Especialistas explicam maneiras de lidar com ataques de raiva e quando é necessário tratamento médico
Publicado em 28/02/2023, às 15h42
Durante uma discussão no BBB 23, Bruna Griphao e Alface excederam os nervos e, por conta disso, a atriz acabou acertando - aparentemente sem querer - o rosto de uma colega de confinamento, a médica Amanda. A briga viralizou nas redes sociais e dividiu a opinião dos internautas. Mas será que é possível controlar a raiva nessas situações?
Sentir raiva é algo normal do ser humano. Entretanto, a falta de controle sobre ela pode trazer malefícios tanto para a pessoa quanto para quem está à sua volta. “Isso é da natureza sendo apropriado. O problema é quando você perde o controle da raiva de maneira recorrente, podendo virar um problema na vida”, explica o psiquiatra Henrique Bottura, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista.
Até pelo fato de vivermos em sociedade, não ter controle da própria raiva pode trazer problemas de relacionamento e, dependendo do caso, com a própria justiça. “Então, é fundamental ter o controle e o domínio sobre as emoções em geral, principalmente sobre a raiva”, acrescenta o médico.
Segundo Bottura, a pessoa agressiva se caracteriza por alguém que perdeu o controle da raiva, tornando uma tendência do indivíduo reagir com uma agressividade desproporcional perante os estímulos.
Além disso, as pessoas que colocam a raiva para fora com muita frequência, tendem a ficar cada vez mais agressivas. É o que afirma o psiquiatra Eduardo Perin, especialista em terapia cognitivo-comportamental. “Isso porque elas vão tolerando cada vez menos situações, explodindo mais facilmente”, esclarece.
Qualquer pessoa sabe que lidar com os próprios sentimentos não é uma tarefa das mais fáceis, e com a raiva não é diferente. Para controlá-la, porém, é preciso saber sua origem, ou seja, se é um ataque “normal” ou um transtorno psiquiátrico.
“Uma pessoa agressiva e explosiva é alguém com uma característica mais impulsiva. Quando é contrariada ou não consegue algo que gostaria, pode acabar tendo essa agressividade ou explosão mais aumentada e, muitas vezes, esse comportamento pode estar por trás de traços de personalidade da pessoa”, disse Perin.
Já quando essa raiva se transforma em algo desproporcional e constante, é necessária a intervenção médica, visto que isso pode atrapalhar de maneira grave a vida do indivíduo e das pessoas ao seu redor.
“São várias perdas ao longo da vida, como de relacionamentos e de trabalho, pois elas se colocam em situações de riscos em função dessa perda da capacidade de controle sobre a própria raiva”, conta Bottura.
Nesses casos, o psiquiatra aconselha tanto o tratamento medicamentoso quanto psicoterápico: “Para que essa pessoa consiga lidar com as situações de uma forma melhor ou para equilibrar esses transtornos mentais.”
Após o ataque de raiva, na grande maioria das vezes, a pessoa se sentirá arrependida e ficará se culpando. Quando isso acontece, ressalta Perin, é importante se desculpar com quem aconteceu essa situação. Em seguida, buscar ajuda é essencial para que isso não aconteça de uma forma recorrente e não coloque a vida deste indivíduo em risco.
A principal diferença entre os dois é a frequência e intensidade da raiva. Na maioria das vezes, os ataques “normais” passam em questão de minutos e o impulso é freado, já que é uma resposta emocional humana.
Entretanto, quando essas explosões se tornam frequentes e desestabilizam as relações ao seu redor, pode ser um quadro mais grave, que precisa de um atendimento médico para tratamentos específicos. Perin lista alguns transtornos em que a agressividade e explosão podem se manifestar caso não sejam controlados. Se reconheceu? Então procure ajuda médica. São eles:
Confira o posicionamento da equipe de Bruna Griphao:
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