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Você é feliz? Questiona psicóloga sobre o preço da falta do autoamor

Deise Moraes Saluti enumera dicas de como priorizar a saúde mental e acionar a prosperidade automaticamente focando na pessoa mais importante: você

por Renata Rode
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Publicado em 02/09/2024, às 06h58

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"As pessoas devem perder tempo nutrindo o autoamor e não procurando diagnósticos da moda", diz terapeuta - Imagem Pixabay
"As pessoas devem perder tempo nutrindo o autoamor e não procurando diagnósticos da moda", diz terapeuta - Imagem Pixabay

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. Em tempos em que vivemos na luta contra o relógio e quase que no automático, a psicóloga Deise Moraes Saluti questiona: “você é feliz?”. De acordo com a especialista as pessoas precisam entender e responder a essa e uma segunda pergunta: “A que custo você quer ganhar dinheiro?”, já que muitos tem como meta ter estabilidade financeira, porém, não priorizam a saúde. Vivemos em um mundo em que parecemos conectados, mas na verdade, não estamos ligados à realidade e acabamos perdendo o foco. “Muita gente associa pandemia, Covid, vacinas e afins como desculpa, aliás, para tudo essa pessoa tem uma desculpa, ou é alguém ou alguma coisa, mas nunca ela a culpada. É preciso ter a questão da responsabilidade”, ressalta.

Dados levantados pelo Market Analysis revelam que apenas 2% dos brasileiros fazem terapia. “Muitas pessoas substituem a terapia ou o cuidado com situações emergenciais ou banais, como tomar medicamento, uma conversa com amigos ou saída para se divertir. Claro que isso é importante para a nossa vida, mas nada substitui o tratamento da terapia”.

O autoconhecimento e o senso crítico também são importantes, para que a pessoa crie menos títulos e passe a entender o contexto dos acontecimentos. “Quantos se intitulam TDAH por terem algumas questões de esquecimento, por exemplo. Pare de se rotular, assim como dizer que é ansioso. Você já parou pra analisar a correria do seu dia a dia? Tanta coisa que é preciso fazer, que não é nada incomum se esquecer de algo. Se intitular ou intitular alguém por situações pontuais é algo muito raso”.

A especialista cita alguns profissionais não qualificados que dizem cuidar da saúde mental e a procura de pessoas por eles por ser algo mais cômodo. “É mais ou menos como ter uma caneta debaixo do próprio nariz e dizer ‘onde está minha caneta, que eu não vejo?’. Se você não afastar o problema, se eu realmente não afastar, não enxergar a caneta, eu não vou saber. E isso é o que acontece com a gente e nossos problemas, por isso a terapia precisa ser levada a sério”.

Quando a especialista fala que perdemos o foco é porque sabemos em teoria o que precisamos mudar em nossas vidas, mas usamos a desculpa da rotina, das cobranças diárias e dos boletos para justificar o que não fazemos e preferimos nos nutrir de informações incorretas que mascaram a situação o tempo todo. “É preciso se desconstruir, para não viver como uma avalanche, destruindo por onde a pessoa passa. As pessoas estão muito intolerantes, com o hiperfoco em outras questões. Não existe quem tenha resposta pra tudo, quem seja o melhor sempre. O gostoso é buscar informações, evoluir todos os dias, tentar entender as nossas limitações e fazer valer as nossas questões”, pondera.

Como praticar o autoamor e cuidar da saúde mental

Segundo Deise, é preciso buscar qualidade de vida, bom sono, boa alimentação, atividade física, ter rotina, fugir de relacionamentos abusivos e se priorizar, antes de qualquer outra coisa. “A busca para saber se tem TDAH, perguntando do porquê são muito esquecidas, é a mais comum nos consultórios, seguida por ansiedade. Como a pessoa quer ter uma boa saúde mental se ela não cuida dessa parte, nem da saúde física? É impossível”.

Para saber como focar a saúde mental, um dos pontos que a psicóloga realça é se perguntar “quais as questões que você prioriza, que são importantes para você?”. O advento da internet e os pensamentos no futuro também são grandes “ladrões” da saúde mental. “As pessoas não vivem mais o presente, não é mais interessante o que a pessoa é ou tem, mais sim o que ela pode ter ou pode ser. Ninguém mais prioriza a união, a participação, a companhia, apenas priorizam o dinheiro”.

Ela pontua que é preciso usar a internet de maneira de maneira correta, senão qualquer feito vira uma escravidão. “Na hora de tirar uma foto, a pessoa não quer registrar o momento, mas saber se vai dar likes, engajamento, ter seguidores com aquele selfie”.

Saluti lembra que ter o controle é um dos maiores pontos para não adoecer, visto que esse é o pior transtorno que uma pessoa pode ter. “Perder o controle daquilo que eu sou, daquilo que eu quero, pessoas adoecem porque perdem controle por elas mesmas e pelo outro, seja por um amor, trabalho, bem material, entre outros. Perder o controle é o sentimento mais paralisante que existe”, enfatiza.