Em 2020, o apresentador deu uma declaração considerada homofóbica
Gilberto Barros foi condenado a dois anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), na última sexta-feira (12), por induzir e praticar homofobia. A pena deve ser cumprida em regime inicial aberto. Além disso, a sentença prevê o pagamento de 10 dias-multa e prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo da pena. Ainda cabe recurso contra a decisão judicial.
Em 9 de setembro de 2020, durante o programa transmitido pelo Youtube, ele deu uma declaração que foi considerada como pratica e indução a discriminação e preconceito de raça, sob o aspecto da homofobia. Na ocasião, o apresentador lembrou que quando trabalhava na Rádio Globo, nos anos 1980, precisava presenciar “beijo de língua de dois bigodes”, porque a emissora ficava em frente de uma balada LGBTQIA+.
“Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, disse Gilberto no vídeo, que foi excluído do canal.
A Promotoria afirma que Barros estaria estimulando a hostilidade e violência contra o grupo LGBT+. "Praticando discriminação penalmente típica diante da externalização de ideias de inferiorização, aversão, nojo, segregação, intolerância e prática de violência física corretiva em relação ao grupo LGBT+, razão pela qual a conduta encontra subsunção no crime de racismo."
No processo, a defesa do apresentador disse que "a fala do acusado revela apenas a necessidade de reeducar o pensamento humano da sociedade". Além disso, Gilberto confirmou sua fala, mas negou a acusação de que estaria sendo homofóbico.
"Afirma que está muito constrangido com essa situação, pois sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país. Pelo seu sangue italiano ele costuma falar muito. Sempre busca apresentar pessoas que produzem o bem para a sociedade. Jamais teve a intenção de incitar a violência. Relata que a fala refere-se a um episódio por ele assistido quando tinha 26 anos. Observou ser caipira do interior e tudo era um tabu na época", diz os autos do processo.
Vale lembrar que, em fevereiro deste ano, a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo decidiu que o apresentador deveria pagar uma multa no valor de R$ 32 mil por causa de sua declaração.