A vacina contra bronquiolite reduz a incidência de complicações respiratórias em recém-nascidos, promovendo um início de vida mais seguro e saudável
A partir deste ano, a vacina contra bronquiolite, uma das imunizações mais esperadas para prevenir infecções respiratórias em crianças pequenas, foi oficialmente incluída no calendário de vacinação para gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa medida representa um avanço na proteção dos bebês, uma vez que a imunização da mãe durante a gestação favorece a transferência de anticorpos para o feto, fortalecendo o sistema imunológico do recém-nascido nos primeiros meses de vida.
Assim, além de acompanhar o calendário de consultas de pré-natal, as gestantes devem estar atentas a essa nova proteção disponível, garantindo uma imunização mais completa para a saúde de seus filhos. A vacina contra bronquiolite é especialmente importante para combater o vírus sincicial respiratório (VSR), o causador mais comum de bronquiolite em bebês e crianças pequenas.
Esse vírus, altamente contagioso, é transmitido pelo ar e por superfícies contaminadas e representa uma das principais causas de hospitalização infantil, especialmente no outono, quando os casos de infecções respiratórias aumentam. Com essa nova vacina, a prevenção se amplia, resguardando os pequenos logo após o nascimento.
A vacinação durante a gestação, além de proteger a mãe contra infecções, promove a formação de anticorpos que são transferidos para o bebê por meio da placenta. Dessa forma, a imunização da mãe oferece uma proteção temporária, mas vital, até que o sistema imunológico do bebê seja capaz de desenvolver defesas próprias. No caso da vacina contra bronquiolite, essa imunidade materna é ainda mais crucial, uma vez que o vírus sincicial respiratório pode afetar gravemente o sistema respiratório de crianças com menos de dois anos.
Como explica a ginecologista e obstetra Camilla Pinheiro, “a gestante deve ser vacinada para que se formem células de defesa no organismo e transfira essa proteção para a criança. Assim, quando a mãe está protegida, fornece anticorpos para o feto, mesmo após o nascimento.” A presença desses anticorpos no organismo do bebê reduz significativamente as chances de infecções respiratórias e de complicações graves, como insuficiência respiratória.
É importante mencionar que o imunizante não é aplicado diretamente nos bebês, sendo necessário que a aplicação seja feita nas mães, durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação, para proteger os pequenos nos primeiros meses de vida.
O calendário vacinal para gestantes é cuidadosamente elaborado para incluir apenas vacinas que utilizem vírus inativos, uma vez que vacinas com vírus vivos atenuados podem representar algum risco. Entre as vacinas recomendadas, além da recente adição da vacina contra bronquiolite, estão:
Vacina contra Gripe (Influenza)
Recomendada durante todo o período gestacional, especialmente entre abril e junho, quando a sazonalidade do vírus é mais alta. Essa vacina protege a mãe e o bebê contra a gripe e suas possíveis complicações, como pneumonia;
Vacina dTpa (Tétano, Difteria e Coqueluche)
Indicada a partir da 20ª semana de gestação, essa vacina garante proteção contra a coqueluche, uma infecção respiratória que pode ser grave em bebês. Ela é essencial para evitar a transmissão desses agentes ao recém-nascido;
Hepatite B
Para gestantes não vacinadas, essa vacina é aplicada em três doses e é fundamental para prevenir a transmissão do vírus da hepatite B durante a gestação ou o parto;
Covid-19
A vacinação contra Covid-19 é recomendada para todas as gestantes, uma vez que a imunização está associada à redução de riscos de infecção e complicações na gravidez, como partos prematuros;
Vacina contra bronquiolite
A recente inclusão da vacina contra bronquiolite amplia a proteção respiratória neonatal, e deve ser administrada sob orientação médica no pré-natal. Essa vacina específica para o VSR é uma medida importante para reduzir hospitalizações de recém-nascidos, especialmente em períodos de maior incidência viral.
Embora a vacinação durante a gravidez seja essencial, algumas vacinas que contêm vírus vivos devem ser evitadas. Entre as contraindicações estão:
Para assegurar uma imunização segura, é fundamental que as gestantes consultem seus médicos antes de qualquer vacinação. O profissional de saúde avaliará o histórico da paciente e o estágio da gravidez, recomendando as vacinas apropriadas para cada período gestacional.
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