A SOP afeta muitas mulheres e traz preocupações sobre fertilidade; especialista explica impactos e responde se quem tem ovário policístico pode engravidar
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição comum que afeta muitas mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por um desequilíbrio hormonal que pode levar à irregularidade menstrual e à formação de cistos nos ovários. Essa condição é uma das principais causas de infertilidade feminina, gerando dúvidas e preocupações. Afinal, quem tem ovário policístico pode engravidar? Com o avanço das técnicas de reprodução assistida, mulheres com SOP têm uma chance significativa de realizar o sonho da maternidade.
AnaMaria conversou com o ginecologista Roberto de Azevedo Antunes, especialista em reprodução humana e diretor médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, para explicar como a SOP impacta a fertilidade e como os tratamentos de reprodução assistida podem ajudar a superar esses desafios.
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição que pode ter um impacto significativo na fertilidade das mulheres. Conforme explicado pelo ginecologista Roberto, ela afeta a fertilidade ao causar anovulação crônica, ou seja, a ausência de ovulação regular, o que dificulta a concepção. Mulheres com SOP enfrentam desafios específicos, como a necessidade de induzir a ovulação, o que pode ser realizado com medicamentos como letrozol, clomifeno ou gonadotrofinas.
Além disso, a SOP está frequentemente associada a resistência insulínica e distúrbios no metabolismo da glicose, aumentando o risco de diabetes. Essa condição também pode contribuir para o acúmulo de gordura central e dificuldades na perda de peso, o que pode resultar em obesidade. Adicionalmente, há uma predisposição maior para o desenvolvimento de hipertensão arterial crônica.
O manejo adequado dessas condições clínicas associadas à SOP é crucial para melhorar o ambiente metabólico da paciente. Isso pode ajudar a facilitar o retorno da ovulação espontânea, aumentando assim as chances de concepção. Portanto, um acompanhamento médico cuidadoso e um plano de tratamento personalizado são essenciais para mulheres com SOP que desejam engravidar.
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Quem tem ovário policístico pode engravidar com a ajuda de técnicas de reprodução assistida. "A primeira abordagem inclui mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, exercícios regulares e perda de peso, o que pode restaurar a ovulação naturalmente. Caso essas medidas não sejam suficientes, o uso de medicamentos indutores de ovulação, como Letrozol, pode ser necessário", explica Roberto.
Em casos de mulheres jovens ou com poucas complicações, o coito programado é uma opção inicial. "Essa técnica envolve a indução da ovulação seguida de relações sexuais programadas para coincidir com o período ovulatório. Se essa abordagem não resultar em gravidez, a inseminação intrauterina (IIU) pode ser considerada, especialmente se o parceiro tiver sêmen de qualidade reduzida. A IIU é uma técnica onde, após indução da ovulação com Letrozol ou doses baixas de gonadotrofinas, o sêmen é preparado e inserido diretamente no útero, aumentando as chances de fecundação", aponta o médico.
Para casos mais complexos, como obstrução das trompas, idade avançada da mulher, necessidade de avaliação genética pré-implantacional dos embriões ou sêmen gravemente alterado, Roberto destaca que a fertilização in vitro (FIV) é recomendada. Esse método envolve a estimulação dos ovários para produção de múltiplos óvulos, que são então fertilizados em laboratório. No entanto, devido à alta resposta ovariana comum em pacientes com SOP, é crucial monitorar cuidadosamente para evitar a síndrome de hiperestimulação ovariana, uma complicação potencialmente grave.
Assim, mesmo com os desafios impostos pela SOP, as técnicas de reprodução assistida oferecem uma ampla gama de possibilidades para mulheres que almejam a maternidade, adaptando-se às necessidades e circunstâncias individuais de cada caso. Sendo assim, quem tem ovário policístico pode engravidar. No entanto, alguns cuidados em relação ao procedimento são importantes.
Antes e durante o processo de reprodução assistida, mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) devem adotar cuidados específicos para otimizar as chances de sucesso. De acordo com o ginecologista, é crucial implementar mudanças no estilo de vida, como perda de peso para pacientes obesas, ajustes na dieta e controle de condições como resistência insulínica e pressão arterial.
"Esses cuidados aumentam significativamente as chances de engravidar e garantem uma gravidez mais saudável", afirma Roberto. Além disso, o acompanhamento médico contínuo e personalizado é essencial para monitorar a saúde da paciente e do feto.
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