Registros mostram como o Lago Tefé, no Amazonas, foi drasticamente afetado pela seca histórica que atinge a região; confira fotos do antes e depois
A seca que assola diversas regiões do Brasil e países vizinhos trouxe consequências preocupantes para o Lago Tefé, localizado na região do Médio Solimões, no coração do Amazonas. Imagens de satélite capturadas pelo programa europeu Copernicus mostram o lago drasticamente reduzido, alertando para os impactos ambientais dessa crise. As imagens comparativas, tiradas em setembro de 2023 e 2024, revelam uma transformação chocante.
Os registros foram captados pelo satélite Sentinel-2, da União Europeia, que tem acompanhado de perto a situação crítica em toda a Amazônia. Na imagem mais recente, pode-se observar que o nível das águas do Lago Tefé diminuiu drasticamente, impactando não só a paisagem, mas também a vida da população local. A cidade de Tefé, localizada às margens do Rio Solimões, também foi capturada nas imagens, destacando a proximidade da seca com áreas urbanas.
A seca no Amazonas tem sido considerada uma das mais severas da história. De acordo com a Defesa Civil de Tefé, o nível do Lago Tefé — que em condições normais atinge cerca de 5 metros de profundidade — está agora abaixo de 1 metro. Esse cenário ameaça tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas, indígenas e urbanas que dependem diretamente dos recursos hídricos.
O Copernicus explicou que as imagens em tons de vermelho mostram áreas de vegetação, utilizando tecnologia infravermelha para medir a saúde das plantas. As áreas com maior concentração de clorofila, sinal de vegetação mais saudável, aparecem mais intensamente vermelhas. Porém, devido à seca, essas áreas estão se tornando cada vez mais escassas. Confira a imagem de 2023:
Além disso, a seca não se restringe ao Amazonas. Países vizinhos como Bolívia, Colômbia e Peru também enfrentam a escassez de água. Segundo especialistas do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil está vivendo uma das piores secas desde 1950, e a situação em 2024 supera até mesmo o episódio de 2015, quando várias áreas do país também sofreram com a falta de chuva.
A seca deste ano é mais abrangente e está afetando de forma intensa uma área muito maior, trazendo graves consequências para a vegetação e os corpos d’água. O Lago Tefé, um dos principais recursos naturais da região, é um símbolo claro desse impacto, e os satélites europeus têm desempenhado um papel importante na documentação e monitoramento da crise.
A população do Amazonas está sentindo diretamente os efeitos dessa crise ambiental. A falta de água e as queimadas associadas à seca já afetam mais de 560 mil pessoas no estado. Além disso, o governo estadual declarou todos os 62 municípios do Amazonas em estado de emergência. A escassez de insumos e o isolamento de comunidades ribeirinhas e indígenas agravam ainda mais a situação, dificultando o acesso a recursos básicos e elevando os preços de alimentos e outros produtos essenciais.
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