A cantora Anitta é adepta do 'Plasma Rico em Plaquetas', procedimento que ainda não é autorizado no Brasil
Publicado em 07/07/2023, às 14h19
Anitta usou suas redes sociais, na última segunda-feira (3), para mostrar um dos seus tratamentos de beleza. A artista passou por uma técnica chamada Plasma Rico em Plaquetas, cujo objetivo é rejuvenescer e ajudar na regeneração celular da pele.
A cantora mostrou o passo a passo do procedimento com detalhes, que começa com a coleta do próprio sangue, para a retirada do plasma. Na sequência, esse plasma é injetado em alguns pontos da pele por meio de agulhas.
A última etapa consiste na composição de um creme hidratante, que deve ser usado na rotina de cuidados com a pele. No Brasil, a técnica não é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina ou pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Apesar disso, Anitta realiza as sessões mensalmente, em uma clínica em Aventura, cidade do lado de Miami, nos Estados Unidos. Seu objetivo é "ficar com o rosto de milhões". Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia, porém, não existem evidências científicas suficientes para comprovar a eficácia do procedimento.
AnaMariaDigital conversou com o dermatologista Matheus Rodrigues, do Instituto Rana Saleh, pós-graduado em Dermatologia Clínica e Medicina Estética pela Academia Latino Americana da Face, para entender os motivos por trás disso.
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É um produto derivado do sangue do próprio paciente. O sangue é coletado e processado em uma máquina para separar o plasma, que contém uma concentração elevada de plaquetas. As plaquetas são células que desempenham um papel crucial na regeneração dos tecidos.
O profissional da saúde obtém o plasma e utiliza imediatamente na pele do paciente seja por intradermoterapia (aplicação com agulhas nas camadas superficiais da pele), microagulhamento ou lasers, com o intuito de rejuvenescimento e melhora da qualidade da pele.
O PRP é derivado diretamente do próprio sangue do paciente. Dessa forma, em poucas horas após sua retirada, todas as substâncias que estão ali passam a perder a sua função biológica, ou seja, não terão os efeitos desejados.
Desse modo, mesmo guardado na geladeira, o plasma foi incorporado a outras substâncias, tendo suas condições ideais de ação modificadas. Mesmo quando utilizado para aplicação com agulhas na pele, o profissional deve aplicar em até duas horas, justamente pela perda da ação do PRP.
Além disso, o uso dessa substância em um creme não é isenta de riscos. O sangue é um meio de cultura para bactérias e microrganismos. E, a depender da forma em que o PRP foi extraído, processado e armazenado, ele pode causar uma infecção na pele.