Pesquisa revela os desafios enfrentados por mães no mercado de trabalho, mostrando como essa realidade impacta na carreira durante a maternidade
Publicado em 22/10/2024, às 19h30
No Brasil, onde 69% das mulheres são mães, os desafios enfrentados no ambiente profissional são claros. Segundo um levantamento da Catho, plataforma que conecta empresas e candidatos, a maternidade é frequentemente colocada em pauta em entrevistas de emprego, destacando a discriminação que mulheres no mercado de trabalho, especialmente as mães, ainda enfrentam.
A Pesquisa Mães 2024 da Catho, realizada com 967 mulheres, das quais 504 são mães, revelou dados preocupantes sobre como essas profissionais são questionadas sobre sua vida pessoal durante processos seletivos. O estudo apontou que 86% das mulheres foram questionadas se têm filhos durante uma entrevista, enquanto 75% foram indagadas sobre como iriam gerenciar o cuidado das crianças durante o trabalho. Além disso, 50% das entrevistadas foram perguntadas sobre seus planos futuros de maternidade.
De acordo com Patricia Suzuki, diretora de Gente & Gestão da Catho, “conciliar os papéis de profissional e mãe é um grande desafio”. Segundo a especialista, as empresas devem adotar práticas de apoio e flexibilidade, tanto para atrair quanto para reter mães em suas equipes. Suzuki destaca que perguntas sobre cuidados com os filhos, direcionadas exclusivamente às candidatas mães, podem ser vistas como um julgamento sobre a capacidade de conciliar esses papéis.
Além de serem constantemente questionadas durante entrevistas, 40% das mães entrevistadas pela Catho acreditam que perderam oportunidades de promoção ou desenvolvimento profissional devido à maternidade. Segundo o levantadamente, 86% das mães já foram julgadas no ambiente de trabalho, e 52% delas deixam de desempenhar algumas atividades maternas por medo de perder o emprego. Outro dado alarmante é que 23% das mães foram demitidas após a licença-maternidade.
Em meio a tantos desafios, a rede de apoio desempenha um papel fundamental para as mães no mercado de trabalho. A pesquisa mostrou que 73% das mães consideram essa rede muito importante, com 31% afirmando que têm uma grande rede de apoio. Entre os benefícios oferecidos pelas empresas, os mais citados foram plano de saúde para si e dependentes (25%), trabalho híbrido (25%) e auxílio-creche (16%).
Suzuki reforça que uma cultura organizacional que valorize a inclusão, o apoio psicológico e oportunidades iguais pode melhorar significativamente a satisfação das mães no ambiente de trabalho. “Se as mães têm a oportunidade de estarem mais próximas de seus filhos, elas ficam mais satisfeitas no geral, e isso reflete diretamente na produtividade”, conclui.
Com o avanço de políticas mais inclusivas e flexíveis, o ambiente de trabalho pode se transformar em um espaço mais acolhedor para as mulheres no mercado de trabalho, especialmente as mães. A pesquisa reforça a necessidade urgente de mudanças estruturais nas empresas, promovendo igualdade de condições e respeito às diferentes realidades das profissionais.
As estatísticas sobre as mães no mercado de trabalho revelam como a maternidade ainda impacta as oportunidades e percepções de carreira no Brasil. À medida que mais empresas adotam políticas de apoio e inclusão, a expectativa é que o ambiente profissional se torne cada vez mais justo e acolhedor para todas as mulheres, independentemente de serem mães ou não.
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