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Famosos / Exclusiva

Julia Guerra dá detalhes sobre sua trajetória como mulher no humor

Finalista de reality do Porta dos Fundos, Julia Guerra agora atua na novela bíblica Reis, da RecordTV, transitando facilmente pelo humor e a dramaturgia

Karla Precioso
por Karla Precioso
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Publicado em 20/09/2022, às 15h27

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Finalista de reality do Porta dos Fundos, a atriz agora atua na novela bíblica Reis, da RecordTV, transitando facilmente pelo humor e a dramaturgia - Instagram/@juliaguerrra
Finalista de reality do Porta dos Fundos, a atriz agora atua na novela bíblica Reis, da RecordTV, transitando facilmente pelo humor e a dramaturgia - Instagram/@juliaguerrra

Depois de ter atuado em Gênesis como Ávila, Julia Guerra agora dá vida à personagem Penina, em Reis, da RecordTV. Ela também já integrou o elenco de Os Dias Eram Assim e Deus Salve o Rei, da Globo, e foi uma das finalistas do reality Futuro Ex-Porta, cuja proposta era selecionar um humorista para participar do coletivo Porta dos Fundos, que tem o ator e roteirista Fábio Porchat como um de seus fundadores. Uma alegria e tanto para a atriz, que também é notoriamente uma comediante de mão cheia. A seguir, ela fala como enxerga a crescente presença feminina no humor e de que maneira transita por diferentes possibilidades, da comédia à dramaturgia bíblica.

Confira a entrevista completa:

Como você analisa a crescente presença feminina no humor?

Acho que estamos cada vez mais buscando nosso espaço e conquistando o mercado. Sempre existiu mulher engraçada, mas, por ser um meio muito masculino, acho que sempre tivemos que nos provar muito para sermos consideradas comediantes, enquanto que, com os homens, esse crivo nunca foi tão alto.

Fafy Siqueira, Dani Calabresa e várias outras já comentaram que sofreram com o machismo fazendo humor. Você já passou por isso?

Diretamente, ainda não, apesar de já ter visto muita competição feminina no meio da comédia – mulheres que não aceitam outras mulheres no meio e se sentem ameaçadas com qualquer figura feminina que possa virar uma “ameaça”. Acho isso terrível. Também já presenciei e percebi muito machismo velado. Nunca me esqueço de um dia estar num bar com comediantes [homens] influentes e eles falavam sobre quais humoristas mais se inspiravam, e nenhuma mulher foi mencionada. Percebi ali como a comédia ainda é um meio feito de homens e para homens.

Acredita no poder transformador do humor?

Sim! A risada, muitas vezes, é fruto de uma elaboração. Rimos quando não sabemos o que dizer, rimos da tragédia porque não sabemos como lidar com ela, rimos quando não se pode rir, rimos do que é engraçado e do que não é, rimos quando estamos sem graça etc. Então, acho que a risada é uma resposta do consciente e do inconsciente. Muitas vezes, já me percebi rindo de algo não necessariamente engraçado e me questionei o motivo. Quando nos questionamos, mudamos ou validamos um pensamento.

Você participou do reality Futuro ex-Porta, do Porta dos fundos. Como foi fazer parte do projeto que teve três mulheres na final, sendo você uma delas?

Foi muito legal. Sempre admirei os caras e estar na frente deles, podendo mostrar parte do meu trabalho, foi muito significativo. Chegar até a final, então, nem se fala. Saber que eles me acharam capaz de estar ali até o fim e saber que pessoas que são minhas referências de comédia, como o Fábio Porchat, curtiram muito o meu humor é algo que eu vou levar pra sempre. É uma honra pra mim ter recebido os elogios que recebi e ter arrancado as risadas que arranquei. Ter contracenado com o Fábio Porchat na final é, com certeza absoluta, um dos pontos mais altos da minha carreira - e vão estar em meu currículo. Quando penso nisso quase não acredito que foi real.

Agora, você está em Reis, da RecordTV. Fale sobre sua personagem.

Minha personagem se chama Penina, a segunda esposa de Elcana. Ela é uma mulher um pouco amargurada por não receber o mesmo amor que a primeira esposa, a Ana, recebe do marido. O trunfo dela é que Elcana se casou com ela porque Ana não conseguia dar filhos a ele, então, ela vive se gabando por ser a esposa que pode dar herdeiros a ele.

Naquela época, uma das maiores “qualidades” de uma mulher era a sua fertilidade… De um programa de humor para uma novela bíblica. Como é transitar por diferentes possibilidades?

Eu diria que é uma esquizofrenia maravilhosa, né [risos]? Adoro saber que consigo transitar entre diferentes estilos e que sou valorizada por isso também. Apesar de tudo, acho que acabei levando um sopro de comédia para os personagens bíblicos que fiz. Poder levar alguma leveza para uma história que, às vezes, é bastante densa, é bem interessante. A Penina é uma personagem que flerta com a vilania e isso me deixou muito feliz, pois sempre quis fazer uma vilã. Ao interpretá-la, pude trabalhar com sentimentos mais complexos, como a inveja, que é um dos principais aspectos da relação de Penina, Ana e Elcana. No entanto, também existem momentos em que eu trouxe uma leveza cômica para a cena. Gosto de poder mostrar diferentes faces da minha atuação.