De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a publicidade enganosa é passível de punição. - Foto: Freepik
É PEGADINHA?

Natural, zero e fit: como reconhecer propaganda enganosa em rótulos de alimentos?

A propaganda enganosa em rótulos de alimentos é um desafio extra na hora de ir às compras nos supermercados. Mas como lidar com o problema?

Guilherme Giagio Publicado em 30/09/2024, às 14h30

Quem é frequentador assíduo de supermercados e até vendinhas sabe bem: há uma infinidade de produtos naturais, zero e fits nas prateleiras. Pelo menos, é o que as embalagens dizem. Afinal, como reconhecer propaganda enganosa em rótulos de alimentos?

O problema virou motivo de debate nos últimos anos. Em 2019, uma pesquisa do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC) com o Datafolha indicou que 75% dos brasileiros reduziria o consumo de refrigerantes e sucos de caixinha se houvesse alerta sobre alto teor de açúcar nos rótulos.

Anos depois, os rótulos ganharam a adição desses alertas. "Alto em sódio", "alto em açúcar" e "alto em gordura saturada" são alguns dos avisos presentes. Mas ainda há quem defenda que a propaganda enganosa em rótulos de alimentos siga existindo.

O que é considerado propaganda enganosa?

A rotulagem de alimentos no Brasil segue normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na legislação, propaganda enganosa é qualquer informação divulgada sobre um produto que não condiz com a realidade.

Comprar produtos realmente saudáveis pode ser uma tarefa difícil. Foto: Freepik

 

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a publicidade enganosa é passível de punição. Em 2022, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) denunciou a fabricante dos produtos Del Valle. Segundo a denúncia, ilustrações do rótulo levam, erroneamente, a concluir que o produto é saudável e feito à base de frutas, enquanto, na verdade, não representam nem 1,5% do conteúdo.

No entanto, há brechas. E a publicidade em torno desses produtos muitas vezes se aproveita para promover uma imagem mais saudável do que realmente é. As empresas investem em design de embalagens e slogans que remetem à saúde e ao bem-estar, ainda que os ingredientes presentes nos produtos nem sempre correspondem a essa promessa. 

Rótulos atrativos, mas enganosos

Um claro exemplo das brechas na legislação é o uso da palavra 'fit', que não tem regulamentação. Ou seja: ainda que o termo faça referência à alimentos saudáveis ou que ajudem no emagrecimento, a realidade pode ser outra, com produtos mais calóricos, por exemplo.

O mesmo ocorre com os produtos "naturais". Apesar da conotação positiva, que indica que o alimento não foi industrializado, pode induzir o consumidor ao erro. Isso porque nem sempre natural quer dizer saudável. Açúcar e sal são produtos naturais, por exemplo.

Um produto natural é saudável? Nem sempre. Foto: Dreamstime

 

Outro caso clássico são os produtos "zero açúcar", que, na verdade, podem conter adoçantes artificiais em quantidades significativas.  A classificação enganosa pode ser perigosa para consumidores que buscam opções saudáveis, mas acabam adquirindo produtos que não atendem às expectativas nutricionais.

Como se proteger de propagandas enganosas?

Para evitar ser enganado por rótulos atraentes (ou propagandas enganosas), o primeiro passo é a leitura atenta da lista de ingredientes e da tabela nutricional. O que muitas pessoas não sabem é que os ingredientes são listados em ordem decrescente de quantidade. Isso significa que se  se o açúcar aparece como um dos primeiros itens, o produto em questão tem uma quantidade significativa desse ingrediente.

Além disso, os consumidores devem prestar atenção nos diferentes nomes usados para adoçantes e gorduras. Ingredientes como dextrose, maltodextrina e xarope de glicose são tipos de açúcar, e a presença deles pode indicar que o produto não é tão saudável quanto o rótulo faz parecer. 

Da mesma forma, produtos que se autodenominam “zero gordura trans” podem conter outras gorduras saturadas em grandes quantidades, o que também afeta negativamente a saúde. Por fim, também é importante não se atentar só às calorias, que é apenas um dos pontos a ser avaliado.

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