Meu filho é autista. E agora? Essa é uma das perguntas mais comuns que surgem na internet quando se pesquisa sobre autismo. Receber um diagnóstico de autismo é uma experiência avassaladora para qualquer pai ou mãe.
A sensação de choque e incerteza sobre como proceder é natural. No entanto, é essencial entender que, embora desafiador, esse caminho pode ser trilhado com sucesso, especialmente com uma rede de apoio bem-informada e solidária.
Ingrid Monte, mãe de Pedro, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos dois anos, compartilha sua experiência.
Quando descobri o autismo do meu filho, senti um abismo imenso e então percebi o quanto eu mesma e a sociedade estávamos despreparadas. Debater a questão era algo muito difícil tanto para as escolas, quanto para as famílias. Tudo é muito complexo, pouco aprofundado, sem contar o emocional. A mãe nunca espera esse tipo de diagnóstico, e é normal ficar em negação
Essa falta de preparação e compreensão é uma realidade para muitas famílias que se deparam com o diagnóstico de um filho autista.
AnaMaria também conversou Thalita Possmoser, diretora clínica da Genial Care, uma rede de cuidados de saúde atípica referência na América Latina, sobre o assunto.
“Infelizmente, na sociedade pouco se fala sobre o TEA, mas sabemos que muitas pessoas dentro do espectro podem brincar, estudar, trabalhar e construir relacionamentos, assim como qualquer outra”, reforça. Esse entendimento é crucial para que pais e mães possam apoiar adequadamente seus filhos.
Aceitação e informação é essencial ao receber diagnóstico de um filho autista
Receber o diagnóstico de um filho autista pode ser avassalador. Permita-se sentir e processar essas emoções. Busque informações confiáveis sobre o autismo e suas nuances, evitando mitos disseminados na internet.
Quanto mais informado você estiver, mais capaz será de compartilhar esse conhecimento com familiares e amigos, promovendo empatia e compreensão. A busca por informações é essencial para o desenvolvimento do filho autista.
Uma pesquisa realizada pela Genial Care em parceria com a Tismoo, intitulada “Retratos do Autismo no Brasil”, revelou que mais de 64% dos respondentes não tinham tido contato prévio com o TEA antes do diagnóstico de seu filho ou do próprio diagnóstico.
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Procure profissionais capacitados
Inicie o acompanhamento terapêutico o mais cedo possível, preferencialmente com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e neuropediatria.
Thalita Possmoser enfatiza a importância dessa abordagem multidisciplinar para o sucesso do tratamento. Participe ativamente do desenvolvimento do seu filho autista. Inclua-o nas atividades domésticas e elogie cada pequena conquista.
Tenha paciência e compreenda que o progresso pode ser gradual, mas cada passo é uma vitória significativa. A especialista sugere:
Uma dica bacana para o dia a dia é incluir a criança nas atividades da casa, assim ela se sente incluída na rotina. Elogie sempre que ele conseguir realizar qualquer ação sem auxílio, isso o estimula. Entretanto, tenha paciência, pois tudo é um processo de aprendizagem e descoberta para autonomia
A integração do filho autista na sociedade e na escola é fundamental. A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) garante o direito à educação com atendimento especializado. Embora seja um direito, muitas famílias enfrentam dificuldades para encontrar escolas adequadas.
Pesquise e trabalhe em conjunto com os professores para garantir que seu filho receba o cuidado necessário.
Conheça e defenda os direitos do filho autista
A Lei Romeo Mion institui a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CipTEA), que garante um documento para informar a condição do indivíduo.
Além disso, existem outros benefícios, como o Benefício da Prestação Continuada (BPC) e a redução na carga horária de trabalho, que podem ajudar a família.
Pais de crianças com autismo frequentemente relatam dificuldades em encontrar tempo para descanso e autocuidado. Cerca de 68% dos cuidadores mencionam essa dificuldade, segundo a pesquisa “Retratos do Autismo no Brasil”.
Thalita Possmoser aconselha: “Não se culpe, não se julgue e busque sempre uma rede de apoio. Existem muitos grupos de pais de crianças com TEA. Procure auxílio e converse. A troca de experiência é algo enriquecedor e acalentador.”
Os cuidadores de pessoas autistas também precisam de apoio e informações claras sobre o diagnóstico. A orientação parental é um serviço essencial oferecido por instituições como a Genial Care, ajudando pais a enfrentar os desafios do dia a dia.
Ao adotar essas medidas e buscar apoio, você estará preparado para enfrentar os desafios e celebrar as conquistas ao longo da jornada do seu filho autista. Lembre-se de que, com amor, compreensão e dedicação, é possível proporcionar uma vida plena e feliz para seu filho e para toda a família.
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