A ex-A Fazenda Nathalia Valente, que recentemente deu à luz seu primeiro filho, chamou atenção ao compartilhar que está amamentando mesmo tendo próteses de silicone, algo que ainda levanta dúvidas em muita gente. Afinal, será que a presença da prótese pode atrapalhar a amamentação?
Para responder à questão, ouvimos dois especialistas, o ginecologista e obstetra Vinicius Bassega, especializado em reprodução assistida, e o cirurgião plástico Marco Polo Rios, referência em procedimentos de mommymakeover. Ambos explicam que, na maioria dos casos, o silicone não impede a produção ou a liberação do leite, mas ressaltam pontos de atenção.
Pode amamentar com silicone?
“Na maioria dos casos, mulheres com próteses de silicone podem amamentar normalmente. O silicone é um material seguro e as próteses são geralmente colocadas atrás da glândula mamária, o que significa que não entram em contato direto com os ductos responsáveis pelo transporte do leite”, explica Vinicius.
O fator mais importante não é a presença da prótese em si, mas a técnica utilizada na cirurgia. “Incisões periareolares, ou seja, ao redor da aréola, podem, em alguns casos, afetar os ductos mamários e dificultar a passagem do leite. Por outro lado, incisões inframamárias, feitas na dobra da mama, ou axilares, na axila, preservam melhor as estruturas mamárias e são consideradas mais seguras para quem planeja amamentar”, completa.
“O implante de silicone não atrapalha a liberação ou a produção de leite. Ele é colocado atrás da glândula ou atrás do músculo, sem destruir o parênquima mamário ou o trajeto do leite”, esclarece, Marco.
Produção e qualidade do leite
“O silicone em si não interfere na produção ou na qualidade do leite materno, pois é um material seguro que não contamina o leite. O que pode afetar a capacidade de produzir ou liberar leite são fatores cirúrgicos, como danos aos ductos ou retirada de tecido glandular em outros procedimentos associados”, diz Vinicius.
Existe risco maior de complicações?
Não. A prótese de silicone não gera risco aumentado de complicações relacionadas à dor ou à mastite. Esses problemas estão relacionados à gestação e à própria amamentação. “O que pode acontecer é que, ao longo dos anos, o implante envelheça e apresente complicações próprias, como contratura ou ruptura, mas isso não está ligado ao ato de amamentar”, conta Marco.
Cuidados durante a gestação e lactação
Para gestantes que já possuem implantes, Vinicius destaca a importância do acompanhamento. Durante o pré-natal, é fundamental informar o obstetra sobre a presença das próteses para que ele possa realizar um monitoramento adequado. Além disso, é importante manter acompanhamento com obstetra ou mastologista durante a amamentação, observando sinais de alerta como inflamação, dor persistente, alterações na forma da mama ou secreções anormais.
Outro cuidado essencial é garantir a pega correta do bebê e o esvaziamento das mamas, prevenindo ingurgitamento e mastite, algo que pode acontecer com pessoas também sem próteses.
Alterações estéticas após a amamentação
A amamentação, por si só, traz mudanças estéticas às mamas, e isso pode ser ainda mais perceptível em mulheres com próteses. “A amamentação e a gestação são dois fatores que determinam muito a mudança das mamas. Em pacientes que têm prótese, esse aspecto estético pode mudar sim, podendo haver queda, alteração de tamanho ou mudança da consistência da pele e da glândula”, afirma Marco.
E para quem ainda não teve filhos?
O cirurgião também recomenda atenção para mulheres que pensam em engravidar após a colocação de prótese. “O ideal é que se oriente a paciente de que o período de gestação e a amamentação podem mudar o corpo e alterar o resultado da prótese. Se a mulher quiser colocar antes de engravidar, é melhor que não tenha filhos logo na sequência, ou que decida pela cirurgia após concluir o desejo de ter filhos”, diz.
Resumo:
A amamentação é possível para mulheres com próteses de silicone, desde que a técnica cirúrgica tenha preservado os ductos mamários. O silicone não altera a qualidade do leite, mas é importante acompanhamento médico para monitorar a saúde das mamas. Alterações estéticas após a gestação e a lactação podem ocorrer, e especialistas recomendam avaliar o momento da cirurgia para quem ainda pretende engravidar.
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