Um aborto espontâneo interrompeu a gravidez da apresentadora na 11ª semana; entenda como se dá o processo de luto após uma perda gestacional
Nesta semana, a apresentadora Sabrina Sato compartilhou um momento doloroso: o aborto espontâneo que interrompeu sua segunda gravidez na 11ª semana. Aos 43 anos, a apresentadora e seu noivo, Nicolas Prattes, enfrentam o impacto emocional dessa perda gestacional, um evento que, segundo especialistas, afeta profundamente a saúde psicológica da mulher e requer apoio emocional para ser processado.
Embora comum, essa perda desencadeia sentimentos complexos de luto, culpa e, em alguns casos, pode evoluir para quadros mais graves de ansiedade ou depressão. Conforme relatado pela psiquiatra Tâmara Marques Kenski, pós-graduada pelo Instituto Superior de Medicina de São Paulo (ISDM-SP), o luto após um aborto espontâneo é uma realidade vivida intensamente, pois a conexão emocional entre mãe e bebê começa desde os primeiros estágios da gestação.
A perda gestacional, como no caso de Sabrina Sato, pode desencadear uma série de reações emocionais que vão além da tristeza. Tâmara explica que o aborto espontâneo traz um luto verdadeiro, pois, para a mãe, o vínculo emocional com o feto já está formado. Muitas mulheres experimentam uma gama de sentimentos intensos, como culpa, tristeza e até vergonha, tentando entender se houve algo que poderiam ter feito para evitar a perda.
A psiquiatra destaca que, diante da ausência de uma causa clara para o aborto, muitas mulheres acabam se questionando e internalizando a culpa, o que pode prejudicar a autoestima e criar medos em relação a futuras gestações. A psiquiatra alerta que esses sentimentos são comuns e fazem parte do processo de luto, sendo normal que a mulher precise de tempo para processar a perda.
A vivência do luto após um aborto espontâneo é única e pessoal para cada mulher. De acordo com Kenski, é importante que a mulher se permita sentir a dor, sem julgamentos, e compreenda que não há uma maneira “correta” de lidar com essa experiência. Esse processo pode envolver sentimentos variados — tristeza, raiva, confusão — e é essencial vivenciar cada um deles para uma recuperação saudável.
A especialista orienta que buscar o apoio emocional de familiares e amigos ou de um terapeuta pode ser uma ajuda importante para a mulher. Falar sobre a perda, ao sentir-se pronta para isso, pode aliviar o peso emocional. Além disso, o acompanhamento psicológico ajuda a criar estratégias para enfrentar essa fase, proporcionando suporte profissional e orientações para lidar com o luto de forma construtiva.
A perda gestacional impacta não apenas a mulher, mas também o casal e, em muitos casos, a família. Kenski salienta a importância de uma comunicação aberta entre o casal, permitindo que ambos compartilhem seus sentimentos e respeitem o tempo de cada um. “Essa perda pode afetar o casal, e é essencial manter uma comunicação aberta e respeitar o tempo e o espaço de cada um”, explica Kenski.
Além disso, a pressão externa pode prejudicar o processo de luto. Em muitos casos, a sociedade não compreende plenamente o impacto do aborto espontâneo, levando a mulher a se sentir incompreendida ou até mesmo pressionada a superar rapidamente a situação. Evitar essas pressões externas e criar um ambiente acolhedor e sem julgamentos é fundamental para que o casal e a família consigam lidar com a perda de maneira saudável.
Para Kenski, adotar hábitos saudáveis e autocuidado pode ser importante durante o período de recuperação. Manter uma rotina de alimentação equilibrada, atividade física moderada e atenção ao bem-estar emocional são práticas que auxiliam no processo de cura e ajudam a mulher a restabelecer sua autoconfiança e autoestima.
Ela também ressalta que o apoio de grupos de suporte com outras mulheres que passaram por experiências semelhantes pode ser reconfortante e fortalecedor. Esses grupos oferecem um espaço seguro para compartilhar vivências e compreender que, apesar da dor, não estão sozinhas. Esse contato com outras pessoas que vivenciaram a mesma situação contribui para a redução do isolamento e para o fortalecimento emocional.
Em alguns casos, a dor emocional provocada pelo aborto espontâneo pode evoluir para um quadro de depressão, caracterizado por tristeza persistente, isolamento social, dificuldade de seguir com a rotina e até mesmo problemas nos relacionamentos. Kenski destaca que, quando os sintomas se tornam contínuos e interferem na qualidade de vida, é importante buscar a ajuda de um profissional de saúde mental.
Um terapeuta ou psiquiatra pode avaliar a situação e propor um tratamento adequado, ajudando a mulher a superar a perda e resgatar sua qualidade de vida. A psiquiatra reforça que não há vergonha em pedir ajuda e que esse apoio pode ser crucial para o restabelecimento emocional, especialmente quando a tristeza ou a ansiedade se tornam intensas.
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