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Amamentação sem dor: como aumentar a produção de leite e ter mais conforto?

Mamães que buscam a amamentação sem dor devem prestar atenção na alimentação e no autocuidado

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 22/08/2024, às 16h46

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AnaMaria conversou com a especialista Anatália Basile sobre o tema. - Foto: Freepik
AnaMaria conversou com a especialista Anatália Basile sobre o tema. - Foto: Freepik

A amamentação é um dos momentos de maior importância para o bebê. Além de oferecer todos os nutrientes necessários, também promove o momento de maior conexão com a mãe. Por outro lado, a tarefa pode ser complexa para algumas mulheres, que buscam formas de amamentação sem dor.

Essa complexidade é evidenciada em alguns números. No Brasil, a taxa atual de amamentação exclusiva  para crianças menores de seis meses é de 46%. O índice avança gradualmente, mas ainda está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 70% até 2025.

Por isso, torna-se ainda mais importante encontrar métodos de amamentação sem dor, a fim de incentivar e promover nutrição aos pequenos. Isso porque os bebês devem ser amamentados do parto até os dois anos de idade — até os seis meses, a alimentação deve ser apenas com leite humano.

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De maneira geral, os bebês devem ser alimentar exclusivamente de leite materno até os seis meses. Foto: Freepik

Anatália Basile, coordenadora-geral da Maternidade Segura do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, falou à AnaMaria sobre os cuidados necessários a fim de fornecer mais conforto durante o período.

Inicialmente, a especialista ressalta que há casos em que a amamentação não deve ser realizada, como nos casos de contaminação por HIV e HTLV. Certos medicamentos e substâncias devem ser evitados ou usados com cautela durante a amamentação, já que podem passar para o leite e afetar a saúde do bebê.

Estímulo na produção do leite

A amamentação sem dor passa diretamente pelo estímulo na produção do leite. Para isso, há diversas estratégias disponíveis, como explica Basile. Entre as mais comuns, estão a amamentação em livre demanda, reconhecimento dos sinais de fome do bebê, cuidado com a pega adequada e realização da extração de leite quando longe da criança ou quando estiver com as mamas muito cheias.

A especialista também reforça a importância do descanso da mãe: "É recomendado tentar repousar sempre que possível e aceitar auxílio de familiares e amigos para cuidar do bebê". Técnicas de relaxamento também são úteis.

Também é possível receber o apoio de galactogogos, alimentos e medicamentos que ajudam a aumentar a lactação. Aveia, quinoa e lentilhas são exemplos de alimentos ricos em nutrientes e conhecidos por seus benefícios secundários na produção do leite.

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Chupetas e bicos para os bebês podem causar interferência na frequência e pega do bebê, além da produção láctea. Foto: Freepik

Cuidado com os mamilos

Durante o período de amamentação, é comum que muitas mamães foquem apenas no bem-estar do bebê. Entretanto, o autocuidado não pode ser deixado de lado. Mamilos doloridos ou fissurados são queixas comuns, e que devem ser tratados da maneira correta.

Anatália diz que há modos para aliviar esse desconforto. O primeiro passo é garantir que o bebê faça uma pega correta: "deve abocanhar uma grande parte da aréola, não apenas o mamilo". A pega inadequada é uma das principais causas de dor e fissuras.

As mamães também devem experimentar diferentes posições, de modo que encontram a mais confortável para a amamentação sem dor. Não se esqueça de oferecer as duas mamas para manter a produção. A especialista ainda indica a aplicação de um pouco de leite humano nos mamilos após a amamentação e deixá-los secar antes de guardá-los.

"O leite tem propriedades antibacterianas e pode ajudar na cicatrização". Ao mesmo tempo, deve-se evitar o uso de conchas ou absorventes para os seios, que podem deixar o local úmido e quente, facilitando o crescimento de microrganismos que podem gerar infecções.

Dores persistentes ou fissuras que não melhoram devem ser comunicadas a um profissional. Pode ser necessário que ele ajuste a técnica de amamentação, além de checar a possibilidade de infecções em uma avaliação médica".

Amamentação saudável

A saúde da mãe é outro fator fundamental quando o assunto é amamentação sem dor. Isso, claro, depende de uma alimentação. De acordo com Anatália, não há uma dieta específica para o período, mas a importância de uma dieta equilibrada e nutritiva é evidente.

"Inclua frutas, verduras, legumes, proteínas como carnes magras, peixes, ovos e leguminosas, cereais integrais e laticínios no cardápio", orienta a doutora em Ciências da Saúde. Além disso, dietas rigorosas e restrições alimentares não são recomendadas durante os primeiros seis meses: "Nutrição adequada é um dos principais pilares para a saúde materna e do recém-nascido". 

A hidratação adequada também é essencial para a produção e qualidade do leite humano, que é composto por aproximadamente 87 a 90% de água. As mamães devem beber líquidos antes e depois da amamentação. Anatália indica manter uma garrafa próxima sempre: "Se a pessoa não ingerir água suficiente, ela pode desidratar, resultando em fadiga, tontura e na redução de sua produção láctea".

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Uma amamentação saudável depende diretamente da alimentação da mãe. Foto: Freepik

Por fim, a saúde mental também merece atenção. A amamentação é um período prazeroso, mas também difícil — sobretudo nas primeiras semanas, quando as mamadas são frequentes, inclusive à noite. Sinais de estresse e cansaço são comuns, mas não podem ser ignorados.

Não tenha medo de demonstrá-los e pedir ajuda. Uma rede de apoio auxilia o processo, além do contato com outras mães e grupos de apoio à amamentação. Dedique-se tempo para si, com atividades relaxates, como caminhadas, meditação e banhos prolongados, qiue ajudam a prevenir a ansiedade.

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