Brasil recebe certificado da OMS pela eliminação da elefantíase, doença que afetava populações vulneráveis. Saiba como o país venceu essa enfermidade
A elefantíase, também conhecida como filariose linfática, é uma doença parasitária crônica causada por um verme transmitido pela picada de mosquitos, como o pernilongo e a muriçoca. Por muitos anos, ela foi um dos principais fatores de incapacitação permanente no Brasil e em várias partes do mundo. A boa notícia é que o Brasil eliminou a elefantíase em território nacional, como afirma o Ministério da Saúde; entenda!
Comum em locais com poucos recursos e sem acesso a saneamento básico, a elefantíase afetava especialmente as populações mais vulneráveis, como as que viviam em áreas endêmicas, onde o mosquito transmissor se reproduzia com mais facilidade.
Esta doença causa o inchaço excessivo de membros inferiores e até da região genital, levando a limitações físicas severas e, muitas vezes, ao estigma social.
Os sintomas, que podem variar de leves a graves, são causados pelo parasita Wuchereria bancrofti, que se aloja no sistema linfático da pessoa infectada.
Embora os casos mais graves resultem em sérios danos físicos, como o inchaço dos pés ou dos testículos, a doença nem sempre apresenta sintomas imediatos, o que torna seu diagnóstico e tratamento precoces importantes.
Com a entrega do certificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil comemora a eliminação da elefantíase em todo o território nacional.
Na manhã desta segunda-feira (11), durante uma cerimônia em Brasília, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, recebeu o reconhecimento oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS), marcando um marco importante para a saúde pública do país.
A elefantíase era um resquício de um problema histórico de saúde pública, que remonta ao século 19. O Brasil é o 20º país a ser certificado como livre dessa doença, após décadas de trabalho intenso.
Isso porque, desde a década de 1950, o Brasil vinha se esforçando para erradicar a elefantíase, e a confirmação de que o país está livre dessa doença tão incapacitante é o resultado de décadas de trabalho conjunto entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde.
O processo envolveu, entre outras ações, campanhas de prevenção, tratamentos com o medicamento antiparasitário dietilcarbamazina (DEC) e a implementação de melhorias no saneamento básico em áreas de risco.
A última transmissão confirmada ocorreu em 2017, no município de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Naquela época, algumas cidades do estado, como Olinda e Recife, ainda registravam altos índices de casos.
Assim, com o avanço das políticas públicas de saúde, como o tratamento antiparasitário e a melhoria do saneamento básico, o Brasil conseguiu erradicar a doença, um grande passo para reduzir as desigualdades sociais e de saúde no país.
A ministra Nísia Trindade destacou, durante a cerimônia, que a elefantíase simbolizava "uma herança do século 19", refletindo as profundas desigualdades sociais do Brasil. Ela reforçou que a eliminação da doença não é apenas uma vitória da saúde, mas também uma conquista contra as condições de pobreza e a exclusão social.
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