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Febre Oropouche: o que é, sintomas e tratamento; conheça a doença similar à Dengue

Casos de febre oropouche, doença similar à Dengue, dispararam no Brasil ao longo dos últimos meses

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 15/05/2024, às 14h00

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Idosos e crianças fazem parte do grupo de risco da doença. - Vlada Karpovich/Pexels
Idosos e crianças fazem parte do grupo de risco da doença. - Vlada Karpovich/Pexels

Dor muscular, dor de cabeça, calafrios, febre, diarreia, náuseas e vômitos: esses são alguns dos sintomas da febre oropouche. A doença, que tem atingido o Brasil nos últimos meses, se assemelha à dengue, chikungunya e outros males. E justamente por isso torna-se tão difícil de ser identificada.

Porém, o país já conta com milhares de casos confirmados. O Amazonas reconheceu o surto da doença, em março. Até o fim de fevereiro, o estado havia registrado 1,7 mil casos - um aumento de 68% em comparação com o mesmo período de 2023.

Na mesma época, o Rio de Janeiro detectou o primeiro caso de febre oropouche, em um paciente que com histórico de viagem para Manaus. Em abril, já eram 10 casos confirmados no estado. O aumento também atingiu o Espírito Santo, que contabiliza 50 casos.

Além dos estados citados, Acre, Pará, Rondônia e Roraima, na região Norte, também registraram casos. Em outras regiões, Bahia, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina. A doença também foi identificada na Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela em outros anos.

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O que é a febre de oropouche?

A febre oropouche é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, encontrada no sangue de uma bicho-preguiça.  Desde então, o país registrou casos isolados e alguns surtos.

A doença é causada por um arbovírus - que significa vírus transmitidos por artrópodes. Entre os artrópodes transmissores, estão os mosquitos, que picam animais infectados, como macacos, bichos-preguiça e aves, e passam o vírus para humanos pela picada.

  • No ciclo silvestre - o Culicoides paraenses é considerado o principal vetor. Ele é conhecido como maruim, mêruim, borrachudo ou mosquito-pólvora em diferentes partes do Brasil.O mosquito é 20 vezes menor que o Aedes aegypti.
    O Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus também podem carregar o vírus.

  • No ciclo urbano - o Culicoides paraenses e o Culex quinquefasciatus, conhecido popurlamente como pernilongo ou muriçoca, são os transmissores principais. Até o momento, ainda não se sabe se o Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya, zika e outras doenças, também transmite a febre oropouche.
Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles
Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche, é 20x menor que o Aedes aegypti. Foo: INPA//L.P.C. Carvalho

Com a participação ativa do mosquito na infecção humana, a prevenção passa por evitá-los. Isso significa evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível. Além do mais, utilizar repelentes, sapatos fechados e roupas que cubram a maior parte do corpo.

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Diagnóstico da febre de oropouche

Como já citado, a doença tem sintomas similares à dengue e chikungunya, como febre, dores, mal estar, náuseas e outros: "Por isso, as pessoas dificilmente buscam testes mais específicos, confundindo-a com dengue, o que acaba defasando as estatísticas sobre a doença”, avalia o médico Vital Fernandes Araújo.

Ou seja, se há suspeita de infecção da febre de oropouche, o recomendad é buscar atendimento médico. O diagnóstico da doença é clínico, epidemiológico e laboratorial. Isso significa que pode ser detectada via exames, testes ou avaliação do profissional. Casos na região também são levados em consideração.

Segundo o Ministério da Saúde, todo infecção pelo vírus OROV deve ser notificado. A febre de oropouche compõe a lista de doenças de notificação compulsória e imediatada, por conta do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo tornar-se uma ameaça à saúde pública.

Tratamento contra a doença

Ainda não há tratamento específico contra a febre oropouche. Por isso, a ação é voltada em prol do bem-estar do paciente: "As técnicas usadas para combater a doença são mais voltadas para o alívio de sintomas, o que é feito com base no quadro de cada paciente”, explica Vital.

Medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e outros são utilizados no tratamento sintomático. O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas infectadas pelo vírus descansem e mantenham o repouso durante a manifestação dos sintomas, além do acompanhamento médico.

Outro ponto a ser ressaltado é a inexistência de uma vacina contra a febre de oropouche - ao contrário de outras doenças, como a dengue ou a covid-19.

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