O Banco Central vai implementar novas regras do Pix a partir desta sexta-feira (1º); veja como elas podem afetar seu dia a dia
Publicado em 31/10/2024, às 20h30
É provável que você use o Pix com frequência e já não consegue mais se imaginar sem esta ferramenta no dia a dia. Com tamanho crescimento, o Banco Central (BC) vem implementando mudanças. Por isso, a partir de 1º de novembro, serão implementadas as novas regras do Pix.
As medidas visam fortalecer a segurança nas transações realizadas através do sistema, incluindo um limite de R$ 200 por transação e R$ 1 mil ao dia nos dispositivos que não são conhecidos pelo banco, ou seja, em aparelhos não estejam cadastrados.
"Com isso, fica mais difícil pra um golpista pegar o seu celular e, mesmo que ele consiga acessar sua conta, movimentar valores altos. E com essa trava, o banco ganha tempo para reverter as operações e devolver a grana pra quem foi vítima. Isso dá mais segurança pro cliente do banco", diz Raul Sena, educador financeiro, fundador da escola de investimentos AUVP, à AnaMaria.
Para efetuar transferências que ultrapassem esses valores, será necessário que os usuários registrem seus aparelhos, sejam eles celulares ou computadores pessoais, no banco.
De acordo com Raul, as instituições financeiras precisarão atuar mais ativamente contra os golpistas e adotar soluções adequadas para gerenciar processos como registro, exclusão, alteração, portabilidade e reivindicação de posse das chaves Pix. Além disso, devem controlar rigorosamente a entrada e saída de recursos nas contas dos usuários.
"Isso quer dizer que eles vão precisar melhorar o sistema de identificação de transações estranhas – aquelas que saem do padrão do cliente. Além disso, vão colocar avisos nas plataformas para alertar sobre os riscos e golpes mais comuns, e fazer uma espécie de “checagem” a cada seis meses pra ver se alguém está com a ficha suja no Banco Central. Dessa forma, quem já usou uma conta pra dar golpe pode ser identificado mais rápido", explica.
De acordo com o BC, as novas regras do Pix nos protocolos de segurança têm o objetivo primordial de combater fraudes e golpes, assegurando que ele continue a ser uma ferramenta segura para toda a população.
Seguindo as novas regras do Pix, para iniciar uma transação acima do valor de R$ 200, o dispositivo utilizado (seja celular ou computador pessoal) deverá estar previamente registrado pelo cliente. Essa exigência reduz significativamente o risco de fraude por parte de criminosos que utilizam dispositivos não habituais para executar transações.
É importante destacar que essa obrigação se aplica apenas a dispositivos nunca antes usados para iniciar uma transação Pix pelo usuário. O intuito é dificultar fraudes em que agentes mal-intencionados obtêm credenciais dos clientes por meio de roubo ou engenharia social.
"O Banco Central continua empenhado em tornar o Pix cada vez mais seguro. As novas medidas ajudarão a reduzir a probabilidade de certos tipos de golpes e permitirão que as instituições participantes façam uso mais eficiente das informações antifraude disponíveis em nossos sistemas", afirmou Breno Lobo, chefe adjunto do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.
E por falar em golpe do Pix, apesar da ferramenta ter seus níveis de segurança aumentados, ainda é necessário tomar algumas medidas para evitar fraudes.
"A regra de ouro é desconfiar sempre. Nunca passe dados pessoais ou de alguma conta via telefone, mensagem ou redes sociais. Se alguém te pedir pra fazer um Pix, confirma a história antes… liga pra pessoa. Outra dica boa é cadastrar no banco os aparelhos que você usa e manter o limite de Pix mais baixo pra situações normais. Assim, se precisar liberar um valor maior, você controla no app na hora e evita problemas", recomenda Raul.
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