No auge dos inverno, e com as temperaturas lá embaixo, uma das preocupações mais frequentes dos tutores de animais é manter seus bichinhos aquecidos. Afinal, se já é uma luta fugir do frio para nós, os humanos, imagina como deve ser para eles?
Thatiana Tomasi, proprietária do Ânima Hospital Veterinário, revela para AnaMaria Digital que, sim, nossos pets também sentem frio. “Inclusive, se não protegidos e abrigados, podem desenvolver diversos problemas respiratórios e hipotermia”, ressalta.
A veterinária explica que, no frio, por conta da rigidez muscular, os velhinhos são os que mais sofrem. Por sentirem dores e maior dificuldade em se movimentar, as articulações ficam mais enrijecidas.
Além disso, as temperaturas baixas podem fazer com que o animalzinho diminua a ingestão de água em até 20% e aumente o consumo de alimentos, gerando ganho de peso e muitas vezes obesidade.
“É recomendado continuar com as caminhadas e exercícios diários com os pets, para controlar justamente esses fatores”, afirma, antes de acrescentar que os passeios devem ser feitos em um horário do dia cuja temperatura esteja mais agradável.
Isso porque, como explica a médica veterinária Corrine Fraga, as baixas temperaturas ambientais alteram a temperatura corporal dos nossos amiguinhos, o que acaba diminuindo a imunidade, o fluxo sanguíneo e aumentando dores ortopédicas, por exemplo. “A baixa umidade do ar ainda resseca as vias aéreas, dificultando a respiração e, consequentemente, sobrecarregando a parte cardiológica“, acrescenta.
Tomasi explica que os cães podem apresentar Traqueobronquite Infecciosa Canina [gripe ou tosse dos cães], pneumonia, bronquite por conta do tempo seco e doenças virais. Já os gatos podem ter Rinotraqueíte Felina [gripe dos gatos]. A médica alerta, porém, que é possível prevenir essas doenças com vacinas anuais.
SINAIS DE QUE SEU BICHINHO ESTÁ COM FRIO
Ambas especialistas contam que, de maneira geral, cães e gatos apresentam quase os mesmos comportamentos quando sentem frio. Uma boa forma de perceber se seu bichinho está precisando ser aquecido é observar os seguintes sinais:
- Prostração: Quando eles sentem frio, costumam parecer que estão mais preguiçosos, dormem mais e caminham mais devagar;
- Tremores: Em temperaturas mais extremas, eles podem chegar a tremer;
- Encolhidos: Dormem em posição de ‘bolinha’;
- Recusam comida;
- Tentam buscar lugares mais quentes para se aninhar.
ROUPINHAS
É claro que, quando bate aquele ventinho mais gelado, nosso primeiro instinto quanto a proteção de nossos cães e gatos é colocar uma roupinha. No entanto, será que isso é seguro? Fique tranquilo, pois, segundo Fraga e Tomasi, a resposta é sim!
Isso porque nem sempre apenas os pelos darão conta do recado. “Algumas raças são mais ‘preparadas’ para o frio devido a presença do subpelo e da quantidade de gordura corporal”, explica Corrine. Contudo, segundo Thatiana, raças menores, de países com climas mais quentes, ou com pelagem menos densa, precisam de proteção extra no inverno.
Corrine ressalta que, na hora de escolher a roupinha para nosso pet, é importante que percebamos o comportamento deles. Segundo ela, o ideal é acostumar o pet desde filhote a usar roupinhas, mas se o bichinho já for maior, é recomendado optar por vestimentas que não limitem seus movimentos.
“Presentear o bichinho com petiscos, alimentação úmida e brincadeiras, pode ajudar a associar a roupinha a coisas boas”, recomenda a médica. Fraga ainda aponta que precisamos ficar atentos caso nosso pet seja do tipo que se sente desconfortável com a vestimenta. Isso porque ele pode acabar se machucando ao tentar tirá-la.
“Mas se ele curtir usar roupas, não há problema algum. Mas é sempre importante lembrar de tirá-la em alguns momentos para escovação e, se forem gatos, para rotina de higiene diária”, aponta a veterinária.
Alguns cuidados que devemos ter com as roupas, são: mantê-las limpas, sem urina e certificar-se que a pele e os pelos do animalzinho estão bem secos (após o banho) antes de vesti-los.
BANHOS
Gatinhos e cachorros possuem temperaturas corporais bem mais altas que nós, os humanos. Sendo assim, segundo Corrine, quando estiver frio o banho do nosso pet precisa ser com, no máximo, água morna. Além disso, Thatiana alerta que banhos muito quentes podem causar lesões na pele.
Sobre nossos amigos felinos, Corrine explica: “É importante ressaltar que gatos não precisam de banho, pois eles fazem sua higiene pessoal sozinhos. No caso dos mais peludinhos, no entanto, é importante acostumá-los a uma rotina de escovação dos pêlos.”.
Na hora de secar os nossos amiguinhos, a veterinária recomenda o uso de um secador para facilitar o procedimento. Tomasi, inclusive, chama a atenção para o cuidado de secá-los bem direitinho. Caso contrário, podem surgir fungos, otites e dermatites. E não é isso que a gente quer para os nossos peludinhos, né?