Não vá pensando que desodorantes e antitranspirantes são todos iguais. Na verdade, eles são bem diferentes. O primeiro, como o próprio nome já diz, serve para diminuir o odor. Vale lembrar que os desodorantes tradicionais contêm substâncias antibacterianas (o odor ruim não é provocado pelo suor em si, mas por bactérias que se alimentam dele) e fragrâncias que são grandes aliadas para ocultar aquele cheirinho indesejado. Mas eles não alteram a transpiração em si, por isso podem ser insuficientes para algumas pessoas. Os antitranspirantes, por sua vez, trazem em sua composição sais de alumínio – substância que forma uma espécie de película na superfície da pele da axila e controla a liberação do suor ao longo do dia – o que, de quebra, também diminui o odor. Segundo a dermatologista Luciana Garbelini, entender as diferenças é fundamental para a saúde da pele a longo prazo.
QUAL ESCOLHER?
Por não bloquearem a transpiração natural, os desodorantes acabam sendo a melhor opção por respeitarem a fisiologia da pele. “É necessário ter atenção quanto ao uso do antitranspirante, considerando que a função desse produto é dificultar a transpiração, e esse bloqueio pode causar problemas nas axilas, como foliculite e inflamação dos folículos pilosos, as famosas bolinhas vermelhas”, pontua Luciana. Aditivos como álcool e triclosan são comuns na composição desses cosméticos e tais substâncias podem despertar a sensibilidade nas axilas.
A especialista sugere o desodorante como opção mais saudável, porém reforça: nem o antitranspirante e nem o desodorante fazem mal à saúde. Atualmente, algumas empresas investem em desodorantes naturais, como é o caso da marca de cosméticos orgânicos Souvie. Os produtos têm extratos e óleos vegetais selecionados de acordo com as idades para as quais se destinam, além de bisabolol, princípio ativo natural extraído da árvore candeia, com propriedades antioxidante, hidratante e calmante da pele.
AXILAS MAIS SAUDÁVEIS
De acordo com a dermatologista Giovanna Alcantara, as axilas têm especificidades da região que podem levar ao desenvolvimento de algumas alterações dermatológicas. E é preciso ficar de olho:
SUOR EXCESSIVO:
Em algumas pessoas, a produção de suor pode estar aumentada, configurando um quadro chamado hiperidrose, que pode ser desencadeada, por exemplo, por ansiedade e fatores estressores. O quadro inclusive pode ocorrer em outras partes do corpo, como mãos, pés, abaixo das mamas e couro cabeludo.
COLORAÇÃO DAS AXILAS:
É normal que tenhamos a pele das axilas mais escuras que o restante do corpo. Isso ocorre principalmente pela diferença da pele da região, pelo atrito e uso de desodorantes. Em pacientes com fototipos mais altos, essa diferença pode ser mais evidente. Para casos em que exista diferença de cor exagerada ou que incomode o paciente, há tratamento para auxiliar no clareamento. Outra condição dermatológica comum é a foliculite, que é o encravamento dos pelos, podendo ser melhorado com depilação de forma adequada ou depilação definitiva.
MAU CHEIRO:
Quando o odor das axilas fica muito intenso e prejudica a qualidade de vida da pessoa, configura-se o quadro chamado bromidrose, que pode estar ou não associado ao aumento de suor na região. Outro quadro mais raro é a mudança de cor da pele, a cromidrose. Todos devem ser tratados pelo dermatologista.
OUTRAS DICAS
- Muitas pessoas acreditam que a pele das axilas precisa ser clara como o restante do corpo. Devemos desmistificar isso e entender que a derme é mais escura nessa região.
- Para axilas saudáveis, prefira usar roupas de algodão, mantenha uma limpeza com sabonetes especiais (aqueles com compostos naturais e a versão líquida com pH mais próximo da pele).
- Para melhorar o escurecimento, evite atritos na região que provocam inflamação e piora do escurecimento, como o uso de buchas e lãminas de barbear, além de esfoliação intensa.
- Em relação aos desodorantes, recomenda-se o uso de desodorante sem alumínio, que auxilia a redução bacteriana e o controle do odor.