“De onde vêm os bebês?”
Esse questionamento é clássico, mas outros temas envolvendo a sexualidade (como curiosidades sobre os órgãos sexuais e masturbação) também podem aparecer. Karin Kenzler, orientadora educacional do Colégio Humboldt, explica que o segredo é agir com naturalidade.
“Se possível, devolva a pergunta para a criança, para entender qual é sua real curiosidade”, ressalta. Diga, por exemplo: “De onde você acha que eles vêm?” A partir da resposta, você saberá o nível de conhecimento do pequeno com relação ao assunto e poderá ser mais clara. Mentir nunca é uma boa opção, assim como se esquivar dizendo que “esse é um assunto para adultos”. Fazendo isso, você pode acabar fechando o canal de comunicação com seu filho, que mais para frente pode preferir tirar as próprias dúvidas na internet ou com os amigos. Lembre-se também de adequar a resposta à idade do seu filho. Uma boa tática para fazer isso é ser precisa, respondendo ao que foi perguntado, em uma linguagem simples de entender. Já na adolescência, o mais comum é que eles sintam vergonha. Caso considere que está na hora de falar sobre métodos anticoncepcionais ou prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, evite conversa formal. “Muitos se sentem mais confortáveis quando os pais tocam no assunto através de exemplos de terceiros, como os personagens de uma novela ou de uma série”, explica a especialista.
“O que é ser gay?”
Crianças são observadoras e estão sempre de olho no comportamento dos adultos. Seja por meio da televisão, de parentes ou conhecidos, a questão da orientação sexual logo aparece entre os seus questionamentos. Caso o assunto venha à tona, basta explicar o que foi perguntado, dizendo, por exemplo, que homens gays gostam de outros homens ou lésbicas gostam de outras mulheres. “Se mais
questões relacionadas à sexualidade aparecerem, como a possibilidade de ter filhos, uma boa saída é dizer que eles não podem gerar filhos, mas podem ser ótimos pais ou mães.” Este é um momento propício para explicar sobre a diversidade social, ressaltando que nós não escolhemos por quem vamos nos apaixonar e que todas as formas de amor são válidas.
“O vovô foi para o céu?”
A morte continua sendo um dos temas mais difíceis a serem tratados, principalmente quando envolve o falecimento de algum parente
próximo. Delicadeza aqui é a palavra-chave, mas sem deixar a sinceridade de lado. “Até os 10 anos, as crianças tendem a levar tudo ao pé da letra, por isso o ideal é evitar expressões como descansar ou viajar”, alerta Karin. Mais para frente, elas podem desenvolver o medo de ir dormir ou viajar por causa disso, pois passam a fantasiar que não voltarão mais. Não tenha medo de usar a palavra morte, deixando claro que esse processo ocorre com todos os seres vivos. Semear uma plantinha, mostrar como ela nasce, cresce e depois vai
murchando é uma boa tática para abordar o assunto com os pequenos. O importante é deixar claro que esse estado é permanente, e não
pode ser revertido com o passar do tempo, pois muitas costumam ficar confusas, esperando que o bichinho de estimação que já se foi, por
exemplo, volte no dia seguinte.
“Cerveja tem que gosto?”
Sabe aquele churrasco de família em que um ou outro familiar costuma passar do ponto na cerveja ou na caipirinha? A maior parte das
crianças acaba tomando contato com a bebida alcoólica nessas confraternizações. “O importante, quando o assunto são as drogas e as
bebidas alcoólicas, é ressaltar que elas trazem sensações prazerosas. Mas que, por outro lado, fazem mal ao organismo”, explica a orientadora. Não vale dizer que aquilo é ruim e que, por isso, a criança ou adolescente deve ficar longe da substância. Só isso não convence!