Afinal, quando é necessário retirar o útero? Além dos miomas, saiba por que a histerectomia pode ser a solução para muitos problemas ginecológicos
A atriz Elaine Mickely, esposa do jornalista César Filho, surpreendeu a todos ao compartilhar publicamente sua jornada com a histerectomia — cirurgia de retirada do útero. A decisão de remover o órgão, motivada por um mioma e sangramentos intensos, gerou diversas dúvidas sobre o procedimento e suas implicações.
Mas afinal, o que é a histerectomia e por que ela pode ser necessária? Para desmistificar esse procedimento cirúrgico e entender melhor as razões que levam as mulheres a optar por ele, AnaMaria conversou com o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, médico do Núcleo de Mastologia do Hospital Sirio Libanes e associado à FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Elaine Mickely compartilhou com seus seguidores detalhes sobre sua cirurgia de retirada de útero e trompas, realizada em abril de 2023. Ela vinha sofrendo com um fluxo sanguíneo excessivo e dores na região pélvica, levando-a a repor ferro frequentemente. Após exames, descobriu que seu útero estava quatro vezes maior do que o normal, além de um cisto de quatro centímetros que causava o sangramento excessivo.
"Ela tinha um útero de volume aumentado, provavelmente consequente à presença de mioma, que ela aqui chama de cisto", detalha Alexandre. Diante do diagnóstico, a atriz decidiu pela retirada do útero e das trompas, preservando os ovários, responsáveis pela produção hormonal. No seu caso, a cirurgia foi a única opção para controlar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
Elaine explicou que a cirurgia foi tranquila e sem dores significativas, com um pós-operatório controlado. A decisão de compartilhar sua experiência foi tomada para acalmar outras mulheres que enfrentam situações semelhantes, destacando a importância de buscar orientação médica e fazer exames regularmente para garantir a saúde.
A histerectomia é uma cirurgia ginecológica que consiste na remoção total ou parcial do útero. Segundo o Dr. Pupo, essa decisão, muitas vezes difícil, é tomada quando tratamentos menos invasivos não são eficazes ou quando a saúde da mulher está em risco. As principais indicações para a histerectomia incluem:
Existem diferentes tipos de histerectomia, cada um com suas indicações e técnicas cirúrgicas, conforme destaca Alexandre:
A cirurgia pode ser realizada por via abdominal, vaginal ou laparoscópica, sendo esta última a menos invasiva e com menor tempo de recuperação. "Na laparoscopia nós não abrimos a barriga nós apenas fazemos incisões pequenas de meio a 1 cm", detalha o especialista.
De acordo com Pupo, em muitos casos, as trompas também são removidas durante a histerectomia. "Isso ocorre porque as trompas não têm mais função após a retirada do útero e sua remoção pode reduzir o risco de câncer de ovário", explica ele.
A histerectomia é uma cirurgia que pode mudar a vida de uma mulher, mas não precisa ser o fim do mundo. Com o acompanhamento médico adequado e um cuidado especial com a saúde, é possível ter uma vida plena e feliz após a cirurgia. O relato de Elaine Mickely serve como inspiração para outras mulheres que enfrentam essa situação.
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