Luciana Gimenez fez boletim de ocorrência e informou pelas redes sociais que sofreu golpe com uso indevido de imagem e montagem feita por IA - Reprodução: Instagram

De Gimenez a Galvão Bueno, famosos sofrem com fakes de IA nas redes

Uso indevido de imagem é crime alerta Alexandre Pinto, especialista em Cyber Segurança que dá dicas para que internautas não caiam em golpes

Renata Rode Publicado em 30/08/2024, às 09h34

A mais nova vítima de crime cibernético noticiada é Luciana Gimenez. A apresentadora da RedeTV comunicou em suas redes sociais que criminosos editaram um vídeo falso, com uso de inteligência artificial para divulgar produtos de luxo. "A tecnologia, quando bem usada, pode levar a humanidade a evolução, mas pessoas de mau caráter têm usado a inteligência artificial para praticar crimes. Estou sendo vítima de um crime, onde minha imagem e voz, com áudio criado por IA falam de promoções e bazar, de uma marca de luxo, que não estão acontecendo. Não acreditem, é um golpe”, contou aos internautas. Após o desabafo, a artista informou que fez um boletim de ocorrência e acionou seus advogados. “Conto com a ajuda da Meta para tirar essas publicações do ar", disse.

A utilização de Inteligência Artificial de forma criminal para o uso não autorizado da imagem de famosos por empresas para promover produtos vem sendo levantada há meses quando nos deparamos com diversos casos expostos na mídia. “São situações fraudulentas que ocorrem de maneiras diversas e podem ter muitos impactos tanto de reputação quanto de ordem legal aos envolvidos. Os golpistas se utilizam do que chamamos de Deepfakes que são imagens, áudios e vídeos criados através da tecnologia. As criações são falsas, mas parecem muito reais, utilizando a imagem e a voz de celebridades sem a sua autorização”, explica Alexandre Pinto, especialista em Cyber Segurança.

De acordo com o especialista que é também CEO da Diferenciall Tecnologia, essa falsificação criada com qualidade é em geral muito convincente por isso, engana o público dando a impressão de que a celebridade está endossando um determinado produto ou serviço. “Os golpes vão além: os perfis falsos ou até mesmo hackeados nas redes sociais são utilizados para promover vendas fraudulentas. Com a desinformação criada pode-se ter danos à credibilidade da celebridade e possíveis prejuízos financeiros para os consumidores que acabam sendo enganados e manipulados. Eles compram um produto falso que nunca vão receber e nem tem a quem reclamar ou recorrer”.

A máxima frase que diz que é melhor prevenir que remediar se aplica a essas situações. Para Emerson Tauyl, advogado criminalista especializado em Segurança Pública, a principal arma que as pessoas têm contra os golpes é a informação, aliada à atenção que deve ser constante. “Desconfie de mensagens estranhas em que se vende uma falsa ilusão de que tal problema pode ser facilmente resolvido com o uso de um determinado produto. Ofertas que parecem milagrosas também são chamariz para golpes e é preciso entender que não estamos seguros nem em nossas casas e muito menos no ambiente virtual”, fala o especialista.

O uso não autorizado da imagem de qualquer um viola os direitos de imagem, que são protegidos por lei em nosso país. O consumidor também pode exigir seus direitos pela publicidade enganosa, que pode ser considerada fraude segundo as regulações das leis de proteção ao consumidor. “Tendo em vista a evolução acelerada das tecnologias, ainda não temos uma legislação para regular em especial as IAs. Essa situação é bem complexa e exige esforços coordenados entre todos nós, sejam pessoas comuns, celebridades, plataformas de mídia social, órgãos reguladores e consumidores de uma forma geral”, defende Alexandre. E complementa: “Uma das principais formas de evitar problemas é sempre buscar confirmações do que está sendo ofertado, analisar a empresa que está fazendo a publicidade, checar sua idoneidade e desconfiar de ofertas muito fora da realidade. Também é muito importante ao constatar uma fraude fazer uma denúncia para evitarmos que outras pessoas possam cair no golpe”.

Luciana Gimenez entra para o time de famosos que teve prejuízos com golpes. Tony Ramos já afirmou durante participação no Programa Mais Você em conversa com Ana Maria Braga que um vídeo seu foi alterado para divulgar um remédio "milagroso" para hiperplasia da próstata. Por sua vez, a apresentadora também se solidarizou e lembrou que também já sofreu com isso, afirmando que as pessoas fazem uso da inteligência artificial para o mal: “Já imitaram minha voz e pegaram imagens minhas e dos meus amigos. Eu não faço venda de produto de beleza, que faz desaparecer ruga nem gordura da noite para o dia, isso não existe" declarou Ana Maria Braga em seu programa na Rede Globo de Televisão.

O uso da tecnologia não serve somente para que golpistas se aproveitem financeiramente de internautas mais desatentos. Ela também promove uma enxurrada de notícias falsas alimentando a indústria dos Fake News e causando um serviço de desinformação à sociedade. Galvão Bueno já contou que foi alvo de "pessoas sem caráter" que criaram um vídeo falso seu com críticas ao presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues.

Recentemente, a assessoria de imprensa do cantor Zé Neto, teve que se pronunciar para invalidar um vídeo falso de declaração do artista que foi completamente manipulado por um programa de edição. Em um comunicado oficial, a equipe de produção da dupla Zé Neto e Cristiano afirma que o vídeo foi gerado por IA e mostra um pronunciamento improcedente sobre o afastamento dos palcos, usando a imagem e fala falsos de Zé Neto. O artista declarou oficialmente uma pausa de 90 dias na carreira para cuidar de um quadro de depressão e síndrome do pânico. Ou seja, a bandidagem não respeita nem a idoneidade nem tão pouco a saúde ou vida das pessoas. Triste.

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