"Mesmo sendo minimamente invasiva, a cirurgia endoscópica não é um procedimento simples, mas representa o resultado de um tratamento bem planejado", diz o ortopedista Dr. José Machado - Imagem Pixabay

É preciso operar a coluna? Dr. José Machado explica os avanços na cirurgia

Tecnologia tem sido uma grande aliada na medicina permitindo que pacientes 80+ também se submetam a procedimentos e tenham mais qualidade de vida

Renata Rode Publicado em 01/09/2024, às 22h37

Os dados são preocupantes: segundo o Ministério da Previdência Social, a hérnia de disco e a dor lombar foram as principais causas de afastamento temporário do trabalho no Brasil no último ano. Mais de 2,5 milhões de trabalhadores tiveram que interromper suas atividades, e mais de 51 mil deles devido à hérnia de disco. "Muitas pessoas acabam ficando presas em um ciclo de afastamento, não apenas do trabalho, mas também das atividades cotidianas e prazerosas, por causa dessas dores. É essencial que as pessoas saibam que, hoje, temos opções de cirurgias minimamente invasivas que podem resolver o problema", explica o Dr. José Antônio Machado, Ortopedista e Traumatologista e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Coluna. Para o especialista que é Mestrando pela UNIFESP – Escola Paulista de Medicina, muitas vezes falta informação para a maioria dos pacientes.

De acordo com o doutor, as cirurgias evoluíram de uma maneira espetacular, em que é possível operar realizando uma incisão menor que um comprimido, por exemplo. “Eu explico para os meus pacientes que a cirurgia endoscópica tem muitas vantagens, porém, é importante esgotar todas as outras opções de tratamento antes de considerar esse procedimento. Se a dor persiste e impede a pessoa de realizar suas atividades normais, então é o momento de intervir."

Machado reforça que a decisão de operar deve ser tomada com muito cuidado, após consultas e exames físicos, laboratoriais e de imagem. "Mesmo sendo minimamente invasiva, a cirurgia endoscópica não é um procedimento simples, mas representa o resultado de um tratamento bem planejado. A avaliação cardiológica e anestésica deve ser feita com muito critério. Geralmente, esses profissionais aprovam o procedimento, já que se trata de uma cirurgia moderna, com incisão mínima, pouco sangramento e invasão reduzida. Essa tecnologia tem transformado a vida de muitos pacientes, e hoje em dia, não há mais limite de idade para realizar a operação. Já operei pessoas com mais de 85 anos. Com a cirurgia endoscópica, oferecemos ao paciente uma recuperação mais rápida e uma melhor qualidade de vida”.

A cirurgia é para todos? Nem sempre

Embora pesquisas recentes mostrem que o índice de satisfação após uma cirurgia de coluna seja em torno de 95%, é preciso ser cauteloso. "Não existe uma solução única para todos os casos. Cada dor na coluna pode ter uma causa diferente e, portanto, requer um tratamento específico. O mais importante é identificar corretamente o que está causando a dor e, mesmo após a cirurgia, um acompanhamento multidisciplinar é fundamental. Isso inclui fisioterapia, orientação física e, claro, o acompanhamento médico, além do uso correto dos medicamentos, para garantir a melhor qualidade de vida ao paciente", detalha o médico.

De modo geral, a cirurgia endoscópica é especialmente indicada para casos em que uma hérnia de disco está comprimindo um nervo, causando a famosa dor ciática, que pode provocar formigamento, perda de força e dificuldade para caminhar. "Existem também outros procedimentos para diferentes condições, como para pacientes que já passaram por fisioterapia e diversos tratamentos, mas que ainda apresentam instabilidade na coluna. Nesses casos, podemos realizar uma cirurgia minimamente invasiva com fixação e cortes pequenos, permitindo uma alta precoce do hospital".

Mas você sabe quando exatamente deve procurar um médico especializado em coluna? "Quando a dor estiver impedindo você de realizar suas atividades diárias, como praticar exercícios, carregar seu neto ou filho no colo, ou mesmo caminhar e passear. O propósito de vida de um cirurgião de coluna é restaurar a qualidade de vida dos seus pacientes". E complementa: “É preciso ressaltar que todo procedimento cirúrgico envolve riscos e complicações, que vão além da habilidade do cirurgião. Cada caso é único e deve ser tratado com o cuidado e a seriedade que merece".

 

 

 

 

 

 

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