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Bem-estar e Saúde / COMO ASSIM?

Depressão ou menstruação? Entenda a disforia pré-menstrual, que afeta humor e gera confusão

O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), conhecido como disforia pré-menstrual, afeta 40% das mulheres em idade fértil

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 17/10/2024, às 14h15

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A observação dos sintomas é fundamental para lidar com o TDPM. - Foto: wayhomestudio/Freepik
A observação dos sintomas é fundamental para lidar com o TDPM. - Foto: wayhomestudio/Freepik

Você já se sentiu triste, ansiosa ou irritada antes de menstruar, a ponto de achar que estava em uma crise de depressão? Se sim, você pode estar entre as muitas mulheres que experimentam os sintomas do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), conhecido como disforia pré-menstrual.

A condição afeta significativamente o humor e a qualidade de vida no período pré-menstrual. Os sinais podem ser tão intensos que, por vezes, são confundidos com os de uma depressão clínica, levando a dúvidas sobre o que realmente está acontecendo.

O que é a disforia pré-menstrual?

O TDPM é uma forma grave de Síndrome Pré-Menstrual (SPM), marcada por alterações emocionais e físicas que ocorrem nas semanas anteriores à menstruação. À AnaMaria, a ginecologista Roberta Antonini, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), detalhou a disforia pré-menstrual.

“É consequência da diminuição repentina e brusca dos hormônios estrogênio e progesterona”. Esses hormônios, além de regular o ciclo menstrual, são fundamentais na estabilidade emocional das mulheres, resultando na série de sintomas. Os mais comuns são:

  • Tristeza;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade;
  • Tensão;
  • Variação de humor.

Em alguns casos, as mulheres podem sentir-se sem disposição, sonolentas ou com dificuldade para se concentrar. Além disso, sinais físicos, como dores de cabeça, cólicas, tontura e até taquicardia são frequentes, aumentando ainda mais o desconforto,

Depressão ou sua menstruação? Entenda a disforia pré-menstrual, que afeta humor e gera confusão
Embora os sintomas sejam parecidos, a duração deles é bem diferente. Foto: gpointstudio/Freepik

Estima-se que cerca de 40% das mulheres em idade fértil apresentem os sintomas do TDPM, o que torna a condição bastante comum — embora muitas nem saibam. No entanto, apenas entre 3% e 8%, enfrentam a forma mais grave do distúrbio, que interfere diretamente no bem-estar e na rotina diária.

Diferença entre a TDPM e depressão

Embora os sintomas da disforia pré-menstrual possam lembrar os da depressão, a principal diferença está no tempo de duração. No caso do TDPM, os sintomas aparecem no período anterior à menstruação, e costumam desaparecer em até três dias após o início do ciclo menstrual.

A depressão, por outro lado, caracteriza-se por um estado persistente de tristeza e falta de energia, sem relação direta com o ciclo hormonal. De acordo com Roberta Antonini, uma maneira eficaz de distingui-la de outros transtornos de humor é manter um registro dos sintomas ao longo do mês.

“É uma alternativa registrar o que sentem quando a semana da menstruação ocorrer. Com apoio de especialista, a mulher pode entender melhor o que acontece no seu corpo e encontrar a melhor saída para o problema”, explica a especialista.

Identificação e tratamento da disforia pré-menstrual

Para diagnosticar a disforia pré-menstrual, o primeiro passo é observar os sintomas e o impacto deles no seu dia a dia. Além disso, vale ressaltar a importância dos registros mensais dos sintomas. Por fim, caso a dúvida persista, busque ajuda médica para diferenciar o TDPM de outras condições.

De maneira geral, caso os sinais ocorram repetidamente antes do ciclo menstrual e desapareçam após o início da menstruação, é provável que você esteja lidando com o TDPM. Se os sintomas forem graves a ponto de atrapalhar sua rotina, a busca por um profissional volta a ser recomendada. 

Depressão ou sua menstruação? Entenda a disforia pré-menstrual, que afeta humor e gera confusão
A ginecologista Roberta Antonini indica métodos de tratar a a disforia pré-menstrual. Foto: Freepik

Felizmente, existem várias formas de tratar o TDPM e aliviar seus sintomas. Entre as abordagens mais comuns estão o uso de antidepressivos, que podem ajudar a equilibrar os neurotransmissores responsáveis pelo humor, além de intervenções que envolvem a mudança do estilo de vida.

A adoção de uma alimentação equilibrada, associada à prática regular de exercícios físicos e a uma boa qualidade de sono, pode contribuir para a melhora dos sintomas. A terapia cognitiva comportamental (TCC), que se concentra em modificar padrões de pensamento negativos, também pode ser uma opção eficaz no tratamento.

De qualquer forma, o tratamento deve ser sempre individualizado e acompanhado por um profissional de saúde. A solução que vale para uma pessoa nem sempre vale para a outra.

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