Em 2015, o fotógrafo Eduardo Leporo criou a ONG Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC) e desde então dedica 90% do seu tempo ao projeto
Publicado em 27/10/2024, às 11h00
Não é difícil encontrar pessoas em situação de rua que vivem ao lado dos seus pets pelas calçadas e praças de diversos bairros do Brasil. A forte ligação entre eles supera, dia após dia, as dificuldades de alimentação, saúde e companhia. Nesse cenário, surgiu a ONG Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC).
Fundada em 2015 pelo fotógrafo Eduardo Leporo, a organização se dedica a oferecer suporte aos tutores e animais, com atuação em sete estados brasileiros e com mais de 100 mil pessoas já auxiliadas. A importância da MRSC é evidenciada em números e pesquisas:
A ONG Moradores de Rua e Seus Cães surgiu como um registro fotográfico. Conhecido por registrar cães e gatos de estimação para pet book e publicidade, Leoporo resolveu buscar "narrativas mais profundas", como o próprio afirma.
Ele as encontrou na rua, observando cães e seus donos. As histórias deram origem ao livro homônimo e, pouco depois, a criação da ONG, que hoje já é certificada pela Phomenta: "Meu objetivo é fazer com que essas pessoas, e pets sejam olhados e ajudados, e assim nasceu a MRSC”, diz o fotógrafo.
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Além de documentação, a MRSC realiza ações práticas para ajudar os moradores de ruas e seus animais. Em São Paulo, já são mais de 110 edições, que atendem, em média, 600 pessoas e 300 animais por evento. A ação deixou a capital paulista e chegou em Campinas, Osasco, Baixada Santista.
E também em outros estados, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao todo, mais de 100 mil pessoas e pets já foram auxiliados pela Moradores de Rua e seus Cães.
Cada edição conta com a presença de voluntários que oferecem aos tutores café da manhã completo e kits com itens básicos de higiene, incluindo chinelos, toalhas e roupas. Os cães, por sua vez, recebem banho no Pet Móvel, assistência veterinária, incluindo vacinas, vermifugação, e itens como caminhas, coleiras e brinquedos.
O cuidado com a saúde dos animais é um dos focos. Desde o início, a Moradores de Rua e seus Cães já realizou mais de 4 mil castrações gratuitas. O financiamento para as atividades é de maioria por doações de pessoas físicas, além de parcerias com fornecedores de ração, vacinas, medicamentos e produtos de higiene.
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Para Leporo, a iniciativa vai além da alimentação: “O maior objetivo é proporcionar dignidade para essas pessoas e seus cães. Nosso grande lema é: nem só de ração vive o cão. O nosso projeto tem um olhar sobre o bem-estar e a saúde animal, abrindo olhos, corações e mentes”, destaca.
“Não podemos simplesmente ignorar alguém na rua quando vemos que têm um pet ao seu lado.
Esses animais se tornam os únicos companheiros para essas pessoas", continua o criador do projeto, que afirma que é comum que os tutores fiquem sem comer para alimentar os animais.
Eduardo Leporo dedica 90% de seu tempo ao projeto. E o sonho dele é ajudar ainda mais. O próximo passo, segundo o fotógrafo, é ampliar o escopo das atividades para incluir cursos profissionalizantes, que possam oferecer novas perspectivas de sustento para os moradores de rua.
“Comecei sem pretensão alguma, mas o próximo passo é oferecer cursos profissionalizantes de banho, tosa e adestramento aos moradores de rua, e levar o projeto para todo o país, semeando mais respeito e incentivando o voluntariado”, conclui o fundador da Moradores de Rua e seus Cães.
Para saber mais sobre a Moradores de Rua e seus Cães, acesse as redes sociais e o site da ONG.
