Luana Piovani relembrou de quando foi agredida por Dado Dolabella, em 2008, durante sua participação no programa Sem Censura, na última seguna-feira (25)
Luana Piovani, 48, relembrou um episódio doloroso em sua vida ao falar sobre violência doméstica na última segunda-feira (25). Em entrevista, a atriz, que participou do programa Sem Censura, da TV Brasil, descreveu o impacto do machismo estrutural que sofreu após ser agredida por Dado Dolabella, em 2008.
“O mundo é uma máquina de moer mulher”, desabafou. “A maior dor que passei não foi a agressão, foi o que a sociedade fez comigo depois.” Luana Piovani contou que enfrentou muitos preconceitos ao denunciar o caso publicamente.
Diante da repercussão negativa do caso, ela destaca que a falta de apoio, inclusive da empresa onde trabalhava, foi uma das piores partes. "Eu estava fazendo um programa na Globo, eles me tiraram do programa", disse.
"Não tive suporte de ninguém, exceto meus pais, cinco amigos e meu terapeuta. A sociedade me espezinhou”, continuou.
A atriz revelou que enfrentou julgamento até de outras mulheres e refletiu sobre como o machismo é reforçado também por elas. Luana Piovani relatou que chegou a receber comentários que romantizavam a agressão por acharem o agressor “bonito” ou “atraente”.
"Milhares de mulheres diziam 'vem bater em mim' [para Dado], porque o cara era considerado bonito, sex symbol", desabafou. "O que atrapalha muito a nossa luta são as mulheres machistas, que são quase um terço do planeta machista. Enquanto as mulheres forem machistas, elas dão forças aos homens machistas", disse a Cissa Guimarães.
Luana Piovani não mentiu! Além de não receber apoio algum, seis meses depois o agressor foi pra fazenda e saiu de lá campeão.
— Dan Pimpão 🏳️🌈 (@DanPimpao) November 25, 2024
Não suficiente ainda teve que lidar com atriz A-list falando pra imprensa o seguinte: "No meu caso, isso não teria acontecido. Eu não provocaria meu… pic.twitter.com/18fTCmWE1p
Apesar do termo quase autoexplicativo, o machismo não está atrelado a biofisiologia de alguém que reproduz esse tipo de comportamento e, portanto, mulheres também podem ser machistas tanto quanto os homens.
Segundo Joanna Brigo, autora do livro 'Patriarcado Gênero Feminismo', o machismo pode ser definido "como as ações de um sistema misógino". Ela também afirmou, em entrevista ao g1 em 2023, que, da mesma forma que Luana Piovani falou, "as mulheres machistas são parte intrínseca da manutenção de valores patriarcais."
Na maioria dos casos, Joanna diz que o machismo entre as mulheres está diretamente relacionado a rivalidade feminina. "A manutenção dessa história mantém as mulheres uma contra as outras", disse. No entanto, são as alianças entre as mulheres que sustentam partes importantes da sociedade, como o cuidado com crianças, muitas vezes negligenciadas pelos pais.
De acordo com especialistas, o machismo estrutural (ou seja, que está enraizado nas estruturas sociais) faz com que algumas mulheres reproduzam comportamentos que prejudicam a luta pela igualdade. A seguir, AnaMaria lista algumas formas de combater esses padrões.
Como já vimos anteriormente, a rivalidade feminina é um dos maiores problemas do machismo entre mulheres, comportamento que ensina mulheres a competir entre si. Combata isso promovendo apoio mútuo. Nas redes sociais, por exemplo, valorize as conquistas individuais e crie uma rede de suporte em vez de alimentar comparações ou críticas.
Algumas expressões reforçam o machismo sem que percebamos. Uma das frases mais comuns é: "Você deve estar naqueles dias". Antes de usar esse tipo de raciocínio, pense se você diria o mesmo sobre um homem ou se relacionaria o comportamento dele a um fator biológico, como acontece com a período menstrual entre as mulheres.
Também evite expressões que julguem comportamento sexual ou aparência das mulheres. Identificar e corrigir discursos machistas, seja em redes sociais ou em conversas privadas, é uma das partes mais importantes para quebrar o ciclo de violência. Aborde o tema de forma pedagógica, mostrando como pequenas mudanças de comportamento podem fazer a diferença na luta contra o machismo.
Após casos de assédio ou violência, é comum ver julgamentos sobre o comportamento da vítima, especialmente nas redes sociais. Luana Piovani passou por isso publicamente ao denunciar Dado Dolabella por violência doméstica. Evite comentários que culpabilizem ou desmereçam a mulher. No lugar, demonstre empatia e apoio.
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