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Quais os riscos da quiropraxia? Saiba como reproduzir a técnica de maneira saudável

Fisioterapeuta alerta sobre como driblar possíveis riscos da quiropraxia, técnica de manuseio corporal utilizada no tratamento contra dores

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 29/05/2024, às 15h00

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A técnica é utilizada contra dores em diversas partes do corpo. - Freepik
A técnica é utilizada contra dores em diversas partes do corpo. - Freepik

Quem nunca se deparou com um vídeo de quiropraxia pelas redes sociais? A técnica, utilizada no tratamento contra dores, se tornou motivo de muita curiosidade pelo intenso manuseio corporal, responsável por barulhos dos ossos. Mas afinal, quais os riscos da quiropraxia?

E essa pergunta é mais comum do que você imagina: enquanto a técnica é o sonho de consumo de muita gente, há quem a tema por conta das manobras nas articulações. Enquanto isso, milhares de pacientes sofrem com dores e problemas nas famosas "juntas".

Dores no joelho, pescoço, ombros, coluna e em outras partes são cada vez mais comuns. Em paralelo, a busca de como combatê-las também cresce da mesma maneira. É aí que entra a quiropraxia e seu objetivo de melhorar o funcionamento do corpo. Entenda:

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A quiropraxia

A quiropraxia é um conjunto de técnicas de manipulação das articulações para restaurar e manter a saúde através do alinhamento da coluna vertebral e as articulações de membros. Ou seja, visa reduzir as dores e aumentar o bem-estar do paciente.

De acordo com o fisioterapeuta José Ordenes, a técnica ajuda a melhorar dores e a mobilidade do paciente: “Não é à toa que a quiropraxia se popularizou tanto nos últimos anos, ela é altamente eficaz na redução da dor e na melhoria da mobilidade dos pacientes".

O especialista explica que os ajustes quiropráticos permitem aliviar a dor por meio do estímulo de analgésicos internos do corpo do paciente. Desta forma, as dores são reduzidas e a mobilidade e o bem-estar são influenciados positivamente. Além disso, vale mencionar que a terapia é indicada para todos os públicos, de recém-nascidos às gestantes e idosos. 

E os ossos não são os únicos beneficiados: todo o sistema musculoesquelético é. Ossos, músculos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagem e outros tecidos conjuntivos do corpo. Ou seja, dores musculares também são reduzidas com a técnica, que promete melhorar até mesmo o sono.

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Os barulhos da quiropraxia

Para isso, o paciente que se submete a quiropraxia é submetido a uma sessão de "apertos", que ocasionam barulhos do estalar dos ossos. Nos vídeos viralizados nas redes sociais, por exemplo, o responsável pela técnica manuseia o paciente em busca de sanar a dor.

Só que essa, geralmente, é a última etapa. Antes, o quiroprata deve avaliá-lo de maneira única, já que as dores são diferentes em cada indivíduo. Além da avaliação, pode ser necessário realizar exames de imagem, como radiografia, tomografia e ressonância magnética.

Apesar do susto inicial, os 'estalos' tradicionais da técnica não são perigosos e sim benéficos, como alerta Ordenes. Porém, para isso, é necessário procurar um profissional qualificado: “A aplicação correta, frequência e intensidade são essenciais para bons resultados e para evitar complicações".

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Quais os riscos da quiropraxia?

A quiropraxia tem riscos, assim como qualquer outro tratamento alternativo, medicamentoso ou cirúrgico. Se realizada de maneira incorreta ou por um profissional incapacitado, pode agravar lesões já existentes, além de criar novos problemas de saúde.

Entre as lesões geradas por imperícia ou incapacidade técnica, estão:

  • Dores ou desconforto;
  • Lesões musculares ou ligamentares;
  • Lesões na coluna vertebral;
  • Lesões torácicas, como é o caso da fratura de costela e diástase costocondral;
  • Dissecção arterial - quando vasos que levam o sangue do coração ao cérebro se rompem. Pode causar problemas neurológicos, como AVC e até a morte.

Técnicas de fisioterapia e reabilitação precisam ser realizadas por profissionais gabaritados na área: "Se ela for feita por pessoas leigas no tema podem trazer problemas e acabar piorando a situação, principalmente quando se trata de articulações mais sensíveis”, avalia o fisioterapeuta.

“Um quiropraxista experiente tem o conhecimento necessário para realizar ajustes com precisão, garantindo alívio de forma segura. Por isso, sempre busque por um profissional qualificado”, acrescenta José Ordenes.

riscos da quiropraxia no pescoço
Neurocirurgiã Betsy Grunch não recomenda a manipulação do pescoço; quiropratas discordam. Foto: Freepik

Casos que deram errado

Em 2016, a modelo Katie May, de 34 anos, morreu devido a um procedimento quiroprático no pescoço. Segundo Ed Winter, médico legista de Los Angeles, a 'Rainha do Snapchat', como era conhecida, teve um acidente vascular cerebral (AVC) fatal após o rompimento de uma artéria, que parou de levar sangue ao cérebro.

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A norte-americana Caitlin Jensen, de 28 anos, também saiu lesionada de uma sessão de quiropraxia no pescoço, em 2022. Após sentir tonturas, médicos detectaram lacerações em quatro vasos sanguíneos, o que resultou em um derrame e parada cardíaca. Ela ficou nove meses sem falar, além do lado direito do corpo paralisado.

Os casos levantaram o debate sobre os riscos da quiropraxia - em especial, sobre a manipulação do pescoço, que é uma area mais suscetível a lesões: "Quando você vira o pescoço de um lado para outro, esses vasos giram dentro do osso", explica a neurocirurgiã Betsy Grunch, da Geórgia.

Apesar dos problemas serem considerados raros, a especialista desaconselha técnicas de quiropraxia no pescoço.