Câncer de próstata se desenvolve lentamente e, em muitos casos, não apresenta sintomas iniciais — campanha destaca a importância do diagnóstico precoce
Da Redação Publicado em 12/11/2024, às 15h30
A cada dia, 47 homens perdem a vida para o câncer de próstata no Brasil. O alerta vem do Ministério da Saúde, que registrou 17.093 mortes em 2023. Esses dados reforçam a importância da campanha Novembro Azul, que busca conscientizar a população masculina sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, a segunda causa mais comum de mortes por câncer entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele.
O câncer de próstata é um problema de saúde que afeta milhares de famílias no país. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), são estimados cerca de 71.730 novos casos a cada ano entre 2023 e 2025, o que representa, em média, 196 diagnósticos diários. Esse tipo de tumor se desenvolve de forma lenta e, em muitos casos, não apresenta sintomas iniciais, o que dificulta sua detecção precoce.
O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Luiz Otávio Torres, enfatiza que alguns grupos apresentam maior risco de desenvolver a doença. “Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, obesidade, sedentarismo e tabagismo. Homens negros também enfrentam um risco mais elevado de desenvolver formas mais agressivas da doença, devido a questões genéticas”, explica à Folha de São Paulo.
Quando o câncer de próstata é diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura são altas, chegando a 90% dos casos. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, terapia hormonal ou uma combinação dessas abordagens. No entanto, a detecção precoce é essencial para que o tratamento seja eficaz. Em estágios mais avançados, as opções se tornam mais restritas, focando no alívio dos sintomas e na manutenção da qualidade de vida.
“É preocupante que muitos homens no Brasil ainda evitem procurar o médico ou realizar exames preventivos por medo ou preconceito em relação ao exame de toque retal”, afirma Torres. Dados recentes mostram que três em cada dez homens nunca realizaram nem têm a intenção de fazer o exame. Essa resistência pode ser um obstáculo significativo para a redução das taxas de mortalidade.
A principal recomendação dos especialistas é que homens a partir dos 50 anos realizem consultas anuais com um urologista, mesmo sem sintomas. Para aqueles com fatores de risco, como histórico familiar de câncer de próstata, a orientação é iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos. A prevenção também inclui adotar hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e evitar o tabagismo.
Torres lembra que “o diagnóstico precoce salva vidas, e é por isso que o Novembro Azul é tão importante. É uma oportunidade de sensibilizar a sociedade e encorajar os homens a cuidar da própria saúde sem preconceitos”.
A conscientização não é apenas sobre exames e estatísticas, mas sobre abrir espaço para conversas francas e desmistificar tabus. Cuidar da saúde é um ato de amor-próprio e, quando falamos em câncer de próstata, pode ser a diferença entre a vida e a morte.
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