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Opções vegetarianas têm mais sal que do que o oceano, diz estudo

O alto índice de sódio no sangue pode levar a vários problemas de saúde

Da Redação Publicado em 25/10/2018, às 15h28 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos recomenda consumir 2300 mg ou menos de sódio por dia - iStock
Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos recomenda consumir 2300 mg ou menos de sódio por dia - iStock

Vegetarianos, atenção: algumas alternativas sem carne podem não ser tão saudáveis quanto você imaginava. Tudo por conta dos altos níveis de sódio dos produtos. Quem descobriu foi um estudo da Action on Salt, organização britânica que analisa os efeitos do sódio em nossa saúde. O grupo é formado por especialistas da Universidade Queen Mary, em Londres.

Surpreendentemente, 28% de todos dos 157 produtos pesquisados tiveram níveis de sódio acima do valor máximo permitido. Os itens mais salgados da pesquisa (Deli Slices Hickory Smoked da Tofurky  e 8 Bachers Style Rashers da Tesco), inclusive, possuem muito mais sal por 100g do que a água do mar, sendo os mais salgados da pesquisa. 

Para efeitos de comparação, a água do oceano Atlântico possui 1g de sódio por 100g, o que equivale a 2,5g de sal por 100g. Enquanto isso, os produtos continham  3,5g/100g e 3,2g/100g, respectivamente.

NADA SAUDÁVEL

O maior teor médio de sal por 100g foi encontrado em um hambúrguer sem carne que simulava bacon (2,03g / 100g). Quando falamos em porção, os kievs vegetarianos eram os mais salgados (1,03g), e chegavam a ter mais sal do que uma porção grande de batatas fritas vendida na rede McDonald's.

Na sequência, vieram as salsichas sem carne (0,96g) e, surpreendentemente, pedaços e filés sem carne (0,87g) - tão salgado quanto três porções de amendoins. De todos os itens pesquisados, apenas três produtos foram considerados com baixo teor de sal, contendo 0,3g por 100g ou menos.

No entanto,  cerca de 18% dos produtos estudados não tinham o tamanho de porção, o que dificulta para os consumidores avaliarem quanto do produto devem comer para medir sua ingestão diária de sal, ressalta o estudo.

OLHA A PRESSÃO ALTA!

Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), do Ministério da Saúde, revelam que 22,7% dos brasileiros já receberam diagnóstico de hipertensão, problema que prejudica a flexibilidade das artérias e ataca os vasos, coração, rins e cérebro.

Como o sódio é responsável por regular a quantidade de líquidos dentro e fora das células, em excesso acaba causando alteração desse equilíbrio. Assim, o organismo retém mais água, o que sobrecarrega coração e rins.

A recomendação de consumo máximo diário de sal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de menos de 5 g por pessoa. Mas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo do brasileiro está em 12 gramas diários, valor que ultrapassa o dobro do recomendado. 

Se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária da OMS, as mortes por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as causadas por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria de remédio para hipertensão, além da expectativa de vida ser aumentada em até quatro anos.

MENOS SAL

A pesquisa é britânica, mas chama atenção para um fator importante: é preciso ler o rótulo dos alimentos industrializados. Confira e veja se a quantidade for superior a 400mg em 100g do alimento, o item é prejudicial à saúde. Melhor sempre optar pelos que apresentam menos sódio.

Além disso, vale diminuir a quantidade de sal utilizada no preparo da comida. Para isso, vale apostar em ervas desidratadas e temperos naturais, como salsa, cebolinha, pimenta e outros. O uso de temperos industrializados também deve ser evitado, pois contêm alto ter de sódio.