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Programação da TV / Chance de Oscar

‘Ainda Estou Aqui’ estreia nos cinemas brasileiros com resgate de memória histórica e orgulho nacional

Fernanda Torres e Selton Mello falam sobre período sombrio da ditadura e o impacto de 'Ainda Estou Aqui' no cenário cultural brasileiro; confira

Marina Borges
por Marina Borges
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Publicado em 07/11/2024, às 17h45

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'Ainda Estou Aqui' estreou nos cinemas do Brasil - Divulgação
'Ainda Estou Aqui' estreou nos cinemas do Brasil - Divulgação

O aguardado filme 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles, chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, com uma mensagem poderosa sobre a memória histórica do país e a defesa da democracia. A produção é inspirada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e traz uma reflexão profunda sobre os anos de repressão durante a ditadura militar brasileira, além de reafirmar o poder do cinema nacional como meio de conscientização social.

Fernanda Torres, uma das protagonistas, destacou em entrevista recente que o longa serve como um lembrete importante para as novas gerações, que não vivenciaram o período sombrio da ditadura, reforçando que “a democracia é falha, mas é o melhor que temos”. A atriz acredita que a obra é fundamental para despertar o olhar crítico dos mais jovens sobre as ameaças dos regimes autoritários.

A jornada de Eunice Paiva e sua relevância histórica

O enredo de 'Ainda Estou Aqui' é centrado na trajetória de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, que se torna uma das maiores defensoras dos Direitos Humanos no país após a morte de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello. Durante os anos de chumbo, Rubens foi uma das figuras políticas brasileiras que sofreram diretamente com a repressão, desaparecendo nas mãos do regime militar. Após a perda devastadora do marido, Eunice transforma sua dor em uma luta pública e incansável, expondo as injustiças e horrores da ditadura enquanto busca justiça.

Esse papel traz um valor histórico e emocional para o filme, à medida que Torres encarna a força e a resiliência de uma mulher que, em meio à repressão e à violência, ergue sua voz contra a injustiça. Sua interpretação dá vida a um período ainda delicado e muitas vezes ignorado da história nacional, resgatando a memória de tantas famílias que, como Eunice, sofreram com a perda e o silêncio.

O resgate do orgulho pelo cinema brasileiro

Além de seu papel no filme, Selton Mello tem expressado, em entrevistas, sua empolgação com o renascimento do orgulho pelo cinema nacional, reforçado pela qualidade e diversidade das produções recentes. Segundo ele, 'Ainda Estou Aqui' faz parte de uma safra de filmes brasileiros que têm sido reconhecidos e premiados internacionalmente, reforçando o valor artístico do Brasil.

O ator menciona que esta fase de recuperação do orgulho pelo cinema nacional é motivo de comemoração, e que produções como essa têm o poder de elevar a cultura brasileira no cenário global. Em suas palavras, “só de resgatar ou ter esse orgulho do nosso cinema, já é maravilhoso”.

Para Mello, o filme representa mais do que uma oportunidade de mostrar sua atuação: é uma chance de refletir sobre o legado histórico brasileiro e sobre como o cinema pode resgatar a identidade e a memória coletiva do país. A produção também faz parte de uma leva de filmes que alcançam festivais internacionais, o que reforça a importância de valorizarmos o que é produzido em território nacional.

Expectativas para o Oscar e a recepção internacional

'Ainda Estou Aqui' tem despertado grandes expectativas para uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional, marcando a possibilidade de o Brasil concorrer ao prêmio pela primeira vez desde 'Central do Brasil', em 1999. A crítica internacional já elogiou a atuação de Fernanda Torres, a sensibilidade da direção de Walter Salles e a qualidade do roteiro, que equilibra o drama pessoal de Eunice com uma crítica social abrangente. Esse interesse mundial reforça a relevância do filme e projeta o potencial do Brasil no cenário cinematográfico.

Ainda Estou Aqui
Fernanda Torres e Selton Mello durante entrevista sobre o filme 'Ainda Estou Aqui' - Foto: Reprodução/g1

Para a atriz, no entanto, o foco está mais na recepção do público brasileiro do que na premiação. Ela acredita que o impacto social e educativo do filme transcende as premiações, e que, independentemente do reconhecimento externo, a obra já cumpre um papel significativo ao trazer para o público um pouco da história e da luta de tantos brasileiros. "Só não quero que a pessoa ache que, se não vier o prêmio, o filme perdeu", disse Fernanda Torres.

Esse tipo de narrativa não só resgata a memória coletiva, mas também serve como alerta para que as liberdades conquistadas ao longo dos anos sejam sempre defendidas. 'Ainda Estou Aqui' não é apenas uma obra cinematográfica; é um símbolo de resistência e de orgulho nacional. Com interpretações brilhantes e uma narrativa que mistura ficção e realidade histórica, o filme oferece uma experiência enriquecedora para o público e convida à reflexão sobre a importância da democracia e da liberdade, reafirmando o valor do cinema nacional como um veículo de mudança e de resgate cultural. 

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