Apesar de ser um remake, a novela ‘Renascer‘ não seguiu a primeira versão à risca. No capítulo exibido na última quarta-feira (7), por exemplo, Buba (Gabriela Medeiros) revelou a José Venâncio (Rodrigo Simas) que é uma mulher trans. Porém, esse enredo é diferente da versão original da novela, que foi ao ar em 1993.
Na primeira versão, a personagem foi interpretada por Maria Luísa Mendonça. Assim como no remake, ela mantinha um relacionamento com o filho de José Inocêncio, casado com Eliana, papel desempenhado por Patrícia Pillar e, agora, por Sophie Charlotte. A diferença, no entanto, é que Buba era uma pessoa intersexo e chamada de hermafrodita, mas essa palavra não é mais usada.
Alguns telespectadores comentaram no X (antigo Twitter) sobre a modificação na trama. “Na versão original, Buba era colocada como hermafrodita, termo que não é mais usado e, sim, intersexo. Luperi quis mudar, porque disse que o público ia ‘entender melhor’ sendo trans“, escreveu um usuário do aplicativo.
“Eu sou uma mulher trans.”
Na versão original Buba era colocada como hermafrodita, termo que não é mais usado e, sim, intersexo. Luperi quis mudar pq disse que o público ia “entender melhor” sendo trans. #Renascer pic.twitter.com/GVSOLg7ubr
— Sérgio Santos (@ZAMENZA) February 8, 2024
A diferença é que intersexuais nascem com características sexuais, como testículos e ovários, que não se encaixam nas noções binárias típicas de corpos masculinos ou femininos, enquanto transexuais são pessoas que não se identificam com o sexo biológico que lhe foi atribuído ao nascer.
Autor do remake, Bruno Luperi comentou sobre a mudança em entrevista ao Gshow. Ele disse que achou necessária fazer essa alteração no roteiro para que a novela se adequasse ao momento atual da sociedade e às pautas sociais que são abordadas. “A Buba ser uma pessoa intersexo na primeira versão foi um assunto muito bem estabelecido, muito bem colocado e que trouxe muitos avanços. A necessidade de uma nova leitura sobre aquilo, diante do cenário de hoje, na minha concepção, se mostrou importante”, relatou o roteirista.
“A ideia não é tirar uma questão, mas sim adicionar novas camadas e trazer o assunto da diversidade, o assunto de gênero sob uma nova perspectiva que permita que mais discussões sejam feitas”, finalizou.