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Pele não é apenas uma questão de vaidade

Os cuidados com ela não servem só para deixar a gente bonita. Evitar o sol é o melhor jeito de prevenir um dos tipos mais agressivos de câncer

Júlia Arbex Publicado em 18/08/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Pele não é apenas uma questão de vaidade - Shutterstock
Pele não é apenas uma questão de vaidade - Shutterstock
Nesta época do ano, quando as temperaturas baixam e a praia fica em segundo plano, muita gente esquece o filtro solar no fundo da gaveta. Pois isso é muito perigoso! O tipo de câncer mais frequente no Brasil é o de pele. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que somente neste ano surjam 175.760 novos casos, entre melanomas e carcinomas. Embora o primeiro seja o
menos comum (representa só 5% de todos os casos), é o mais grave, podendo ser fatal. Nesta reportagem, Elimar Gomes, dermatologista e parceiro do grupo de conscientização Melanoma Brasil, vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre a doença.


Os dois tipos de câncer de pele
Melanoma: tem origem na proliferação de melanócitos, células que produzem melanina – substância que dá cor à nossa pele.
“Normalmente, ele nasce como uma pinta ou como uma lesão pigmentada que se modifica na pele. Coceira e sangramento espontâneo são outros sintomas que podem aparecer”, esclarece o especialista. Carcinoma basocelular (CB) e carcinoma
espinocelular (CEC): são os tipos mais comuns de câncer de pele. “Eles podem surgir como uma ferida que não cicatriza ou manchinha avermelhada que vai crescendo na pele”, diz.


Os principais fatores de risco

✔ Se expor ao sol com frequência e durante muitas horas seguidas.

✔ Ter sofrido queimadura na infância ou na adolescência.

✔ Ter feito em algum momento da vida bronzeamento artificial.

✔ Ter a pele clara, cabelo loiro e olhos azuis.

✔ Ter algum parente próximo com câncer de pele.

✔ Envelhecer. Os melanomas podem aparecer em qualquer idade, mas seu surgimento é mais comum após os 40 anos.


Diagnóstico
Quanto mais cedo o paciente descobrir a doença, maiores são as chances de cura. Segundo Gomes, existem duas formas de diagnosticar o problema logo. O primeiro é ir ao dermatologista pra consultas de rotina. O segundo é ainda mais fácil: realizar o autoexame pelo menos uma vez por mês. É assim: você deve examinar cuidadosamente sua pele sem roupa no espelho e procurar por pintas e manchas. Fique atenta àquelas que mudarem de cor ou de formato.


NA DÚVIDA?
Guie-se pela regrinha ABCDE e descubra se existe mesmo razão para se preocupar. É maligno quando:


A assimetria – você divide a pinta ao meio e ela não fica simétrica.

B bordas – quando as extremidades da pinta são irregulares e chanfradas.

C cores – quando a pinta tem muitas cores. Ela pode ser enegrecida, acastanhada, um pouco azulada, avermelhada ou esbranquiçada.

D diâmetro – quando ela tiver mais de 0,6 milímetro.

E evolução – quando ela começar a mudar de aparência.


Cuide-se!
Não se exponha ao sol, principalmente, entre 10h e 16h. Evite fazer bronzeamento artificial. Passe protetor solar fator 30 ou mais todos os dias e reaplique-o a cada duas horas. Segundo o dermatologista, é importante usar o filtro até mesmo nos dias frios, nublados e com chuva, porque o sol sempre está lá, mesmo que não apareça. E não dispense o chapéu e os óculos escuros. Vá ao dermatologista pelo menos uma vez ao ano para um exame completo.


Tratamento
Assim que notar uma pinta suspeita, vá ao médico. Se ele achar pertinente, irá retirar a lesão e a encaminhará para avaliação. Se
ficar comprovado que é melanoma, será necessário um exame chamado ampliação de margens. “O médico corta a pele em volta
da cicatriz para garantir que o melanoma não volte naquela região”, explica o médico. Se ele invadir outros órgãos, como cérebro,
fígado e pulmão, o paciente precisará fazer tratamentos mais invasivos, como radioterapia, imunoterapia e quimioterapia.
Cuide-se!


"Tudo vai ficar bem. Tenho fé"
Azalia Cristina de Melo Souza Leal, 35 anos, pedagoga. Poços de Caldas (MG)

“Em 2012, quando estava grávida da minha segunda filha, apareceu uma pinta na minha coxa. Não dei importância até ela começar a inchar, coçar e até sangrar. Resolvi ir ao dermatologista. Era melanoma. Removi a pinta e passei por um tratamento exaustivo
até, finalmente, me curar. Porém, em 2014, descobri uma metástase e estava com novos tumores: no pulmão, vesícula, fígado e cérebro. Hoje ainda luto contra os linfomas no cérebro e na vesícula, mas, apesar da barra, nunca desisti e tenho fé que ficarei boa. Minha família me dá suporte desde o início e minhas filhas, apesar de não saberem o que eu tenho, pois são pequenas, me ajudam a
ter só pensamentos positivos e a acreditar que tudo vai ficar bem.”


"Passo protetor solar todo dia"
Denise Suchodolak, 52 anos, dona de casa. Curitiba (PR)

“Desde pequena, tinha uma pinta marrom-clara no seio. Em 2009, ela duplicou e ficou diferente. Procurei um cirurgião plástico,
que, assim como eu, não achou que fosse grave. Depois de cinco meses, soube que estava com melanoma. Fiz o tratamento e durante quatro anos e 11 meses tive acompanhamento médico pra ter certeza de que estava curada. Infelizmente, pouco antes de completar cinco anos com a saúde 100%, descobri um tumor embaixo da axila. Tinha dado metástase. O tratamento foi desgastante, mas estou curada! Hoje procuro levar uma vida normal. Faço academia e minhas tarefas domésticas e, diferentemente de quando era jovem, passo protetor solar todo dia!”