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Inverno e saúde pulmonar: como as temperaturas baixas contribuem para doenças respiratórias

Entenda como o frio intenso afeta a saúde dos pulmões e o que você pode fazer para evitar problemas e doenças respiratórias no inverno

Beatriz Caroline Men
por Beatriz Caroline Men

Publicado em 16/08/2024, às 10h00

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Inverno e saúde pulmonar: como as temperaturas baixas contribuem para doenças respiratórias - Freepik
Inverno e saúde pulmonar: como as temperaturas baixas contribuem para doenças respiratórias - Freepik

À medida que o inverno se instala e as temperaturas começam a despencar, é comum que muitos de nós sintamos o impacto do frio não apenas no bem-estar geral, mas também na saúde dos nossos pulmões.

O ar gelado e seco da estação não é apenas um desconforto passageiro; ele pode ter implicações sérias para a nossa saúde respiratória. Com a chegada do inverno, o risco de doenças respiratórias como gripes, resfriados e bronquite tende a aumentar, e aqueles com condições pulmonares preexistentes frequentemente enfrentam um agravamento dos sintomas.

AnaMaria conversou com o médico Alexandre Chieppe, que nos conta de quais maneiras a exposição ao frio pode afetar a saúde respiratória e como reduzir os riscos durante o inverno. 

Por conta das baixas temperaturas, vírus e bactérias tendem a sobreviver mais tempo no ambiente
Por conta das baixas temperaturas, vírus e bactérias tendem a sobreviver mais tempo no ambiente - Freepik

Imunidade baixa durante o inverno

Com a chegada do inverno, muitos de nós notamos uma sensação crescente de cansaço e uma maior incidência de doenças. Essa percepção não é coincidência, pois as baixas temperaturas e as condições típicas da estação desempenham um papel crucial na redução da imunidade, tornando nosso corpo mais suscetível a infecções e problemas de saúde, principalmente doenças respiratórias. 

"O tempo seco no inverno, quando a temperatura geralmente é mais baixa, contribui para o aumento das alergias respiratórias, devido à alta concentração de poluentes na atmosfera. O aumento da transmissão ocorre principalmente pelo confinamento e maior tempo de permanência em espaços fechados e com pouca ventilação", afirma Alexandre. 

Além das infecções virais, o inverno traz um agravamento das condições respiratórias crônicas. A rinite alérgica e a asma brônquica, por exemplo, são frequentemente exacerbadas durante a estação fria. O ar seco e gelado pode irritar as vias respiratórias, intensificando os sintomas em pessoas que já sofrem dessas condições.

Para aqueles com rinite alérgica, o frio pode aumentar a inflamação nasal, enquanto indivíduos com asma podem enfrentar crises mais frequentes e graves devido à exposição ao ar frio e seco.

"Frios extremos podem causar queimaduras, hipotermia e até o óbito. De forma geral, além das doenças respiratórias, com a queda da temperatura podem ocorrer com maior frequência dor e rigidez nas articulações e alterações de pele como coceira e erupção cutânea" aponta ele. 

Mecanismos fisiológicos do corpo

Durante os meses frios, a mucosa nasal, nossa primeira linha de defesa contra vírus e patógenos, tende a ressecar. Essa camada protetora desempenha um papel crucial na captura e eliminação de microrganismos que tentam entrar no organismo. Quando o ar é frio e seco, a mucosa nasal perde umidade, comprometendo sua capacidade de filtrar e neutralizar esses agentes patogênicos.

O efeito do frio não se limita à mucosa nasal. O ar seco também reduz a produção de muco pelas glândulas das vias aéreas. Esse muco é essencial para a proteção das vias respiratórias, pois contém enzimas e anticorpos que combatem infecções. Com menos muco disponível, a capacidade do organismo de se defender contra vírus e bactérias fica enfraquecida.

Além disso, o frio afeta o transporte do muco das vias aéreas inferiores para as superiores. Normalmente, um mecanismo chamado transporte muco ciliar ajuda a mover o muco em direção à garganta, onde ele pode ser eliminado.

No entanto, o ar seco e frio pode interromper esse processo, fazendo com que o muco se acumule nas vias respiratórias inferiores. Esse acúmulo cria um ambiente mais propício para a proliferação de doenças respiratórias, como resfriados, gripes e bronquite.

Aprenda a cuidar do seu corpo e da sua saúde mesmo durante o inverno
Aprenda a cuidar do seu corpo e da sua saúde mesmo durante o inverno - Freepik

Reduza os riscos de doenças respiratórias 

O inverno pode ser um desafio para a saúde respiratória, mas adotar algumas medidas simples e eficazes pode fazer uma grande diferença na prevenção de doenças. Alexandre conta algumas estratégias para reduzir o risco de infecções respiratórias e manter seu sistema respiratório saudável durante a estação fria:

  • Fumar é um dos maiores inimigos da saúde respiratória e pode enfraquecer significativamente suas defesas naturais. Além disso, evite se expor a ambientes com muita poeira ou fumaça, pois essas condições podem irritar as vias respiratórias e aumentar a suscetibilidade a infecções;
  • Em períodos de inverno, é comum manter as janelas fechadas para preservar o calor. No entanto, é essencial arejar os ambientes regularmente para reduzir a concentração de bactérias e vírus no ar. Uma boa ventilação ajuda a manter a qualidade do ar interna e a minimizar o risco de propagação de patógenos; 
  • A higiene das mãos é uma das formas mais eficazes de prevenir a propagação de vírus e bactérias. Lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após tocar em superfícies públicas, ou antes de comer. Se não houver acesso à água e sabão, use um desinfectante à base de álcool;
  • Utilizar um umidificador para manter a umidade adequada no ambiente pode ajudar a aliviar o desconforto e a proteger as mucosas nasais;
  • Garanta um tempo de sono adequado, uma alimentação equilibrada e pratique exercícios físicos regularmente. Essas práticas ajudam a fortalecer suas defesas naturais e a manter seu corpo preparado para enfrentar o inverno.

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