Treinos, suor, gel e cloro - não é fácil ser atleta e cuidar do cabelo ao mesmo tempo, mas elas sempre conseguem manter os fios saudáveis - saiba como!
Publicado em 06/08/2024, às 14h00
Não são só as habilidades inimagináveis que o corpo humano é capaz de alcançar que chamam atenção durante as duas semanas de Jogos Olímpicos. Outros fatores também ficam em evidência, como o estilo de cada atleta. Um dos destaques de Paris foi Rebeca Andrade que ganhou o coração de todo o mundo com trajes e maquiagens com cores inspiradas na bandeira do Brasil, e o cabelo, o qual ela soltava toda vez que subia no pódio.
Outra coisa que chama a atenção nas atletas é que, apesar dos treinos pesados e foco nos objetivos, é fato: cuidar do cabelo continua sendo uma prioridade. Afinal, deve ter algum segredo para que elas consigam manter o cabelo hidratado, mesmo se submetendo a fatores extremos e com a ajuda da tricologista Ana Carina Junqueira, AnaMaria destaca quais são os maiores desafios das atletas ao cuidar do cabelo - e suas soluções.
Uma das partes fundamentais na rotina de um atleta são os treinos constantes e, para um estilo de vida saudável, deve ser na sua também. E nada de treinar fofo! Um treino sem sucedido é sinônimo de gotas de suor caindo, mas como nem tudo são flores, o problema é que o suor é um baita vilão ao cuidar do cabelo.
"O suor acumulado por várias horas no couro cabeludo leva à proliferação de fungos, predispondo à dermatite seborreica." A tricologista explica, então, que o cabelo deve ser lavado depois de todo treino e que a lavagem mais frequente dos fios não é um problema. Pelo contrário, é até saudável para o couro cabeludo.
"Porém, se os fios forem ondulados, encaracolados ou crespos, e com tendência a ressecamento, esses fios devem ser protegidos com o uso de cremes leave-ins antes da prática do exercício e após o banho. Óleos de pontas também são altamente recomendados", ela complementa.
Quem acha que o sol atinge somente a pele não poderia estar mais enganada. De acordo com Ana, os raios solares são responsáveis pelo enfraquecimento da camada de gordura e provocam a fragilidade nos fios, deixando-os sem brilho ressecados e quebradiços. E, sim: os raios ultravioletas, ou raios UV (UVA e UVB), estão sempre ali, mesmo que o dia pareça estar nublado.
Portanto, o filtro solar, de rosto e de cabelo, são itens indispensáveis na nécessaire de quem treina ao ar livre. A especialista explica que, ao usar produtos que contenham filtros UV, a atenção especial deve estar no comprimento dos fios, que estarão mais ressecados e mais suscetíveis a danos.
"Para isso, deve-se usar e abusar de protetores térmicos antes das atividades e recomendo a aplicação de óleos da metade do comprimento do cabelo até as pontas todos os dias", conta. Segundo ela, não é necessário se preocupar com a oleosidade do couro cabeludo, já que os produtos não serão aplicados diretamente nessa região.
Prender o cabelo é outro desafio que atletas, e nós também, enfretamos ao treinar e que nos prejudica na hora de cuidar do cabelo. "Profissionais ou qualquer um que treina por várias horas diariamente e, principalmente, quem possui cabelos médios ou longos, precisam prendê-lo para que não os atrapalhe durante o exercício", afirma a tricologista.
No entanto, ela esclarece que a pressão constante no couro cabeludo pode prejudicar a circulação local e levar menos nutrientes e oxigênio aos fios, resultando no enfraquecimento e queda severa: "Isso a médio e longo prazo pode levar a perda de cabelo, conhecida como alopecia de tração, na qual a raiz inflama e os fios caem."
Sem contar que, devido à umidade e o calor gerados pelo uso desses acessórios, pode levar à dermatite seborreica. Porém, a menos que você pretenda cortar o cabelo, prendê-lo durante o treino é inevitável, até para protegê-lo do suor, e como solução, a profissional recomenda borrachas revestidas por tecido e, quando possível, de presilhas, tipo tic tac, para evitar a tração excessiva.
Em esportes artísticos, como o nado sincronizado ou o salto ornamental, qualquer fio de cabelo fora do lugar pode causar perda de pontos, de acordo com as regras de beleza das Olimpíadas. Por isso, não é incomum ver atletas usando e abusando do gel de cabelo antes das competições.
E não são só elas que apostam nesse item para os fios. Para fazer o penteado viral da estética clean girl, que pode ser um coque ou rabo de cavalo sem nenhum cabelinho solto, produtos como esse também são utilizados. E, segundo a tricologista, não há problema nenhum, a menos que não seja removido de maneira correta.
"Devemos evitar colocar na raiz do cabelo e enxaguar bem após o fim da atividade física", diz ela. Caso contrário, o gel pode irritar o couro cabeludo e causar a perda de cabelo. A dica da profissional para a retirada é utilizar uma máscara hidratante nos fios para amolecer.
"Depois, aplique o shampoo no couro cabeludo, massageie bem e enxague. Em seguida, use nos fios o condicionador e faça o enxague dois minutos após sua ação", complementa Ana Carina.
Quando pensamos em Olimpíadas, outros esportes que envolvem água também entram em jogo, como a própria natação ou o triatlo, que este ano foi realizado no Rio Sena. Quem prefere nadar, ao invés de correr, precisa ficar ainda mais atenta à proteção dos fios, pois só a touca não é suficiente.
Ana Carina explica que quando ativos nocivos, presentes na piscina e no mar, penetram nos fios, nossos poros perdem a água “boa” e agem diretamente na permeabilidade do cabelo: "Ativos como o cloro da piscina, poluição e sal do mar levam a abertura das cutículas e enfraquecem a estrutura dos fios, o que os torna mais ressecados, finos e frágeis."
Antes e depois de entrar na piscina ou no mar, aposte em leave-ins e termo protetores líquidos ou em creme. Para cabelos mais porosos, utilize também óleos de pontas nos fios. Outra dica importante na hora de cuidar do cabelo é lavar os fios com água natural assim que sair da piscina.
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