Prejuízos bilionários são esperados com a chegada do furacão Milton à Flórida nesta quarta-feira, impactando infraestrutura e setores econômicos
Publicado em 09/10/2024, às 17h30 - Atualizado às 19h01
O furacão Milton está prestes a atingir a costa da Flórida e já é considerado um dos maiores desafios climáticos da região nas últimas décadas. Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), Milton se tornou um fenômeno “extremamente perigoso” e deve tocar o solo na noite desta quarta-feira (9). As previsões indicam chuvas torrenciais, ventos intensos, com rajadas de até 321 km/h, e inundações que podem alcançar até 4,5 metros.
As autoridades locais, inclusive o governador da Flórida, Ron DeSantis, estão em alerta máximo. Ele descreveu Milton como um verdadeiro “monstro” que ameaça a segurança de milhares de pessoas, especialmente nas regiões de Tampa e Orlando. Com um histórico de tempestades graves, muitos moradores já estão seguindo as ordens de evacuação emitidas ao longo da costa oeste da Flórida.
A chegada do furacão Milton também deve gerar um impacto econômico expressivo. “Entre os estragos previstos pelo Milton, que devem chegar nesta quarta-feira à costa da Flórida, estão previstos bilhões de dólares em prejuízos, especialmente em portos e aeroportos que cuidam das exportações do agronegócio norte-americano”, analisa Igor Lucena, economista e CEO da Amero Consulting. Confira a explicação do especialista:
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Esse cenário é agravado pelas mudanças climáticas, que têm aumentado a frequência e a intensidade de desastres naturais, impactando diretamente o setor produtivo e financeiro. “No ano passado, os Estados Unidos já haviam enfrentado prejuízos superiores a 200 bilhões de dólares causados por desastres naturais. Para este ano, as expectativas são ainda maiores, podendo ultrapassar 340 bilhões de dólares”, explica o economista.
As experiências de quem já enfrentou situações como a chegada de furacões são marcantes e servem de alerta para o que está por vir. “Eu liderava a área de marketing, estava com quase 300 executivos na Flórida para um evento. Depois de dois dias que a gente estava, embicou na região um furacão que destruiu o Taiti e a República Dominicana. Tivemos que fazer um war room [sala de guerra], com representantes da empresa, segurança do hotel e traçar um plano de fuga. Foi um aprendizado pessoal e profissional, porque nunca imaginamos estar no meio de um evento como esse”, compartilhou Luciana Lancerotti, ex-CMO da Microsoft e fundadora e CEO da Gestão e Design de Impacto, em entrevista à AnaMaria.
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A executiva ainda relatou os desafios emocionais enfrentados pela equipe: “Algumas pessoas surtaram e outras se recusaram a entrar no avião. Eu, pessoalmente, decidi ficar para dar suporte à operação. Meu filho estava aprendendo na escola sobre furacões, enquanto eu vivia aquilo de perto. Foi uma experiência intensa para toda a família”, descreveu.
O furacão Milton foi já classificado como categoria 5, o que significa uma catástrofe iminente. Com ventos superiores a 249 km/h, tempestades desse tipo são conhecidas por sua capacidade de causar danos “muito graves e extensos”.
A NOAA, agência que monitora eventos climáticos nos Estados Unidos, já alertou que essas tempestades podem gerar marés de tempestade de mais de 5 metros de altura, além de destruir residências, derrubar árvores e linhas de transmissão de energia, e deixar áreas inabitáveis por meses.
O furacão foi reclassificado na categoria 3 da escala Saffir-Simpson, que qualifica os ciclones tropicais em cinco categorias, de acordo com a intensidade dos ventos.
Na Flórida, várias zonas de evacuação foram ativadas para proteger os moradores e minimizar as perdas. Governos e empresas terão que enfrentar grandes desafios logísticos e financeiros para lidar com as consequências dessa tempestade. O cenário para os próximos dias é de incerteza, mas uma coisa é clara: o impacto do furacão Milton será sentido por muito tempo.
Com o aumento da temperatura dos oceanos, causado pelo aquecimento global, é esperado que desastres como o furacão Milton se tornem cada vez mais comuns. A Flórida, que já enfrentou outras tempestades poderosas, como o furacão Ian, que devastou parte do estado em 2022, precisará se preparar para um futuro em que esses fenômenos climáticos extremos façam parte da realidade constante.
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