A troca regular do travesseiro é essencial para evitar o acúmulo de alérgenos prejudiciais às vias respiratórias - Foto: Freepik
O PERIGO DORME JUNTO!

Alergias respiratórias: conheça o perigo dos travesseiros

Saiba como reduzir a presença de alérgenos no ambiente, muitas vezes hospedados nos travesseiros, um dos vilões das alergias respiratórias

Guilherme Giagio Publicado em 28/10/2024, às 13h00

Coceira, coriza, tosse e congestão nasal: esses são alguns dos sintomas mais comuns das já conhecidas alergias respiratórias. O problema é mais comum do que parece e afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% da população mundial sofre com o problema.No entanto, um agente causador muito comum é frequentemente ignorado. Trata-se do travesseiro, que pode se tornar um grande vilão para quem já convive com problemas respiratórios.

O item é um ambiente propício para a proliferação de microrganismos e alérgenos, incluindo ácaros e fungos. A médica otorrinolaringologista Cristiane Passos Dias Levy, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, especialista em alergias respiratórias, detalhou o impacto.

Como o travesseiro impacta as alergias respiratórias?

Segundo a médica, o acúmulo desses organismos causadores ocorre por causa das secreções liberadas pelo corpo durante o sono: "Com o passar do tempo, os travesseiros acumulam uma enorme quantidade de microrganismos, que se alimentam de secreções eliminadas durante o sono, seja pela boca (saliva), ouvidos (cerume), olhos (lágrimas), nariz (coriza), cabelos (seborreia) e até mesmo pela pele (suor e pele morta)".

"Isso tudo se dispersa em uma poeira fina que pode ser facilmente inalada e causar alergias", acrescenta a especialista, que continua: "É um acessório diariamente submetido a uma contaminação maciça".

O uso de capas de proteção antiácaro pode ajudar a reduzir significativamente o contato com alérgenos comuns em travesseiros e colchões. Foto: Freepik

 

Esse processo é intensificado em ambientes com pouca ventilação, onde esses agentes alérgenos se proliferam com mais facilidade. Estudos indicam que, após dois anos de uso, entre 10% e 25% do peso de um travesseiro pode consistir de ácaros e células mortas da pele. 

Além disso, há as secreções artificiais como cosméticos, perfumes, tinturas e maquiagem, que também costumam estar presentes."Por isso, há um cuidado especial em termos de higienização, além da troca a cada dois anos, que é o prazo recomendado por especialistas”, destaca Cristiane.

Alergias respiratórias: o controle de alérgenos

A médica sugere que a lavagem seja feita em lavanderias especializadas que garantam a secagem completa do item, uma vez que as máquinas domésticas podem não oferecer a secagem necessária para evitar a proliferação de fungos e ácaros. Esse tipo de higienização pode ser realizado a cada seis meses, dependendo das condições do ambiente.

Para os alérgicos a ácaros, o uso de capas de proteção antiácaro em travesseiros e colchões é uma medida eficiente para minimizar a exposição. Essas capas devem ser lavadas a cada três ou quatro semanas para manter sua eficácia.

Além dos cuidados com o travesseiro, outras medidas simples podem ajudar a reduzir a presença de alérgenos no ambiente. Entre as atitudes, algumas se destacam:

Diagnóstico e tratamento das alergias respiratórias

Os sintomas das alergias respiratórias, que incluem espirros, coceira e congestão nasal, podem ser facilmente confundidos com outros problemas, como os de um resfriado comum. No entanto, existem algumas diferenças que ajudam a diferenciar as condições.

O diagnóstico correto é fundamental para que o tratamento seja adequado, envolvendo medidas para minimizar o contato com os agentes alérgenos. Em conjunto com cuidados de limpeza e higiene, o acompanhamento médico é essencial para controlar e prevenir crises.

Entre as alergias respiratórias mais comuns, estão a rinite, rinossinusite, asma brônquica, bronquite e alveolite alérgica extrínseca. Vale lembrar que poeira e mofo contida em travesseiros não são os únicos causadores. Conheça outros:

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