Para quem acompanha a novela 'Família é Tudo', da TV Globo, é impossível ver Leda sem o celular na mão e isso é uma doença - entenda o que é nomofobia!
Publicado em 09/07/2024, às 08h00
Desde que se inscreveu em um aplicativo de namoro, ficou difícil ver Leda Mancini (Grace Gianoukas), de 'Família é Tudo', sem o celular na mão. A diretora da gravadora não se desgrudou mais do aparelho desde então, mas isso acabou trazendo graves consequências para ela.
Nos últimos capítulos da novela da TV Globo, a mãe de Júpiter (Thiago Martins) ficou chocada ao saber que tem um tipo de dependência digital - mas, afinal, você sabe o que é nomofobia? É mais do que um vício e Leda teve que passar um "detox" pesado para aprender a usar o celular de forma consciente.
A Leda mudou de ideia rapidinho depois de ver o motorista, né? 🗣️ #FamíliaÉTudopic.twitter.com/xAuxT6Y0QM
— TV Globo 📺 (@tvglobo) June 26, 2024
O psiquiatra e pesquisador do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH) e do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Francis Moreira da Silveira, e Leninha Wagner, doutora em psicologia, explicam à AnaMariao que é nomofobia, como o trantorno é diagnosticado e quais são as opções de tratamento disponíveis.
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A nomofobia é o medo irracional de ficar sem acesso ao telefone celular. Do inglês no-mobile-phone phobia (fobia de ficar sem telefone celular, em português), o termo é descrito, clinicamente, como uma condição caracterizada por ansiedade e angústia significativas associadas à falta do aparelho móvel.
Embora não esteja listada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), pode ser considerada dentro do espectro dos transtornos de ansiedade. "É caracterizado pela dependência excessiva da tecnologia móvel, causando desconforto ou prejuízo na vida social, ocupacional e outras áreas importantes de funcionamento", explica o psiquiatra.
Segundo ambos os especialistas, os principais sintomas da nomofobia incluem:
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Por não ser um transtorno reconhecido pelo DSM-5, o diagnóstico da nomofobia não é feito de maneira formal, mas pode ser realizado por meio de uma avaliação clínica detalhada. "Psicólogos e psiquiatras utilizam entrevistas estruturadas e questionários para identificar padrões de uso do celular e sintomas de ansiedade relacionados à ausência do dispositivo", conta Leninha.
Essa avaliação é feita a partir do histórico do uso de dispositivos móveis, comportamentos associados a eles, e da utilização do Questionário de Nomofobia (NMP-Q) para avaliar a intensidade de seu impacto funcional.
"Embora não esteja listada no DSM-5-TR, os sintomas da nomofobia podem ser considerados sob o escopo de transtornos de ansiedade, especialmente se atenderem aos critérios para Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Transtorno de Pânico", adiciona Francis.
Além de ficar em alerta a esses quesitos, os dois profissionais destacam outros fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver nomofobia, que incluem:
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Os tratamentos para a nomofobia abrangem técnicas psicoterapêuticas e, em alguns casos, o uso de medicação. A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a mais utilizada, focando em modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao uso excessivo do celular.
"A abordagem ajuda os indivíduos a identificar e desafiar pensamentos irracionais sobre a necessidade constante de estar conectado, promovendo comportamentos mais saudáveis e adaptativos" esclarece o psiquiatra.
Junto com a psicóloga, ele também destaca a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que foca na aceitação dos sentimentos negativos associados à ausência do celular: "Ela incentiva o compromisso com ações que estejam alinhadas aos valores pessoais, independentemente da ansiedade sentida."
Já em casos mais graves, nos quais a nomofobia está associada a sintomas significativos de ansiedade e depressão, a medicação pode ser utilizada como parte do tratamento. Os antidepressivos são a escolha mais comum para tratar e, por consequência, ajudar a reduzir a dependência emocional do celular.
"A combinação de medicação e psicoterapia pode proporcionar um alívio mais abrangente dos sintomas, permitindo que os indivíduos desenvolvam estratégias a longo prazo para gerenciar sua ansiedade e uso do celular de maneira saudável", afirma Francis.
E, claro, ao tratar um transtorno, algumas mudanças precisam partir de nós mesmos. Aqui vão algumas orientações de Francis e Leninha para um estilo de vida menos dependente do celular:
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