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Carreira / De olho nos sinais!

Síndrome da impostora: o que é e por que é tão comum em mulheres?

Você sabe o que é a síndrome da impostora? Veja como identificar esse sentimento presente na carreira e que afeta, especialmente, as mulheres

Saiba o que é a síndrome da impostora que atinge principalmente as mulheres - Unsplash/Resume Genius
Saiba o que é a síndrome da impostora que atinge principalmente as mulheres - Unsplash/Resume Genius

Você já se sentiu uma fraude? Essa sensação é mais comum do que se imagina, principalmente no ambiente de trabalho. Por afetar mais as mulheres, ela é popularmente conhecida como síndrome da impostora. Segundo um estudo da KPMG, 75% das executivas de todos os setores já experimentaram esse sentimento em suas carreiras, entenda o que ele é! 

Mesmo sem ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa síndrome é, resumidamente, a sensação de inadequação e insegurança que faz uma pessoa duvidar continuamente das suas qualificações. No ambiente de trabalho, leva, por exemplo, a questionamentos constantes sobre ser suficiente para o cargo que está.

Assim, a síndrome da impostora faz com que a pessoa pense que, apesar de conquistar feitos notáveis em sua carreira, não é capaz desfrutar o sucesso alcançado. Isso porque, principalmente as mulheres, sentem que suas conquistas se deviam a fatores como sorte, acaso, charme, simpatia ou esforço excessivo, desconsiderando assim os aspectos reais que as levam a ter sucesso, como inteligência, competência, habilidade e talento.

Identificando a síndrome da impostora

Especialistas identificam que a questão é um reflexo da complexa realidade dos ambientes profissionais, especialmente a que as mulheres enfrentam. Por isso, a síndrome da impostora é contruída com base em sentimentos de fraude, de ser uma mentira, no perfeccionismo, sendo um reflexo da autoestima.

A psicóloga, especialista em psicologia positiva para mulheres e a criadora do Movimento Mulheres Prósperas, Greice Potrick identifica, segundo estudos aprofundados e com base cientifica, que os “impostores” são incapazes de receber elogios ou reconhecimentos acerca de suas conquistas e quando isso acontece provocam um grau elevado de ansiedade, estresse e falta de autoconfiança.

A síndrome da impostora está intimamente ligada a autoestima e autoconfiança
A síndrome da impostora está intimamente ligada a autoestima e autoconfiança - Unsplash/Anthony Tran

Para lidar com esses sentimentos, o ideal, de acordo com a especialista, é que busque atendimento psicológico para que possa conhecer a fundo o motivo para essas questões, entendendo quais são as raízes delas.

Greice ainda destaca que a síndrome da impostora, mesmo passando por uma banalização, surgiu com base em casos clínicos aprofundados e, apesar de não ser uma doença, é considerada como parte dos estudos da saúde mental.

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Síndrome da impostora: por que é mais comum para as mulheres?

A síndrome da impostora não é uma condição específica e única das mulheres. Para Mayra Cardozo, mentora de mulheres e advogada, especialista em gênero e sócia do escritório Martins Cardozo Advogados Associados, não é uma questão individual, mas sim social.

A relação com os estereótipos de gênero e a influência persistente do machismo em nossa sociedade, são respostas possíveis para uma menor incidência entre os homens. Isso porque a cultura patriarcal, segundo Mayra, frequentemente desvaloriza as habilidades das mulheres, criando um terreno fértil para a autoestima abalada. "A síndrome da impostora, portanto, está frequentemente ligada à forma como a sociedade trata as mulheres e a relação delas com o sucesso", identifica a especialista.

Como efeito da síndrome da impostora, a mulher não consegue celebrar as próprias conquistas
Como efeito da síndrome da impostora, a mulher não consegue celebrar as próprias conquistas - Unsplash/Sydney Sims

No aspecto psicológico, o machismo impacta diretamente na construção da autoestima. Segundo Greice, na cultura patriarcal, tudo que remete a mulher é inferior e não tem importância, especialmente se comparada ao que um homem pode desempenhar, por isso, nesses parâmetros, suas habilidades e competências devem ser frequentemente questionadas, e isso leva a própria mulher a se duvidar sobre suas realizações.

E as consequências dessa construção refletem diretamente na vida profissional das mulheres. "A sensação de não pertencimento e a constante busca por validação externa podem se tornar verdadeiras armadilhas na carreira de uma mulher, limitando seu potencial e minando sua autoestima", afirma Mayra.

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