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Coronavírus / Imunização contra coronavírus

Quais são os riscos de não tomar a 2ª dose da vacina contra covid-19?

Mais de 1,5 milhão de pessoas não voltaram para tomar a 2ª dose; São Paulo é o estado com o maior contingente, seguido de Bahia e Rio de Janeiro

Ana Mota Publicado em 16/04/2021, às 15h00

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Saiba quais os riscos da uma imunização incompleta contra covid-19 - Unsplash
Saiba quais os riscos da uma imunização incompleta contra covid-19 - Unsplash

O atual ministro da saúde, Marcelo Queiroga, informou, na última terça-feira (13), que mais de 1,5 milhão de pessoas não retornaram aos postos de saúde para receberem a 2ª dose da vacina contra covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, São Paulo é o estado com o maior contingente, com mais de 343 mil atrasados. Na sequência, estão Bahia (148 mil) e Rio de Janeiro (143 mil).

Mas afinal, quais os riscos que essas pessoas estão correndo ao não tomarem a 2ª dose? Segundo Lorena de Castro Diniz, especialista em imunologia e coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), esses indivíduos não garantem a imunização completa. 

Ela ressalta que a dose complementar é indispensável e deve ser tomada respeitando os prazos. No caso da CoronaVac, o intervalo entre 1ª e 2ª doses deve ser de 14 a 28 dias. Já o imunizante de Oxford/Astrazeneca, tem um limite de 84 dias. Até o momento, estas são as únicas vacinas disponíveis no país. 

Lorena explica que ambos imunizantes são de vírus inativo e, por este motivo, o sistema imunológico demora mais na proteção contra o novo coronavírus. "A eficácia da vacina acontece em duas doses para o corpo produzir anticorpos e garantir uma formação protetora naquele indivíduo vacinado."

JÁ ESTOU PROTEGIDO COM UMA DOSE?
Não é bem assim. A infectologista Rachel Stuchhi, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), reforça que, com a primeira dose, alguma proteção até tem início duas semanas depois. Mas ela não dura muito tempo, deixando a pessoa desprotegida. "É importante lembrar também que a segunda dose deve ser do mesmo fabricante da primeira", ressalta.

Por tudo isso, tomar uma única dose da CoronaVac ou da Oxford/Astrazeneca causa uma falsa sensação de segurança nas pessoas. Se você teve covid-19 ou não, e tomou apenas a primeira dose, a imunidade não está garantida. Já para quem tomou as duas doses direitinho, a boa notícia é que, mesmo pegando a doença, muito provavelmente você não vai precisar de internação. A doença também não vai evoluir para óbito. “Isso é uma grande vantagem da vacina: o fato de não desenvolver casos graves", afirma Lorena.

O próprio ministro da saúde fez um apelo na última segunda-feira (12), em entrevista ao programa ‘Sem Censura’, da TV Brasil, para que pessoas que foram imunizadas com a 1ª dose da vacina contra covid-19 não desobedeçam a prescrição e tomem a 2ª dose do imunizante dentro do prazo recomendado.

TUDO DE NOVO? 
E quem perdeu o prazo para tomar a 2ª dose? Precisa voltar no plano de imunização e começar tudo de novo? Ambas especialistas garantem que a 1ª dose não é perdida. 

“Se atrasou pela indisponibilidade de dose naquele momento, ou então porque teve alguma doença -até mesmo a própria covid-19- e aí precisou aguardar o intervalo de 30 dias para tomar a 2ª dose =, ele não perdeu a primeira. Na verdade, esse indivíduo vai atrasar", explica Lorena. 

Ela ressalta que ainda não existem estudos sobre perda ou não da eficácia devido ao atraso, mas destaca ser de suma importância que a imunização seja completa, até mesmo para não comprometer o plano de vacinação do resto da população. "Assim que lembrar ou assim que a vacina estiver disponível, essa pessoa deve se dirigir ao local da vacinação e receber a 2ª dose", ressalta Rachel.

DICAS PARA NÃO ESQUECER

  • Deixe um aviso com a data na porta da geladeira ou no espelho do banheiro;
  • Também dá para colocar um lembrete na agenda do seu celular;
  • Se você for do time dos esquecidos mesmo, peça para algum familiar te ajudar a lembrar da data.