A contribuição sindical deixou de ser obrigatória para o trabalhador - Freepik
Direitos trabalhistas

Quer reduzir os descontos em folha? Veja como funciona (e como cancelar) a contribuição sindical

Após a reforma trabalhista, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória e passou a depender exclusivamente da vontade do trabalhador; entenda

Redação Publicado em 25/10/2024, às 15h15

Nas últimas semanas, muitos trabalhadores do setor de assistência e educação de São Paulo têm enfrentado filas para solicitar a isenção da contribuição sindical. O Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa) está atendendo centenas de profissionais que buscam cancelar a taxa, gerando até manifestações. A grande procura, associada a problemas no site para o pedido online, fez com que as filas aumentassem na sede do sindicato, localizada no centro da capital paulista.

A contribuição sindical é uma taxa anual, que representa um dia de trabalho (1/30 da remuneração mensal) e tem como objetivo o financiamento das atividades de representação dos trabalhadores. Desde a reforma trabalhista de 2017, no entanto, o pagamento da taxa passou a ser opcional. A seguir, AnaMaria aborda como a contribuição sindical funciona, como fazer o cancelamento e quais direitos o trabalhador tem nessa situação.

O que é a contribuição sindical e como ela funciona?

A contribuição sindical é uma taxa prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que financia atividades de representação, negociações e serviços oferecidos pelos sindicatos de cada categoria. Embora o pagamento fosse obrigatório no passado, a reforma trabalhista de 2017 tornou a contribuição facultativa. Isso significa que, atualmente, o trabalhador só paga a taxa se desejar e precisa manifestar sua autorização para que o valor seja descontado em folha de pagamento.

A taxa é anual e, no caso de adesão, é debitada automaticamente do salário, correspondente ao valor de um dia de trabalho. A decisão de cancelar o pagamento pode ser tomada a qualquer momento, mas muitos sindicatos abrem períodos específicos para que o trabalhador faça o pedido de isenção, como ocorreu recentemente no Sitraemfa, o que explica o alto número de pessoas procurando atendimento.

Como cancelar a contribuição sindical?

Veja o passo a passo para cancelar a contribuição sindical - Foto: Freepik

 

O cancelamento da contribuição sindical deve seguir alguns passos e prazos específicos, dependendo do sindicato e das regras internas de cada entidade. Em geral, o processo é simples, mas é importante que o trabalhador esteja atento a alguns detalhes:

  1. Verifique o período de cancelamento: assim como no caso do Sitraemfa, alguns sindicatos estabelecem datas específicas para o pedido de cancelamento. Essa prática é comum, pois facilita a gestão dos pedidos e evita cobranças indevidas no ano seguinte. É fundamental estar atento a essas datas e aos canais oficiais de comunicação do sindicato;

  2. Solicite o cancelamento por escrito: muitos sindicatos pedem que o trabalhador formalize o pedido de isenção por escrito, enviando um e-mail ou preenchendo um formulário no site da instituição. No entanto, devido à instabilidade no site do Sitraemfa, muitos trabalhadores optaram por buscar atendimento presencial para garantir que o pedido fosse recebido. Se o sindicato permite o envio por e-mail, certifique-se de obter uma confirmação de recebimento;

  3. Acompanhe a resposta: após o envio do pedido, é importante acompanhar se a solicitação foi devidamente processada, verificando junto ao setor de recursos humanos da empresa se o desconto foi de fato cancelado. Isso ajuda a evitar cobranças futuras e confusões na folha de pagamento.

Direitos do trabalhador

Com a reforma trabalhista, o trabalhador tem o direito de escolher se deseja ou não contribuir para o sindicato. Nenhum sindicato pode forçar o pagamento ou realizar descontos sem a autorização do empregado, o que torna o processo de solicitação de cancelamento mais transparente. Caso o trabalhador enfrente dificuldades, como problemas no site ou atendimento presencial inadequado, ele pode registrar uma reclamação no Ministério do Trabalho ou buscar orientações jurídicas para assegurar o direito de isenção.

A situação recente no Sitraemfa trouxe à tona a importância da transparência e do bom atendimento nas instituições sindicais, uma vez que muitos profissionais enfrentaram dificuldades ao tentar exercer seu direito. As redes sociais também se mostraram uma ferramenta importante para os trabalhadores expressarem suas insatisfações e pressionarem o sindicato por melhorias.

A contribuição sindical deixou de ser obrigatória e passou a depender exclusivamente da vontade do trabalhador. Com a possibilidade de isenção, o profissional tem o poder de decidir como prefere destinar seu salário e se considera justo o apoio financeiro ao sindicato. Para evitar problemas, é essencial que o trabalhador esteja atento aos prazos, siga os passos recomendados para o cancelamento e acompanhe o processo até que o desconto seja removido da folha.

No caso de dificuldade, como as enfrentadas pelos profissionais em São Paulo, o diálogo e o uso de canais oficiais são importantes para manter os direitos dos trabalhadores garantidos e o processo transparente.

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