ele me reconheceu. Naquele momento senti a primeira conexão verdadeira e tive certeza de que ser mãe era a melhor coisa do mundo", contou emocionada.
Rael é fruto do relacionamento entre Isis Valverde e o empresário André Resende, de 45 anos. O casal esteve junto entre 2018 e 2022.
A depressão pós-parto é um transtorno psicológico que pode surgir logo após o nascimento do bebê ou até os primeiros seis meses de vida da criança. Segundo a psicanalista Andréa Ladislau, "a condição pode afetar qualquer mulher após o parto, independentemente de fatores externos ou predisposições aparentes."
Andréa explica que a condição pode variar em intensidade, desde formas leves e transitórias até graus mais severos, que podem evoluir para um quadro psicótico chamado psicose puerperal. Nesses casos extremos, é necessário a internação para o controle adequado da doença.
As causas são variadas e podem estar relacionadas ao histórico de vida, saúde física e mental de cada mulher. "Emoções fortes após o parto, como luto inesperado ou decepções, são fatores comuns que podem desencadear a depressão", aponta a psicanalista.
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Ela ressalta que a depressão pós-parto, no entanto, pode ocorrer sem causas aparentes, e mulheres que enfrentaram depressão durante a gravidez apresentam um risco maior de desenvolver a condição.
Sintomas comuns associados à depressão pós-parto podem incluir tristeza persistente, irritabilidade, fadiga extrema, insônia, perda de apetite e ansiedade. Muitas mulheres, entretanto, sentem vergonha ou culpa por não estarem "felizes" em um momento que acreditam que deveriam estar, o que pode dificultar a busca por ajuda.
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Um dos principais desafios, conforme explica a psicanalista, é o distanciamento que a mãe cria do filho, mesmo de forma inconsciente. Ela alerta que a falta de conexão com o bebê pode agravar a depressão pós-parto, resultando em consequências emocionais importantes para a criança - tanto a curto quanto a longo prazo.
No que diz respeito às opções de tratamento, a especialista enfatiza a importância de uma abordagem individualizada e precoce: "O tratamento consiste em avaliar cada caso com muita atenção, a fim de se estabelecer a melhor estratégia para cada situação."
As possibilidades incluem medicação, psicoterapia, tratamentos hormonais, intervenções psicossociais e acompanhamento psicológico para ajudar a restabelecer o vínculo mãe-bebê. Ela também ressalta o valor do pré-natal psicológico como uma medida preventiva essencial, o que pode ajudar a impedir o avanço da depressão pós-parto.
A recomendação é que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos o mais rápido. "Frequentemente, nem mesmo os parentes próximos percebem ou entendem o que está acontecendo", orienta a profissional.
Ao menor sinal de alerta, necessidade de isolamento, rejeição ao filho ou negação da maternidade, é fundamental buscar ajuda de um profissional especializado em saúde mental. "A intervenção precoce pode fornecer as ferramentas necessárias para conter o avanço da doença e promover o bem-estar da mãe e do bebê," conclui Andréa.
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