Durante um período de depressão e perda de peso, o religioso viveu uma fase difícil, o que refletiu diretamente em sua aparência e saúde física
O Padre Marcelo Rossi chamou a atenção de seus seguidores ao compartilhar uma comparação entre seu visual de 2016 e o de 2024. A mudança é notável: enquanto na primeira foto ele aparecia magro e abatido, hoje, aos 57 anos, exibe um semblante mais saudável e fortalecido. Durante um período de depressão e perda de peso, o religioso viveu uma fase difícil, o que refletiu diretamente em sua aparência e saúde física.
A perda de peso drástica é um dos efeitos da doença, que pode tanto causar diminuição quanto aumento de apetite, dependendo de cada caso. Inclusive, o Padre Marcelo Rossi chegou a enfrentar oscilações de peso, contabilizando tanto mais quilos na balança quanto menos. Essa situação evidencia como a depressão impacta o físico e a alimentação.
De acordo com a psicóloga Lidia Maria Guerra Brito, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, as alterações no apetite e peso são respostas complexas da neuroquímica do cérebro à doença, refletindo o impacto psicológico em aspectos tão fundamentais quanto a relação com a comida.
A depressão não é apenas uma condição emocional; ela envolve uma série de alterações neuroquímicas que afetam todo o organismo, e o apetite é um dos principais afetados. Segundo Lidia, “ela pode, sim, impactar significativamente a alimentação e o peso de uma pessoa, com efeitos variáveis dependendo de cada indivíduo”. Assim como Padre Marcelo Rossi, algumas pessoas vivenciam uma perda significativa de peso, enquanto outras podem recorrer ao excesso alimentar como uma forma de compensar as dores emocionais.
Essas mudanças são motivadas pela alteração na produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que regulam não apenas o humor, mas também o apetite. A sensação de depressão e perda de peso pode levar ao cansaço e falta de motivação, o que reduz a prática de atividades físicas, piorando ainda mais a saúde geral. A questão é que essa falta de energia e interesse agrava a relação com o corpo e a comida, criando um ciclo difícil de quebrar.
Para enfrentar os efeitos da depressão sobre o peso e a alimentação, os especialistas recomendam um tratamento multidisciplinar, que vai além da terapia e da medicação. Guerra Brito destaca que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é eficaz, pois ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que afetam tanto o humor quanto os hábitos alimentares. "A atividade física é recomendada, pois ela aumenta os níveis de serotonina e endorfina, melhorando o humor e ajudando a regular o apetite", afirma.
A orientação nutricional também desempenha um papel essencial. Nutricionistas, em conjunto com outros profissionais, podem criar planos alimentares que atendam às necessidades do paciente, incentivando o consumo equilibrado de alimentos. O objetivo é tornar o ato de comer algo mais consciente, respeitando a história e os traumas que o indivíduo pode associar à alimentação.
Além disso, os antidepressivos, que muitas vezes fazem parte do tratamento, podem ter efeitos colaterais, como ganho ou perda de peso. "A escolha do remédio leva em conta o seu impacto potencial no peso para minimizar os efeitos adversos", explica a especialista. Cada caso é único, e a escolha terapêutica deve sempre respeitar as particularidades de cada pessoa.
O tratamento da depressão muitas vezes vai além dos aspectos fisiológicos e envolve um processo profundo de autoconhecimento. Guerra Brito destaca que, para algumas pessoas, a alimentação está intrinsecamente ligada a afetos e simbologias emocionais. "Para algumas pessoas, é muito difícil receber o afeto que representa a nutrição, a alimentação, e para outras, essa necessidade é tão intensa que se manifesta na compulsão alimentar", relata a psicóloga.
Essa relação complexa entre a comida e o afeto revela um nível de resistência emocional que pode se traduzir em ganho ou perda de peso. O caso do Padre Marcelo Rossi ilustra essa luta: sua fase de extrema magreza foi acompanhada por uma sensação de depressão e perda de peso, o que comprometeu sua relação com o próprio corpo e a nutrição.
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A história do religioso em relação à doença e os impactos da mesma em seu peso ressaltam a complexidade da relação entre saúde mental e física. Com o suporte de uma equipe multidisciplinar, como psicólogos, nutricionistas e médicos, é possível reverter ou minimizar os impactos que a depressão causa no corpo, ajudando o paciente a retomar uma vida mais equilibrada.
Para aqueles que se identificam com esse tipo de luta, vale lembrar que, como ressaltado pela psicóloga Lidia Maria Guerra Brito, o caminho é feito com compreensão, paciência e respeito ao próprio tempo.
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