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Bem-estar e Saúde / Entenda a história

Erro médico: paciente morre após cirurgião confundir órgãos e retirar fígado em vez do baço

O erro médico fatal que culminou na morte de Willian Bryan, paciente que teve o órgão errado removido por Thomas Shaknovsky, foi parar na Justiça

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 05/09/2024, às 14h30

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Willian Bryan e Beverly Bryan (à esquerda) e o cirurgião Thomas Shaknovsky, acusado de erro médico. - Foto: Reprodução/New York Post
Willian Bryan e Beverly Bryan (à esquerda) e o cirurgião Thomas Shaknovsky, acusado de erro médico. - Foto: Reprodução/New York Post

O norte-americano Willian Bryan, de 70 anos, morreu na última semana vítima de um erro médico. De acordo com advogado que representa a viúva do paciente, o cirurgião retirou o fígado em vez do baço após uma confusão entre os órgãos. O caso aconteceu em um hospital da Flórida, nos Estados Unidos.

Beverly Bryan, a esposa do homem, disse ao New York Post, que tudo começou durante uma visita a propriedade no condado de Okaloosa, na Flórida. No local, ele começou a sentir fortes dores abdominais, e foi encaminhado para o uma unidade de saúde.

Willian Bryan foi internado no Hospital Ascension Sacred Heart Emerald Coast, onde foi detectado uma anormalidade no baço. Segundo o advogado, a família estava relutante em fazer uma cirurgia. A esposa afirma que o casal preferia ter adiado a cirurgia até o retorno ao Alabama, estado de origem.

A cirurgia fatal

Mas eles foram convencidos pela equipe médica do local. De acordo com o NY Post, os responsáveis pelo convencimento são o cirurgião-geral Thomas Shaknovsky e Christopher Bacani, diretor médico da unidade. O argumento utilizado foi que o paciente "poderia ter complicações sérias se deixasse o hospital".

Então, o veterano foi submetido a um procedimento de esplenectomia laparoscópica assistida em 21 de agosto. Ele morreu durante a cirurgia. O relatório cirúrgico aponta que Bryan faleceu após a remoção do "baço grande", que ocasionou uma grande perda de sangue.

Após a cirurgia fatal, o cirurgião relatou à esposa que "o baço do marido estava tão doente que era quatro vezes maior do que o normal e havia migrado para o outro lado do corpo" Entretanto, após a morte, o patologista do hospital constatou que, na verdade, se tratava do fígado do paciente.

Normalmente, no corpo humano, o fígado está localizado no lado superior direito da cavidade abdominal, abaixo do diafragma, e acima do estômago, rim direito e intestinos. O baço é localizado no lado superior esquerdo do abdômen, ao lado do estômago. O órgão é significativamente menor que o fígado, entre 1,1 a 1,3 kg mais leve, e tem aproximadamente o tamanho de um punho.

Shaknovsky removeu o fígado de Bryan, seccionando a vasculatura principal que irriga o órgão. O corte cirúrgico resultou em "perda de sangue imediata e catastrófica, que resultou em morte". A equipe do hospital disse ao veículo local que está realizando uma investigação completa sobre o ocorrido.

Erro médico foi parar na justiça

O erro médico que culminou na morte de Willian Bryan foi parar na Justiça dos Estados Unidos. No processo, o advogado da Zarzaur Law, que representa a família, pede indenização e que Shaknovsky seja impedido de exercer a medicina.

O argumento utilizado é que esse não foi o primeiro erro médico do cirurgião. O profissional alega que, em 2023, Shaknovsky cometeu um erro parecido. Na ocasião, ele removeu uma parte do pâncreas de um paciente em vez de realizar a ressecção pretendida da glândula adrenal.

"Meu marido morreu indefeso na mesa da sala de cirurgi de Shaknovsky. Eu não quero que mais ninguém morra devido à incompetência em um hospital que deveria saber, ou já sabia, que ele havia cometido erros cirúrgicos drásticos e com consequências graves", disse a viuva em um pronunciamento.

Ainda segundo o advogado, o cisto que estava no baço de Bryan era pequeno, enão era um problema fatal. "Era um cisto de aparência bastante rotineira, provavelmente seria muito tratável".