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Histerectomia: entenda o procedimento ginecológico que Elaine Mickely fez

Afinal, quando é necessário retirar o útero? Além dos miomas, saiba por que a histerectomia pode ser a solução para muitos problemas ginecológicos

Marina Borges
por Marina Borges
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Publicado em 01/09/2024, às 15h00

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Elaine Mickely realizou cirurgia chamada histerectomia - Reprodução/Instagram
Elaine Mickely realizou cirurgia chamada histerectomia - Reprodução/Instagram

A atriz Elaine Mickely, esposa do jornalista César Filho, surpreendeu a todos ao compartilhar publicamente sua jornada com a histerectomia — cirurgia de retirada do útero. A decisão de remover o órgão, motivada por um mioma e sangramentos intensos, gerou diversas dúvidas sobre o procedimento e suas implicações.

Mas afinal, o que é a histerectomia e por que ela pode ser necessária? Para desmistificar esse procedimento cirúrgico e entender melhor as razões que levam as mulheres a optar por ele, AnaMaria conversou com o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, médico do Núcleo de Mastologia do Hospital Sirio Libanes e associado à FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). 

O caso de Elaine Mickely

Elaine Mickely compartilhou com seus seguidores detalhes sobre sua cirurgia de retirada de útero e trompas, realizada em abril de 2023. Ela vinha sofrendo com um fluxo sanguíneo excessivo e dores na região pélvica, levando-a a repor ferro frequentemente. Após exames, descobriu que seu útero estava quatro vezes maior do que o normal, além de um cisto de quatro centímetros que causava o sangramento excessivo.

"Ela tinha um útero de volume aumentado, provavelmente consequente à presença de mioma, que ela aqui chama de cisto", detalha Alexandre. Diante do diagnóstico, a atriz decidiu pela retirada do útero e das trompas, preservando os ovários, responsáveis pela produção hormonal. No seu caso, a cirurgia foi a única opção para controlar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Elaine explicou que a cirurgia foi tranquila e sem dores significativas, com um pós-operatório controlado. A decisão de compartilhar sua experiência foi tomada para acalmar outras mulheres que enfrentam situações semelhantes, destacando a importância de buscar orientação médica e fazer exames regularmente para garantir a saúde.

O que é a histerectomia e por que ela é realizada?

histerectomia
Entenda o que é a histerectomia - Foto: Freepik

A histerectomia é uma cirurgia ginecológica que consiste na remoção total ou parcial do útero. Segundo o Dr. Pupo, essa decisão, muitas vezes difícil, é tomada quando tratamentos menos invasivos não são eficazes ou quando a saúde da mulher está em risco. As principais indicações para a histerectomia incluem:

  • Miomas: tumores benignos que se desenvolvem no útero e podem causar sangramento intenso, dor pélvica e outros sintomas. "Esses miomas podem provocar, ao longo do tempo, o crescimento do volume uterino e, a depender da localização em relação à parede do útero, se está crescendo para dentro da luz do útero, no meio da parede ou crescendo da parede para fora do útero, eles vão causar ou não alguns sintomas", explica o especialista;

  • Endometriose: crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, causando dor crônica e infertilidade;

  • Câncer: câncer de útero, de ovário ou de colo do útero podem exigir a remoção do órgão;

  • Sangramento uterino anormal: sangramentos intensos, prolongados ou irregulares que não respondem a outros tratamentos.

Tipos de histerectomia e como é realizada a cirurgia

Existem diferentes tipos de histerectomia, cada um com suas indicações e técnicas cirúrgicas, conforme destaca Alexandre:

  • Histerectomia total: remoção completa do útero, incluindo o corpo e o colo;

  • Histerectomia subtotal: remoção apenas do corpo do útero, preservando o colo;

  • Histerectomia radical: remoção do útero, colo, parte da vagina e tecidos adjacentes, geralmente indicada em casos de câncer.
histerectomia
É possível ter uma vida plena e feliz após a histerectomia - Foto: Freepik

A cirurgia pode ser realizada por via abdominal, vaginal ou laparoscópica, sendo esta última a menos invasiva e com menor tempo de recuperação. "Na laparoscopia nós não abrimos a barriga nós apenas fazemos incisões pequenas de meio a 1 cm", detalha o especialista.

De acordo com Pupo, em muitos casos, as trompas também são removidas durante a histerectomia. "Isso ocorre porque as trompas não têm mais função após a retirada do útero e sua remoção pode reduzir o risco de câncer de ovário", explica ele.

A histerectomia é uma cirurgia que pode mudar a vida de uma mulher, mas não precisa ser o fim do mundo. Com o acompanhamento médico adequado e um cuidado especial com a saúde, é possível ter uma vida plena e feliz após a cirurgia. O relato de Elaine Mickely serve como inspiração para outras mulheres que enfrentam essa situação.

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