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Vai viajar de férias e vai ficar enjoado? Veja o que fazer.

Com as férias, muitas viagens e passeios marcados, falo um pouco sobre cinetose, ou o enjoo de movimento.

Dra. Maura Neves Publicado em 06/07/2024, às 11h46

Olá a todos! Com as férias, muitas viagens e passeios marcados, hoje falo um pouco sobre cinetose, ou o enjoo de movimento.

Trata-se de uma sensação de mal-estar causada pelo movimento, especialmente durante viagens (carros, barcos, avião), imersão em realidade virtual e parques de diversão.

Sua ocorrência depende de tolerância individual a estimulação do movimento e varia em diferentes situações, o que torna difícil de prever. Para não deixar a cinetose estragar a diversão, entenda suas causas e saiba o que fazer!

O que causa?

A causa e mecanismo neurobiológico preciso da cinetose ainda são incertos mas há varias hipóteses descritas. A teoria mais aceita é a hipótese do conflito sensorial. Neste caso o sintoma seria devido a  incompatibilidades entre a integração de informações sensoriais sob movimento real (por exemplo, em barcos, carros e aviões) ou ambiente virtual (por exemplo, assistir a filmes de vídeo 3D) e o “modelo interno” antecipado formado sob condições normais ou experimentadas. Ou seja, a visão envia uma informação diferente da esperada pelo cérebro e este desencontro causa os sintomas.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas incluem reações como náuseas, vômitos, palidez, sudorese, hipersalivação,  sonolência, letargia e fadiga persistente. A cinetose ocorre com mais frequência nas crianças até 12 anos com melhora na adolescência, pessoas do sexo feminino e em pacientes com enxaqueca.

O enjôo da cinetose ocorre em dois contextos: durante o movimento físico, por exemplo, ao viajar de carro, navio, avião ou qualquer outro meio de transporte, ou na ausência de movimento físico, por exemplo, ao jogar videogame ou assistir a um filme. Neste último caso, a sensação de movimento próprio aparente é frequentemente referida como enjoo de movimento induzido visualmente, causando problemas oculomotores adicionais, como fadiga ocular e desconforto ocular.

E como tratar?

Atualmente há possibilidade de tratamento com medicação e sem medicação.  As medicações atuam reduzindo os sintomas de enjoo e tontura e são prescritos de acordo com as necessidades de cada paciente e a depender da intensidade e ocorrência dos sintomas. Em relação aos tratamentos não medicamentosos temos terapias de habituação realizadas através de diversos métodos além da reabilitação vestibular através de fonoterapia. Um exemplo vem de estudos prospectivos recentes que mostram que o treinamento optocinético compreendendo movimentos verticais, horizontais e de torção de pontos brilhantes projetados frontalmente pode reconstituir os efeitos das ondas encontradas no mar, parece ser uma modalidade de treinamento eficaz para a prevenção de enjoos incapacitantes.

Outro ponto interessante e que vale ser mencionado é a ação do gengibre em melhorar os sintomas da cinetose. Alguns estudos apontam que o gengibre é tão eficaz quanto outros medicamentos na redução da incidência de náuseas e vômitos causados por viagens.

E tem como evitar?

Algumas medidas comportamentais são importantes para prevenir a cinetose. Algumas dicas são:

  1. Escolha o melhor assento: em viagens de carro mantenha a visão fixa a frente.
  2. Mão use telas ( celular ou iPad) enquanto estiver em movimento
  3. Ventilação: mantenha o ambiente arejado
  4. Alimentos: prefira alimentos mais leves antes da viagem.
  5. Respiração: a respiração controlada tem ação em reduzir os sintomas de enjoo.

Pode ser um problema importante?

Sim!!! Especialmente quando consideramos duas tendências atuais. Primeiro, a era dos veículos automatizados começou e espera-se que veículos totalmente automatizados acabem por estar nas nossas estradas. O risco de cinetose aumenta significativamente em veículos automatizados, pois o movimento do veículo não pode mais ser controlado. Embora os motoristas sejam muito menos afetados, cerca de 46% dos adultos sofre de enjoo como passageiro de carro, o que torna isso uma preocupação para o desenvolvimento de veículos automatizados. Em segundo lugar, a realidade virtual,  ferramenta utilizada para reabilitação e educação.  Infelizmente, os usuários de realidade virtual frequentemente experimentam cinetose. As taxas de incidência e gravidade relatadas são muito variáveis, mas as taxas de encerramento prematuro de sessões de realidade virtual podem chegar a 60%.

O enjoo de movimento é bastante frequente e pode atrapalhar as férias. Se for seu caso, siga as dicas acima e procure seu médico otorrino para um tratamento especifico ao seu caso!

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