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Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo

Descubra tudo sobre o hirsutismo: causas, sintomas e tratamentos. Entenda como essa condição pode afetar a saúde física e mental das mulheres

Laís Seguin
por Laís Seguin

Publicado em 03/08/2024, às 16h00

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Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo - Foto: Reprodução/Freepik
Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo - Foto: Reprodução/Freepik

Durante anos, o tema dos pelos tem sido um tabu desmistificado e amplamente discutido entre mulheres, refletindo preocupações sociais e estéticas.

No entanto, quando se observa um crescimento excessivo de pelos em corpos do sexo feminino, pode-se estar diante de uma condição que transcende a discussão cultural ou estética.

O hirsutismo é um distúrbio que não só desafia as normas sociais, mas sinaliza possíveis desequilíbrios que exigem acompanhamento médico.

AnaMaria conversou com Luciana Mela Umeda, médica endocrinologista e professora doutora do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), sobre o assunto.

De acordo com ela, os principais sintomas são aumento de pelos na região das costas, rosto, buço, queixo, ao redor dos mamilos, nádegas e abdômen. Geralmente os pelos são abundantes e grossos, podendo causar constrangimento e desconforto.

São várias as causas do hirsutismo, entre as mais comuns podemos citar os fatores genéticos, que são ligados a alguns grupos étnicos específicos como mediterrâneos, hispânicos, do sul da Ásia ou do Oriente Médio; o uso de medicamentos que contêm corticoides e esteroides anabolizantes e as alterações hormonais como a síndrome dos ovários policísticos, obesidade, resistência à insulina, hiperplasia adrenal congênita, Síndrome de Cushing e alguns tumores produtores de andrógenos, cita.
Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo
O hirsutismo é um distúrbio caracterizado pelo crescimento excessivo de pelos em mulheres, frequentemente causado por fatores genéticos, alterações hormonais, medicamentos ou condições como a síndrome dos ovários policísticos - Reprodução/Freepik

Causas e sintomas do hirsutismo

Reconhecendo a diversidade das causas do hirsutismo, a abordagem para seu tratamento exige uma compreensão holística e individualizada de cada caso. Se a paciente apresentar indícios de obesidade, é necessário focar na perda de peso e mudança do estilo de vida.

Se tiver Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), o foco é na perda de peso e no uso de medicamentos que melhorem a resistência à insulina e estimulem a ovulação.

A SOP é uma patologia muito prevalente. Sabemos que de 70 a 80% das mulheres com SOP cursam com hirsutismo. Elas podem ter dificuldade para engravidar devido à dificuldade na ovulação, resistência à ação da insulina e pelo aumento de andrógenos. Portanto, pode haver uma forte correlação entre o hirsutismo e a infertilidade, e o tratamento precoce pode reverter esse achado, afirma.

Além dos fatores citados acima, ainda existem causas tumorais, nas quais é preciso detectar o local do tumor; causas medicamentosas, quando o mais indicado é suspender os medicamentos, se possível; e, nos casos de origem genética, é indicado o uso da depilação, eletrólise ou tratamento a laser.

Tratamentos e impactos do hirsutismo na saúde mental

Caso identifique alguns dos sintomas, a endocrinologista recomenda a busca por um médico especialista para realizar um tratamento, já que, quando não tratado, o hirsutismo pode afetar a saúde mental trazendo estresse emocional, depressão e ansiedade.

Além disso, quando causada pelo excesso de andrógenos (hormônios masculinos), podem ocorrer dificuldades para engravidar (infertilidade), voz grave, diminuição do tamanho dos seios, aumento da musculatura e do clitóris e acne.

O diagnóstico do hirsutismo geralmente envolve uma avaliação clínica detalhada, exames laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem. A avaliação clínica inclui uma análise minuciosa do histórico médico da paciente e um exame físico completo.

Os exames laboratoriais podem incluir dosagens hormonais para verificar os níveis de andrógenos, glicose e insulina. Em alguns casos, pode ser necessária uma ultrassonografia para avaliar os ovários e outras glândulas.

O tratamento do hirsutismo pode variar dependendo da causa subjacente. Mudanças no estilo de vida, como a perda de peso, podem ser eficazes, especialmente para mulheres com SOP.

Medicamentos antiandrogênicos, como a espironolactona, podem ser prescritos para reduzir a produção de hormônios masculinos. Os contraceptivos orais também podem ser eficazes em regular os níveis hormonais e reduzir o crescimento dos pelos.

Em casos mais graves, a cirurgia pode ser considerada para remover tumores produtores de andrógenos.

Além do tratamento médico, existem várias opções cosméticas para gerenciar o hirsutismo. A depilação temporária, como a depilação com cera e a eletrólise, pode ser uma solução eficaz para algumas mulheres.

O tratamento a laser, que visa destruir os folículos pilosos, pode proporcionar uma redução permanente do crescimento dos pelos, embora várias sessões possam ser necessárias para obter os melhores resultados.

É importante que as mulheres com hirsutismo encontrem apoio e compreensão, tanto de profissionais de saúde quanto de suas redes de apoio pessoal.

A condição pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida, e a busca por tratamento pode ser um passo importante para recuperar a confiança e o bem-estar.

Em resumo, o hirsutismo é uma condição que vai além de preocupações estéticas, sinalizando possíveis desequilíbrios hormonais que requerem atenção médica.

Com a abordagem correta e o tratamento adequado, é possível gerenciar a condição e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas.

Pelos fora de controle? Entenda o que está por trás do hirsutismo
O tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida, abordando tanto os aspectos físicos quanto os impactos na saúde mental - Reprodução/Freepik

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