Médico aborda o estudo que constatou que a solidão acelera o envelhecimento; confira
Com base em um novo estudo, a solidão está sendo cada vez mais associada ao envelhecimento biológico precoce, revelando um impacto significativo do isolamento social na saúde. Analisando o comportamento de 280 mil americanos, a pesquisa destacou como a falta de interação social pode acelerar o envelhecimento do organismo.
Para entender melhor essa conclusão de que a solidão acelera o envelhecimento biológico e explorar formas de mitigar os efeitos negativos da falta de socialização, especialmente entre os idosos, AnaMaria conversou com clinico geral e geriatra Natan Chehter, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Estadual Mário Covas.
A pesquisa, publicada no jornal do Colégio Americano de Cardiologistas, trouxe à tona uma perspectiva inovadora sobre os efeitos do isolamento social na saúde. Para calcular a idade biológica dos americanos que participaram do estudo, os pesquisadores utilizaram técnicas de inteligência artificial com base em eletrocardiogramas - exames que avaliam a atividade do coração.
Essa abordagem, embora ainda esteja em estágios iniciais, trouxe novos insights sobre os efeitos do isolamento social no processo de envelhecimento e destacou o potencial da tecnologia para ampliar nosso entendimento sobre os impactos de fatores externos na saúde humana.
A solidão pode interferir mesmo no envelhecimento do nosso organismo? É o que indica a pesquisa inovadora. De acordo com Natan, o estudo em questão utiliza um algoritmo que, baseado em eletrocardiogramas, estima a idade biológica de um indivíduo. Essa idade biológica pode divergir da idade cronológica, indicando um envelhecimento mais acelerado ou retardado do organismo.
No entanto, o estudo sugere que o isolamento social tem o efeito oposto: pessoas que, cronologicamente, deveriam estar mais jovens, apresentam sinais biológicos de envelhecimento mais avançado. Em outras palavras, a solidão e o isolamento podem acelerar o envelhecimento biológico do organismo, contribuindo para uma saúde mais debilitada e uma maior vulnerabilidade a doenças.
A socialização desempenha um papel crucial na saúde mental e física, especialmente em idosos. De acordo com o geriatra, a interação social ativa pode ser um fator protetor contra o envelhecimento precoce, ao contrário do isolamento social, que pode acelerar esse processo biológico.
Ou seja, "pessoas que mantêm uma vida social ativa tendem a estar mais protegidas contra doenças e a apresentarem uma idade biológica mais próxima de sua idade cronológica", explica Natan Chehter. O estudo sugere que o isolamento social pode desencadear o estresse e a inflamação, afetando negativamente a saúde física e mental.
Portanto, é fundamental que os idosos e as pessoas em geral busquem atividades que promovam a interação social. A seguir veja algumas ações que podem promover a socialização e, assim, beneficiar a saúde:
Essas atividades não apenas oferecem benefícios à saúde, mas também proporcionam uma maior qualidade de vida e bem-estar emocional.
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