O Brasil tem cerca de 49,1% das mulheres em uma ocupação formal, segundo dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), contra 68,2% dos homens. Em um mercado de trabalho marcado por desigualdades, aquelas que estão em início de carreira se deparam com inúmeros desafios. Para isso, AnaMaria te traz 5 dicas de como estar mais preparada para eles!
As iniciantes são impactadas – de acordo com a docente de Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Miriam Rodrigues – por experimentarem logo de cara “a diferença entre a teoria e a prática”, o que pode ser um pouco doloroso no início.
MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO
As desigualdades de gênero e falta de representatividade ainda se fazem presentes no mercado de trabalho brasileiro. Segundo o levantamento “Diferenças de gênero no mercado de trabalho”, da pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV IBRE Janaína Feijó, nos últimos 11 anos, o rendimento médio das mulheres tem sido inferior ao dos homens.
A disparidade não está presente somente na remuneração. Conforme a pesquisa, atualmente existem 8,6 milhões de pessoas desocupadas, com 54,4% desse contingente sendo mulheres.
Assim, a desigualdade de gênero ainda persiste com mulheres ganhando menos que os homens e com baixa empregabilidade e representação em cargos de gerência.
E não para por aí. Janaína apresenta que, com base em estudos acadêmicos, as normas sociais e culturais, e as responsabilidades familiares, como os cuidados com os filhos e afazeres domésticos, dificultam a inserção feminina no mercado de trabalho e a performance das mulheres em postos de trabalho com jornadas inflexíveis.
“A impossibilidade de conciliar trabalho e responsabilidades familiares aumenta as chances das mulheres aceitarem salários mais baixos em troca de jornadas mais flexíveis. Isso também leva as mulheres a trabalharem em funções diferentes da sua profissão em troca de jornadas menos rígidas”, traz a pesquisadora em seu levantamento.
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COMO MUDAR ESSE CENÁRIO?
Para Miriam, as situações de desigualdade de gênero são muito claras. Um caminho para superá-las é por meio da autoconfiança: “é uma maneira da gente lidar de uma forma inteligente, segura e perene com relação aos muitos preconceitos”, afirma.
Tal atitude está ligada ao autoconhecimento, já que “quem não se conhece não consegue confiar em si mesmo”, como defende a especialista, que aponta essa saída como essencial para um bom posicionamento diante das situações desafiadoras para as mulheres no mercado de trabalho.
Outro desafio, são as múltiplas jornadas que também podem contar com o suporte do autoconhecimento ao identificar o que é mais importante individualmente para cada uma. Isto é, “entender que nossas jornadas não são fardos”, declara a docente de de Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
DICAS
Para aquelas que estão iniciando no mercado de trabalho, Miriam lista 5 pontos para se atentar no começa da carreira:
- Trabalhar o autoconhecimento;
- Cuidar da autoestima;
- Conhecer os seus limites;
- Ter, se possível, um mentor ou mentora de carreira, alguém que possa discutir sobre a vida profissional;
- Estudar sempre e investir em si, visando o planejamento da carreira a médio e longo prazo.
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