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Vitiligo tem cura? Entenda a doença que afeta mais de 1 milhão de brasileiros

AnaMaria conversou com a dermatologista Flavia Rosalba Rodrigues, do CEJAM, sobre as dúvidas mais comuns a respeito do vitiligo

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 07/08/2024, às 14h25

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Luiza Brunet, a modelo canadense Winnie Harlow e um dos filhos de Kim Kardashian - ela não revelou qual dos quatro, são portadores da doença. - Foto: Armin Rimoldi/Pexels
Luiza Brunet, a modelo canadense Winnie Harlow e um dos filhos de Kim Kardashian - ela não revelou qual dos quatro, são portadores da doença. - Foto: Armin Rimoldi/Pexels

O vitiligo é uma doença comum — estima-se que 2% da população mundial seja afetada pela condição. Ainda assim, há muitas dúvidas a seu respeito. Vitiligo tem cura? O que é? Há tratamento? Essas são algumas das perguntas mais frequentes sobre a doença de pele.

Voltando aos números: a condição atinge mais de um milhão de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde. Com isso, está entre as 25 enfermidades mais comuns do país. Entre os famosos, há pacientes conhecidos, como Luiza Brunet, a modelo canadense Winnie Harlow e o Rei do Pop, Michael Jackson.

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O vitiligo é uma das doenças mais comuns do Brasil. Foto: Freepik

Mais recentemente, Kim Kardashian revelou que um dos seus quatro filhos, frutos da antiga relação  com Kanye West, também foi diagnosticado. E é para todas essas pessoas que foi instituído o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo, celebrado em 01 de agosto.

A data promove respeito, inclusão e aceitação àqueles que a possuem. Aproveitando a data, AnaMariaesclarece algumas dúvidas comuns sobre a doença de pele. Para isso, conversamos com a dermatologista Flavia Rosalba Rodrigues, do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas 'Dr. João Amorim'. 

O vitiligo

De início, a especialista explica que as causas exatas ainda não são totalmente compreendidas: "Supõe-se que seja uma combinação de fatores genéticos e autoimunes". Porém, uma coisa é certa: o vitiligo pode afetar qualquer pessoa, sem distinção de idade, sexo ou etnia.

Este fenômeno pode se desenvolver tanto desde o nascimento ou com o tempo, em qualquer fase da vida. O problema de pele começa com a agressão do próprio sistema imunológico aos melanócitos, as células encarregadas de pigmentar a pele.

Isso leva à destruição ou mau funcionamento, o que gera uma mudança na pigmentação cutânea (na pele). Desta forma, surgem as tradicionais manchas brancas, que podem se expandir pelo corpo de maneira imprevisível, como Rosalba explica. 

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As manchas brancas causadas pelo vitiligo podem afetar todo o corpo. Foto: Freepik

Além da herança genética, outros agentes podem contribuir para o surgimento ou agravamento do vitiligo. Como exemplo, as questões emocionais, como o estresse: "Podem ter um papel significativo no vitiligo, apesar de não serem a causa direta".

Lesões na pele e queimaduras solares também podem precipitar o aparecimento das manchas nas áreas afetadas: "Aparentemente, a exposição a alguns produtos químicos e substâncias irritantes pode estar ligada ao desenvolvimento ou piora do quadro".

Por isso, Rosalba dá dicas do que deve ser evitado:

  • Exposição excessiva ao sol: a pele com vitiligo é mais sensível às queimaduras solares devido à falta de melanina. Reduzir a exposição ao sol e usar protetor solar são fundamentais para prevenir danos;
  • Estresse excessivo: embora seja difícil evitá-lo, técnicas para lidar com essa reação podem ser úteis. Busque a que melhor se encaixe na sua rotina. "Meditação, yoga e exercícios podem ajudar positivamente", avalia;
  • Dormir tarde e se alimentar mal: é importante manter uma alimentação balanceada e garantir um sono de qualidade. Isso ajuda na redução dos níveis de estresse no organismo.

Vitiligo tem cura? Qual o tratamento?

O diagnóstico do vitiligo é realizado por um dermatologista por meio da observação das manchas da pele. Em outros casos, pode ser necessário realizar um exame de sangue ou outros testes médicos para a confirmação do quadro.

Fui diagnosticado com vitiligo, e agora? Vitiligo tem cura? Não. Por isso, é necessário partir para o tratamento. De acordo com a especialista, há uma série de tratamentos disponíveis para melhorar a aparência da pele e assim reduzir os danos causados pela doença.

Normalmente, o vitiligo não provoca dor, coceira ou outros incômodos físicos. No entanto, as manchas podem causar desconforto emocional nos portadores: "As alterações na aparência, resultantes da doença, podem gerar estresse adicional, ansiedade e impactar a autoestima".

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O apoio psicológico é fundamental, sobretudo em crianças, que podem ser vítimas de bullying. - Foto: Freepik

Os métodos são recomendados individualmente após a avaliação médica. Nos casos mais simples:

  • Cremes, que ajudam a reduzir a inflamação e estimular a repigmentação da pele;
  • Terapia com luz ultravioleta (UV), que estimular os melanócitos;
  • Terapias de camuflagem para cobrir as manchas brancas.

"Em casos mais severos, tratamentos cirúrgicos, como o transplante de melanócitos, podem ser considerados", acrescenta Flávia, que ressalta a importância do acompanhamento psicológico: "Também é parte essencial, pois ajuda a lidar com todo o impacto emocional causado".

Além dos tratamentos e do suporte emocional, os portadores de vitiligo também precisam de um cuidado extra com a pele. A dermatologista finaliza com algumas orientações:

  • Use protetor solar: a pele com manchas brancas carece de proteção da melanina e é mais suscetível a queimaduras. Para reduzir o risco, inclusive de câncer de pele, use protetor solar com fator de proteção 30 ou superior em todas as áreas expostas do corpo;

  • Hidrate a pele: manter a pele bem hidratada é fundamental para evitar ressecamento e irritação. Isso pode ser feito com uso regular de loções, cremes ou óleos hidratantes. "Mas atenção, escolha produtos suaves para não causar irritações adicionais na pele", ressalta;

  • Acompanha as manchas: o monitoramento regular ajuda a notar qualquer mudança. Além disso, as consultas com dermatologistas periodicamente são importantes para avaliar a condição da pele e ajustar o tratamento conforme necessário.

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