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Doação de cérebro? Veja como funcionaria o desejo expressado por Maguila antes de morrer

Ex-pugilista Maguila morreu aos 66 anos na última quarta-feira (24); ídolo do boxe nacional, ele lutava contra a encefalopatia traumática crônica

Da redação Publicado em 25/10/2024, às 09h30

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Antes de morrer, o ex-pugilista Maguila expressou sua vontade em doar o cérebro para um centro de pesquisas - Reprodução/Redes sociais
Antes de morrer, o ex-pugilista Maguila expressou sua vontade em doar o cérebro para um centro de pesquisas - Reprodução/Redes sociais

O renomado ex-pugilista Maguila, que morreu na última quinta-feira (24) aos 66 anos, havia manifestado, em uma entrevista realizada em 2018, o desejo de doar seu cérebro para fins de pesquisa científica após sua morte. Mas, afinal, como funciona a doação de cérebro?

Maguila, que marcou seu nome como um dos maiores pesos-pesados do boxe nacional, enfrentava uma condição degenerativa conhecida como encefalopatia traumática crônica, anteriormente chamada de "demência pugilística" até a década de 1990.

Doação de cérebro

O ex-pugilista Maguila expressou que sua intenção em doar o órgão estava ligada à possibilidade de contribuir para estudos sobre a doença que enfrentava. Em entrevista à TV Globo em 2018, o ex-boxeador declarou que, embora desejasse viver até os 100 anos, via a doação de cérebro como um meio de auxiliar pesquisas futuras.

O destino do órgão seria a Universidade de São Paulo (USP), conforme informações divulgadas pelo Globo Esporte. Na USP, há uma equipe dedicada a investigar os efeitos dos impactos repetidos na cabeça em esportes de contato, como boxe, futebol e rúgbi. Este tipo de estudo é crucial para o desenvolvimento de estratégias preventivas.

Um exemplo similar foi a família do jogador Bellini, campeão mundial em 1958, que também optou pela doação do cérebro para contribuir com pesquisas sobre encefalopatia traumática crônica. A contribuição ajudou a consolidar o acervo da USP como o segundo maior banco de cérebros do mundo, com aproximadamente 5.000 doações.

O banco de cérebros da USP

O banco de cérebros da Universidade de São Paulo teve início em 2005 e se expandiu rapidamente ao longo dos anos. A USP administra o Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), considerado o maior centro de autópsias globalmente, encarregado da emissão de atestados para mortes por causas naturais na cidade de São Paulo.

Para realizar uma doação ao banco de cérebros, é necessário que os familiares respondam a um questionário abrangente sobre o histórico médico e social do falecido. As questões incluem detalhes sobre doenças preexistentes, memória, mobilidade, funcionalidade cognitiva, transtornos psiquiátricos e situação socioeconômica. Essas informações permitem a classificação dos cérebros e ajudam a garantir uma coleção diversificada entre espécimes saudáveis e com doenças.

Após a coleta, os cérebros passam por um processo rigoroso de conservação para que possam ser analisados microscopicamente. O principal objetivo dessas pesquisas é aprofundar o conhecimento sobre o envelhecimento cerebral e contribuir para o desenvolvimento de estratégias preventivas e terapêuticas. Segundo dados divulgados pelo UOL em 2021, a idade média dos cérebros armazenados na Faculdade de Medicina da USP é de 70 anos.

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